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EVANDRO RITT - Universidade Estadual de Londrina

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pequeno contingente alli <strong>de</strong>stacado e que não é sufficiente para o<br />

serviço respectivo, convindo com isso provi<strong>de</strong>nciar <strong>de</strong> modo a fazer<br />

<strong>de</strong>sapparecer essas causas. 165<br />

Os soldados, por sua vez, não possuindo recursos suficientes para manter-se a si<br />

e suas famílias, <strong>de</strong>sertavam para países vizinhos, Paraguai e Argentina, em busca <strong>de</strong> um<br />

trabalho que pagasse um salário melhor.<br />

No ano <strong>de</strong> 1899 o Ministério da Guerra <strong>de</strong>u por encerradas as ativida<strong>de</strong>s da<br />

Comissão <strong>de</strong> Estradas Estratégicas do Estado do Paraná, sob a chefia <strong>de</strong> um dos<br />

fundadores e responsáveis pela abertura da primeira picada <strong>de</strong> Guarapuava rumo à foz<br />

do rio Iguaçu, o Capitão do Estado Maior José Joaquim Firmino. 166<br />

Entretanto, as consi<strong>de</strong>rações acerca daquilo que a região necessitaria para<br />

progredir muda <strong>de</strong> teor nos relatórios ministeriais a partir <strong>de</strong> 1898, o Ministro da Guerra<br />

J. N. De Me<strong>de</strong>iros Mallet pontuava a necessida<strong>de</strong> da construção <strong>de</strong> uma estrada <strong>de</strong> ferro<br />

que passaria peos municípios <strong>de</strong> Guarapuava indo à Palmas, Porto União e Chagú, <strong>de</strong>sse<br />

ponto indo em direção das Colônias Militares <strong>de</strong> Chopim e Foz do Iguaçu,<br />

posteriormente até a cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Guaíra tendo como <strong>de</strong>stino final o Estado do Mato<br />

Grosso.<br />

Parece-me <strong>de</strong> incontestável interesse o estudo e construcção da estrada<br />

<strong>de</strong> ferro estratégica partindo <strong>de</strong> Nonohay, passando pela Colônia<br />

Chapecó, Collectoria, Boa Vista, colonia Chopim, Chagú, seguindo<br />

pelo Estado do Paraná, para atravessar o rio <strong>de</strong> mesmo nome, acima<br />

dos saltos das Sete Quedas; dahi, entrando no Estado <strong>de</strong> Matto<br />

Grosso, ligar-se-ia a Nioac e Miranda para <strong>de</strong>pois attingir as margens<br />

do rio Aquidauana, cujas condições navegáveis permittem chegar ao<br />

rio Paraguay. 167<br />

A estrada <strong>de</strong> ferro torna-se nesse período uma referência estratégica por vários<br />

motivos relacionados à logística militar e <strong>de</strong> forma a <strong>de</strong>senvolver a região social e<br />

economicamente. Assim o meio <strong>de</strong> transporte preferido não era mais o terrestre,<br />

tampouco o marítimo: o símbolo da mo<strong>de</strong>rnida<strong>de</strong> do início dos governos republicanos<br />

também atingiu o discurso dos militares, que passaram a incluir em seus pedidos a<br />

ferrovia, por ser mais rápida e com maior capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> transportar mercadorias.<br />

165 I<strong>de</strong>m. p. 51.<br />

166 MALLET, J. N. De Me<strong>de</strong>iros. Ministério da Guerra. Relatório apresentado ao vice-presi<strong>de</strong>nte dos<br />

Estados Unidos do Brazil pelo General <strong>de</strong> Divisão J. N. De Me<strong>de</strong>iros Mallet, Ministro <strong>de</strong> Estado da<br />

Guerra, em maio <strong>de</strong> 1899. Rio <strong>de</strong> Janeiro: Imprensa Nacional, 1899. p. 43.<br />

167 I<strong>de</strong>m. p. 46.<br />

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