EVANDRO RITT - Universidade Estadual de Londrina
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<strong>de</strong> existir, pela sua localização pouco estratégica, até relatar ao Ministro da Guerra que o<br />
uso da força nessas regiões já não seria mais necessário. 131<br />
Essa Comissão relatava as condições <strong>de</strong> todas as colônias militares espalhadas<br />
pela fronteira brasileira. Até o ano <strong>de</strong> 1779, apenas a Colônia Militar <strong>de</strong> Jatahy<br />
encontrava-se em território paranaense, mas no relatório da Comissão responsável pela<br />
observação estratégica da fronteira se pedia: “As que julga <strong>de</strong>verem ser creadas são sete<br />
a saber: No Paraná, as do Chagú, Campo Ere e Salto <strong>de</strong> Sete Quedas” 132 as outras<br />
quatro colônias eram para a Província do Mato Grosso, ou seja, o problema relacionado<br />
às ocupações <strong>de</strong> terras pelos argentinos fazia com que a comissão pedisse mais colônias<br />
para a região do Oeste catarinense e Oeste e Sudoeste paranaense. As colônias fundadas<br />
foram as <strong>de</strong> Chapecó e Chopim e futuramente a <strong>de</strong> Foz do Iguaçu. Percebemos que<br />
houve uma reor<strong>de</strong>nação nas regiões eleitas como estratégicas pelos militares e as<br />
primeiras colônias foram alteradas <strong>de</strong>vido ao conflito internacional com a Argentina, a<br />
qual po<strong>de</strong>ria invadir a região Oeste do atual Estado do Paraná. Já a Colônia requerida<br />
em Salto das Sete Quedas foi reor<strong>de</strong>nada para Foz do Iguaçu pelo fato <strong>de</strong> que o<br />
Paraguai não representava mais um perigo em invadir os limites brasileiros.<br />
As colônias eram requeridas pelos militares segundo a or<strong>de</strong>m <strong>de</strong> importância<br />
estratégica da região em questão. No Paraná todas estavam relacionadas à regiões <strong>de</strong><br />
fronteira pois, segundo os militares, como já foi <strong>de</strong>batido anteriormente, essas regiões<br />
eram estratégicas para a <strong>de</strong>fesa do território, pois se uma possível guerra ocorresse com<br />
o pais vizinho, o Exército teria no mínimo um contingente para po<strong>de</strong>r fazer frente a<br />
invasão. Como relata o Ministro da Guerra em 1882:<br />
Revela cuidar do importante assunpto da fortificação e <strong>de</strong>fesa das<br />
fronteiras do Império.<br />
Tem-se tratado especialmente <strong>de</strong> estudar o melhor systema a esse<br />
respeito, quanto as fronteiras do Rio Gran<strong>de</strong> do Sul e do Paraná, e já<br />
foram apresentados ao Governo os trabalhos e planos organizados por<br />
uma commissão <strong>de</strong> engenheiros militares, nomeada para esse fim.<br />
Em todas essas extensas e abertas fronteiras, a construção, o<br />
armamento e a guarnição das fortificações necessárias para a sua<br />
completa <strong>de</strong>fesa exigiriam tão avultado dispêndio e o emprego <strong>de</strong> tão<br />
numeroso pessoal, que o estado dos cofres públicos nem o quadro <strong>de</strong><br />
nosso Exército permitem que se cogite da realização <strong>de</strong> tal idéia.<br />
131 PELOTAS, Viscon<strong>de</strong> <strong>de</strong>. Ministério da Guerra. Relatório apresentado à Assembléia Geral Legislativa<br />
na terceira sessão da décima sétima legislatura, pelo Ministro e Secretário <strong>de</strong> Estado dos Negócios da<br />
Guerra, Viscon<strong>de</strong> <strong>de</strong> Pelotas. Rio <strong>de</strong> Janeiro: Typ. Nacional, 1880. p. 24.<br />
132 I<strong>de</strong>m. p. 25.<br />
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