EVANDRO RITT - Universidade Estadual de Londrina
EVANDRO RITT - Universidade Estadual de Londrina
EVANDRO RITT - Universidade Estadual de Londrina
You also want an ePaper? Increase the reach of your titles
YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.
dos Saltos <strong>de</strong> Santa Maria (Cataratas do Iguaçu) ao público interessado em conhecer as<br />
peculiarida<strong>de</strong>s do interior do Brasil.<br />
José Muricy como um viajante relata suas impressões sobre os aspectos sociais e<br />
políticos da região da Colônia Militar. Sua visita resultou na publicação <strong>de</strong> uma obra em<br />
que <strong>de</strong>staca sobre a sua visita aos Saltos <strong>de</strong> Santa Maria (Cataratas do Iguaçu). Muricy<br />
comenta com primazia vários aspectos, como a flora, a fauna, as rochas, os peixes, entre<br />
outros.<br />
Após a fundação da Colônia Militar <strong>de</strong> Foz do Iguaçu, Muricy relata sobre suas<br />
funções na Comissão Estratégica responsável pela construção <strong>de</strong> estradas no Paraná:<br />
Estabelecidas as bases da futura colônia, tratou a Commissão <strong>de</strong> tornar<br />
francas as communicações entre esse ponto e a cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Guarapuava,<br />
formando para isso turmas <strong>de</strong> trabalhadores, civis e militares, dirigidas<br />
por officiaes. Essas turmas tinham por fim alargar e aperfeiçoar a<br />
picada feita pelo Dr. Firmino, construindo provisoriamente um<br />
caminho, perfeitamente viável por cargueiros. 215<br />
José Muricy era responsável por fiscalizar grupos <strong>de</strong> trabalhadores que tinham a<br />
função <strong>de</strong> construir e realizar a manutenção das estradas já construídas. O trabalho <strong>de</strong><br />
manter as estradas transitáveis era muito complicado: “[...] tivemos <strong>de</strong> abrir caminho<br />
por entre o matto roçado, havia poucos dias”. 216 A falta <strong>de</strong> trânsito pelas estradas<br />
contribuía para que o mato avançasse pela mesma. Entre as cida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> Guarapuava e<br />
Foz do Iguaçu, na localida<strong>de</strong> <strong>de</strong>nominada <strong>de</strong> Catanduvas, foi feito um entreposto que<br />
servia para abastecer os viajantes e a própria Comissão <strong>de</strong> alimentos e <strong>de</strong> animais, “[...]<br />
ahi construiu uma casa <strong>de</strong> morada para o encarregado e <strong>de</strong>pósitos <strong>de</strong> gêneros, para<br />
socorrer as turmas <strong>de</strong> trabalhadores, os viajantes e a própria Colônia, se houvesse<br />
necessida<strong>de</strong> [...]”. 217<br />
Segundo os relatos <strong>de</strong> José Muricy, havia muitos índios que habitavam a região.<br />
A estratégia utilizada pelos militares em relação a essas comunida<strong>de</strong>s foi a <strong>de</strong> al<strong>de</strong>ar os<br />
mesmos, “Estes índios, originários do Paraguay, [...] estranharam-se nos nossos sertões,<br />
e até agora alli têm vivido, mas muito redusidos já, pela cruel guerra que lhes movem os<br />
tigres e os coroados [...]”. 218 Os indígenas, além <strong>de</strong> ter que fugir dos seus inimigos<br />
215 MURICY, José. A Foz do Iguassú. Ligeira <strong>de</strong>scrição <strong>de</strong> uma viagem feita <strong>de</strong> Guarapuava à Foz do<br />
Iguassú em novembro <strong>de</strong> 1892. Curytiba: Imprensa Paranaense, 1896. p. 04.<br />
216 I<strong>de</strong>m. p. 04.<br />
217 I<strong>de</strong>m. p. 04 – 05.<br />
218 I<strong>de</strong>m. p. 05.<br />
95