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EVANDRO RITT - Universidade Estadual de Londrina

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Firmino que, segundo José Maria <strong>de</strong> Brito, um dos integrantes da comissão que partira<br />

<strong>de</strong> Guarapuava com o objetivo <strong>de</strong> fundar a Colônia Militar, a escolha do Capitão se <strong>de</strong>u<br />

porque esse era o “[...] oficial nimiamente bondoso, sem vícios, honrado [...]”. 191 Pouco<br />

se sabe da vida <strong>de</strong> José Maria <strong>de</strong> Brito antes <strong>de</strong> sua vinda para a região <strong>de</strong> Foz do<br />

Iguaçu; sabe-se que ele era natural do Estado do Piauí e foi recrutado no Rio <strong>de</strong> Janeiro.<br />

Vários foram os cargos ocupados por José Maria <strong>de</strong> Brito na administração da<br />

Colônia Militar na região: foi almoxarife e auxiliar da Comissão Fundadora da Colônia,<br />

posteriormente foi Chefe dos Toldos <strong>de</strong> índios guarapuavanos, espécie <strong>de</strong> al<strong>de</strong>amento<br />

on<strong>de</strong> se procurava “civilizar” os indígenas. 192 No <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong>ssa função,<br />

conheceu aquela que viria a ser sua esposa, uma indígena da região com quem<br />

constituiu família e não mais <strong>de</strong>ixou essas terras.<br />

Segundo José Maria <strong>de</strong> Brito, várias eram as <strong>de</strong>sconfianças <strong>de</strong> êxito na<br />

empreitada <strong>de</strong> se fundar a Colônia Militar: a primeira era dos próprios militares, pois<br />

aos olhos <strong>de</strong>stes, Firmino era muito jovem para a empreitada, “[...] os invejosos existem<br />

em todos os tempos”. 193 . Outro perigo era a mata que escondia vários perigos como:<br />

[...] O ataque <strong>de</strong> feras e outros factores próprios da natureza <strong>de</strong> mattas<br />

seculares que o explorador teria que percorrer, previam o fracasso!<br />

Firmino não se intibiou.<br />

Partiu. 194<br />

Os trabalhos iniciaram em 25 <strong>de</strong> novembro <strong>de</strong> 1888. Seguiram na estrada<br />

construída para a Colônia Militar <strong>de</strong> Chopim até o quiilômetro 16, comum às duas<br />

colônias. A partir daí <strong>de</strong>u-se início a construção da picada rumo ao extremo oeste<br />

paranaense.<br />

A construção da picada rumo à foz do rio Iguaçu resultou em muitas<br />

dificulda<strong>de</strong>s. Conforme os relatos <strong>de</strong> José Maria <strong>de</strong> Brito, a primeira gran<strong>de</strong> dificulda<strong>de</strong><br />

que a equipe passou foi nos meses <strong>de</strong> abril e maio <strong>de</strong> 1889, “[...] <strong>de</strong>vido às constantes<br />

chuvas; em conseqüência <strong>de</strong>ste facto, os rios encheram-se <strong>de</strong>smesuradamente [...]”. 195<br />

191 BRITO, José Maria <strong>de</strong>. Descoberta <strong>de</strong> Foz do Iguassú e Fundação da Colônia Militar. In. Boletim do<br />

Instituto Histórico, Geográfico e Etnográfico do Paraná – IHGEPR -, vl. 32, p. 45 – 72. Curitiba, 1977. p.<br />

55.<br />

192 Não temos informações em documentos oficiais que uma das funções <strong>de</strong> uma Colônia Militar fosse a<br />

<strong>de</strong> al<strong>de</strong>ar índios e “civilizá-los”. No entanto consta no livro <strong>de</strong> memórias <strong>de</strong> José Maria <strong>de</strong> Brito como<br />

uma <strong>de</strong> suas funções no período em que realizou serviços na Colônia. Isso po<strong>de</strong> <strong>de</strong>monstrar que os índios<br />

eram vistos, ou representavam um problema para a ocupação <strong>de</strong>ssas terras.<br />

193 BRITO, José Maria <strong>de</strong>. Descoberta <strong>de</strong> Foz do Iguassú... Op. Cit. p. 55.<br />

194 I<strong>de</strong>m. p. 56.<br />

195 I<strong>de</strong>m. p. 56.<br />

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