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EVANDRO RITT - Universidade Estadual de Londrina

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Po<strong>de</strong>-se, porém, conseguir bastante, levando-se fortificações nos<br />

principaes pontos estratégicos, os quaes se acham indicados pela<br />

referida commisão <strong>de</strong> engenheiros; fundando-se colônias militares nas<br />

localida<strong>de</strong>s estratégicas mais convenientes; ligando-se por estradas <strong>de</strong><br />

ferro e linhas telegraphicas todos estes pontos e localida<strong>de</strong>s entre si<br />

com os centros <strong>de</strong> recursos, e estabelecendo-se proximamente àqueles<br />

pontos <strong>de</strong>pósitos <strong>de</strong> instrução das Divisões do Exército. 133<br />

As colônias não eram abertas a esmo, mas embasadas sobre analises técnicas <strong>de</strong><br />

engenheiros do Exército, seguindo sempre a intenção da <strong>de</strong>fesa do território em regiões<br />

<strong>de</strong> fronteira com outros países.<br />

Como essas regiões eram distantes dos centros urbanos, os responsáveis pelo<br />

planejamento da fundação das colônias militares, geralmente do corpo <strong>de</strong> engenharia do<br />

Exército, pensavam em como manter essas regiões em contato com os centros sociais,<br />

políticos e culturais. Uma das estratégias utilizadas pelos militares foi a <strong>de</strong> construir<br />

estradas que levassem as pessoas e informações <strong>de</strong>sses centros para essas regiões <strong>de</strong><br />

sertão. 134<br />

Nesse sentido, no ano <strong>de</strong> 1891 foi criada a Comissão Estratégica do Paraná,<br />

órgão vinculado ao Ministério da Guerra responsável pela abertura e manutenção das<br />

estradas paranaenses. O Relatório do Ministro da Guerra nesse período relata as<br />

<strong>de</strong>terminações <strong>de</strong>ssa Comissão nas terras do Paraná. A Comissão Estratégica também<br />

tinha como objetivo construir pontes e caneletas <strong>de</strong> drenagem da água sobre as <strong>de</strong><br />

estradas que ligavam os centros urbanos paranaenses como Curitiba, Ponta Grossa e<br />

Guarapuava aos sertões paranaenses, especialmente à foz do rio Iguaçu, região on<strong>de</strong> se<br />

fundou a Colônia Militar.<br />

No relatório do Ministro da Guerra <strong>de</strong> 1891, Antonio Nicoláo Falcão da Frota,<br />

po<strong>de</strong>mos i<strong>de</strong>ntificar a hierarquia <strong>de</strong> mando sobre a Comissão Estratégica do Paraná,<br />

fornecendo as seguintes informações:<br />

Organizada em meiados <strong>de</strong> 1888, tendo como chefe o Capitão do<br />

Corpo <strong>de</strong> Engenheiros, hoje Major Belarmino Augusto <strong>de</strong> Mendonça<br />

Lobo, esta commisão da qual é actualmente chefe o Tenente-Coronel<br />

133 MINISTÉRIO DA GUERRA. Relatório apresentado à Assembléia Geral Legislativa na primeira<br />

sessão da décima oitava legislatura pelo Ministro e Secretário <strong>de</strong> Estado dos Negócios da Guerra,<br />

Franklin Americo <strong>de</strong> Menezes Dória. Rio <strong>de</strong> Janeiro: Typ. Nacional, 1882. p. 41 – 42.<br />

134 As estradas na verda<strong>de</strong> eram <strong>de</strong>nominadas <strong>de</strong> picadas, pequenas vias que atravessavam as vastas<br />

regiões <strong>de</strong> mata fechada, tornavam-se um gran<strong>de</strong> <strong>de</strong>safio mantê-las abertas, ou em estado <strong>de</strong> uso, pois a<br />

pouca utilização das mesmas muito rapidamente se transformavam em vegetação novamente. Com a<br />

guerra contra o Paraguai elas foram abertas na região do rio Iguassú e posteriormente abertas para ligar<br />

essa região aos centros urbanizados. Ver: MYSKIW, Antonio Marcos.A fronteira como <strong>de</strong>stino <strong>de</strong><br />

viagem... Op. Cit. p. 82.<br />

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