EVANDRO RITT - Universidade Estadual de Londrina
EVANDRO RITT - Universidade Estadual de Londrina
EVANDRO RITT - Universidade Estadual de Londrina
Create successful ePaper yourself
Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.
[...] Em 1913, a Mate Laranjeira apo<strong>de</strong>rou-se da concessão feita pelo<br />
Estado do Paraná à firma Isnardi, Alves & Cia., da abertura <strong>de</strong> um<br />
ramal ligando o Alto com o Baixo Paraná. A concessão inicial <strong>de</strong><br />
10/04/1907 previa uma ligação que, partindo <strong>de</strong> Terezina ou<br />
Guarapuava, fosse terminar no rio Paraná. Era <strong>de</strong>nominada Estrada<br />
para o Mato Grosso. 159<br />
A idéia do Diretor da Colônia Militar era ligar as regiões <strong>de</strong> São Paulo à região<br />
<strong>de</strong> Guaíra. O governo também inauguraria outra Colônia Militar na região <strong>de</strong> Guaira,<br />
protegendo assim o Alto e o Baixo Paraná e realizando a ligação com o centro urbano<br />
<strong>de</strong> Guarapuava por meio do rio Piquiri, navegável por gran<strong>de</strong> extensão, bem como<br />
realizaria a ligação com o Estado do Mato Grosso. 160<br />
Mesmo lutando com as adversida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> distância e da falta <strong>de</strong> recursos, a<br />
Colônia Militar recebia algumas benfeitorias, como um engenho <strong>de</strong> serrar ma<strong>de</strong>ira, uma<br />
olaria para a produção <strong>de</strong> tijolos e, no ano <strong>de</strong> 1897: “Iniciou-se a abertura da picada que<br />
tem <strong>de</strong> communicar esta colônia com a do Chopim, <strong>de</strong>morando-se os respectivos<br />
trabalhos por falta <strong>de</strong> pessoal”. 161 Nesse ano a Colônia Militar contava com quinhentos<br />
habitantes, segundo o Ministro da Guerra. Mesmo assim, em seu relatório o Ministro<br />
reclamava da falta <strong>de</strong> pessoal para realizar as tarefas necessárias à Colonia Militar.<br />
O diretor da Colônia <strong>de</strong>veria pagar pela mão <strong>de</strong> obra dos trabalhadores que<br />
porventura fossem requisitados pelos militares, o único recurso que o diretor contava<br />
era com o que mandava o governo fe<strong>de</strong>ral, assim se a administração não tivesse<br />
recursos para realizar o pagamento <strong>de</strong>sses trabalhadores a obra tão necessitada aos olhos<br />
dos militares esbarrava na falta <strong>de</strong> dinheiro.<br />
Os militares, por meio do Ministro da Guerra, reclamavam que as principais vias<br />
<strong>de</strong> comunicação das cida<strong>de</strong>s à região da foz do rio Iguaçu foram construídas pelos<br />
militares da Comissão Estratégica <strong>de</strong> Estradas do Paraná e <strong>de</strong>senvolviam um papel<br />
importante para o <strong>de</strong>senvolvimento do Estado do Paraná, que não se dava ao trabalho <strong>de</strong><br />
realizar a manutenção <strong>de</strong>ssas estradas:<br />
A construcção <strong>de</strong>ssas estradas, interessando muito ao progresso do<br />
Paraná, justo seria que este Estado concorresse com parte das<br />
<strong>de</strong>spezas, ao menos para atten<strong>de</strong>r as obras <strong>de</strong> arte que se tem feito.<br />
Assim, porém, não se tem acontecido.<br />
159 WACHOVICZ, Rui Cristovam. OBRAGEROS, MENSUS E COLONOS... Op. Cit. p. 74 – 75.<br />
160 VASQUES, Bernardo. Ministério da Guerra. Relatório apresentado ao Presi<strong>de</strong>nte... Op. Cit. p. 56.<br />
161 ARGOLLO, Francisco <strong>de</strong> Paula. Ministério da Guerra. Relatório apresentado ao Presi<strong>de</strong>nte dos<br />
Estados Unidos do Brazil pelo General <strong>de</strong> Brigada Francisco <strong>de</strong> Paula Argollo Ministro <strong>de</strong> Estado dos<br />
Negócios da Guerra. Rio <strong>de</strong> Janeiro: Imprensa Nacional, 1897. p. 51.<br />
73