EVANDRO RITT - Universidade Estadual de Londrina
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ferramentas e outros benefícios doados pelos militares por meio da administração da<br />
Colônia. 171<br />
Em pleno ano <strong>de</strong> 1901 as comunicações com as regiões brasileiras continuavam<br />
sendo difíceis e as mercadorias brasileiras não chegavam pela falta <strong>de</strong> acesso, tanto por<br />
meio terrestre, quanto fluvial.<br />
Todos os gêneros <strong>de</strong> primeira necessida<strong>de</strong> são importados da cida<strong>de</strong><br />
<strong>de</strong> Posadas, na Republica Argentina, e da villa <strong>de</strong> Encarnacion, na<br />
Republica do Paraguay, distante 90 léguas da se<strong>de</strong> colonial, não se<br />
fazendo tal importação do centro do Estado por falta <strong>de</strong> uma estrada<br />
que facilite as communicações. 172<br />
As exportações realizadas pela Colônia, conforme o relatório eram a <strong>de</strong> erva<br />
mate, <strong>de</strong> ma<strong>de</strong>ira e <strong>de</strong> fumo, sendo este último em pouca quantida<strong>de</strong>.<br />
O maior problema da Colônia Militar <strong>de</strong> Foz do Iguaçu continuava sendo a falta<br />
<strong>de</strong> contingente militar e a manutenção da estrada que ligava a mesma à Guarapuava,<br />
manutenção que <strong>de</strong>veria ser contínua. Contudo havia a falta <strong>de</strong> soldados para realizar o<br />
trabalho, mas a manutenção sempre que possível era realizada. Mesmo com a falta<br />
<strong>de</strong>sses recursos algumas obras eram realizadas, como a <strong>de</strong> um curral para animais com<br />
área <strong>de</strong> mais <strong>de</strong> 700 m², um galpão coberto <strong>de</strong> zinco, um forno para a queima <strong>de</strong> tijolos<br />
e um pontilhão junto à estrada para Guarapuava. 173<br />
Nesse ano <strong>de</strong> 1901 iniciou-se a medição e construção da re<strong>de</strong> telegráfica que<br />
ligaria Guarapuava à Foz do Iguaçu. Conforme o relatório ministerial já estava<br />
concluído, no ano <strong>de</strong> 1901, mais <strong>de</strong> 80 km <strong>de</strong> re<strong>de</strong>. 174 Para os militares a re<strong>de</strong> telegráfica<br />
seria um instrumento importante para a comunicação entre os centros urbanos e as<br />
zonas fronteiriças carentes <strong>de</strong> informação do Estado, da política e da cultura proveniente<br />
do lado brasileiro, situação que contribuía para que a maioria da influência cultural<br />
exercida sobreos moradores da Colônia Militar <strong>de</strong> Foz do Iguaçu fosse proveniente do<br />
lado argentino e, mais acentuadamente, do lado paraguaio, inclusive a língua falada na<br />
região da colônia.<br />
Iniciou-se também nesse ano a inspeção sobre o estudo e a futura comissão<br />
responsável pela construção da linha férrea que passaria pelos estados <strong>de</strong> Mato Grosso e<br />
pelo Paraná. A mesma foi chefiada pelo Tenente José Victoriano Aranha da Silva que,<br />
171 I<strong>de</strong>m. p. 48.<br />
172 I<strong>de</strong>m. p. 51.<br />
173 I<strong>de</strong>m. p. 51 – 69.<br />
174 I<strong>de</strong>m. p. 59.<br />
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