EVANDRO RITT - Universidade Estadual de Londrina
EVANDRO RITT - Universidade Estadual de Londrina
EVANDRO RITT - Universidade Estadual de Londrina
You also want an ePaper? Increase the reach of your titles
YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.
preocuparam com o assunto das construções como forma <strong>de</strong> viabilizar a comunicação<br />
entre as regiões e <strong>de</strong> interiorizar a ocupação das terras.<br />
Nesse período, a Província carecia <strong>de</strong> pessoas especializadas no planejamento<br />
das construções das estradas no interior, pois as mesmas <strong>de</strong>spendiam gran<strong>de</strong> quantida<strong>de</strong><br />
<strong>de</strong> recursos e pouco ou quase nada traziam <strong>de</strong> retorno para o governo. Po<strong>de</strong>mos, <strong>de</strong>ssa<br />
forma, presumir que o avanço sobre as regiões <strong>de</strong> matas foi lento, sendo pouco atrativo<br />
para os colonos se atreverem a a<strong>de</strong>ntrar as florestas com o intuito <strong>de</strong> retirar a ma<strong>de</strong>ira<br />
como ativida<strong>de</strong> lucrativa. Somente algumas décadas mais tar<strong>de</strong> tal ativida<strong>de</strong> se tornaria<br />
uma das principais fontes <strong>de</strong> arrecadação da Província. Assim disse o então Presi<strong>de</strong>nte<br />
da Província: “Cumpre fazer todo sacrifício para melhorar a viação pública, que é o<br />
principal elemento para o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> nossas fontes <strong>de</strong> riqueza”. 122<br />
O Presi<strong>de</strong>nte da Província Il<strong>de</strong>fonso Pereira Correia,em 1888, reclamava do<br />
estado em que se encontravam as estradas, principais meios <strong>de</strong> comunicação da capital<br />
com o interior. Por isso foi nomeada uma comissão <strong>de</strong> engenheiros, sob a coor<strong>de</strong>nação<br />
do senhor doutor Belarmino Augusto <strong>de</strong> Mendonça Lobo, com a responsabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />
melhorar essas vias. Uma das atribuições da comissão era a <strong>de</strong> realizar a tão esperada e<br />
sonhada ligação com o Mato Grosso. 123<br />
O ramo que começava a <strong>de</strong>spontar na economia paranaense nesse período era o<br />
da ma<strong>de</strong>ira, tendo sobre suas terras o cedro, o pinheiro, a peroba, a embuia, entre outras.<br />
O comércio da ma<strong>de</strong>ira incentivou os colonos a ir cada vez mais para o interior da<br />
Província, on<strong>de</strong> as obrages também se utilizavam <strong>de</strong>sse recurso natural para obter renda.<br />
No Paraná, ela se transformou numa das principais fontes <strong>de</strong> renda dos colonos e um<br />
dos responsáveis pela colonização do interior.<br />
A ma<strong>de</strong>ira que mais <strong>de</strong>spertava a cobiça dos ma<strong>de</strong>ireiros era a araucária, pois<br />
esta, mesmo <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> cortada, resistia à influência do tempo, ficando em boas<br />
condições <strong>de</strong> uso por muito tempo. Sendo uma ma<strong>de</strong>ira forte para a construção,<br />
produzia-se fécula com o seu fruto, o pinhão, com as cinzas da cortiça fabricava-se<br />
sabão e seus nós eram usados para a combustão em fogões a lenha ou na produção <strong>de</strong><br />
carvão. Por essas qualida<strong>de</strong>s comerciais, na corte imperial organizou-se a realização da<br />
Companhia Florestal Paranaense, que tinha por finalida<strong>de</strong> explorar o corte <strong>de</strong> ma<strong>de</strong>ira<br />
nas terras da Província, principalmente a da araucária. 124<br />
122 I<strong>de</strong>m. p. 59.<br />
123 I<strong>de</strong>m. p. 39 – 40.<br />
124 Î<strong>de</strong>m. P. 115.<br />
61