EVANDRO RITT - Universidade Estadual de Londrina
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move-me a expressar-me <strong>de</strong>ssa forma. É que na realização <strong>de</strong>ste projecto antevejo a<br />
solução <strong>de</strong> importantes questões <strong>de</strong> or<strong>de</strong>m econômica, política e militar”.<br />
Na importância econômica da construção da ferrovia, Lamenha Lins via nela a<br />
forma <strong>de</strong> atrair mais pessoas para a Província, os tão esperados imigrantes com seu<br />
fôlego renovado para o trabalho e o <strong>de</strong>sejo <strong>de</strong> melhorar <strong>de</strong> vida nos trópicos. Na relação<br />
política, o Presi<strong>de</strong>nte pensava na ligação entre o Leste do continente Sul americano por<br />
meio do Oceano Atlântico com o Oeste no Oceano Pacifico, estreitando relações com<br />
outras nações e, no âmbito militar, a ocupação <strong>de</strong> uma fronteira disputada entre as<br />
nações brasileira, paraguaia e argentina. O Presi<strong>de</strong>nte ainda contava que a ferrovia<br />
cortaria a Província <strong>de</strong> Leste a Oeste, levando o progresso para regiões <strong>de</strong>socupadas<br />
pelo governo paranaense e imperial.<br />
Em 1876, o então Presi<strong>de</strong>nte da Província do Paraná, Adolpho Lamenha Lins,<br />
reclamou que a única estrada transitável na Província é a que liga o litoral à capital da<br />
Província, Curitiba, sendo que as quarenta restantes estavam intransitáveis <strong>de</strong>vido à má<br />
conservação ou pelo fato <strong>de</strong> serem construídas em locais impróprios<br />
geograficamente. 119<br />
O engenheiro da Província attribue isto a má applicacão das quantias<br />
<strong>de</strong>spendidas, que divididas em pequenas parcellas e entregues aos<br />
inpectores das estradas, homens sem os preciosos conhecimentos<br />
thechnicos, nada po<strong>de</strong>m produzir; ao passo que <strong>de</strong>vidamente<br />
empregadas nas estradas principaes po<strong>de</strong>ríamos ter, ao menos estas,<br />
em estado <strong>de</strong> se prestarem á rodagem. 120<br />
As ferrovias eram vistas nesse período como sinônimo <strong>de</strong> progresso para uma<br />
região, tanto que o governo imperial em 1881 mandou para a região uma comissão para<br />
verificar as possibilida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> se construir uma linha férrea na província 121 . No entanto,<br />
as ferrovias planejadas para a Província do Paraná só foram construídas no início do<br />
século XX, porém os estudos realizados foram importantes para o reconhecimento da<br />
região. Outro elemento fundamental para os governantes da Província era a construção<br />
<strong>de</strong> estradas que ligassem as regiões. Fundamentalmente, o trabalho <strong>de</strong> construção e<br />
manutenção das estradas foi dos militares, mas os presi<strong>de</strong>ntes provinciais também se<br />
119 LINS, Adolpho Lamenha. Relatório apresentado à Assembléia Legislativa do Paraná... Op. Cit. 1876.<br />
p. 58.<br />
120 I<strong>de</strong>m. p. 58.<br />
121 Ver: DÓRIA, Franklin Américo <strong>de</strong> Menezes. Relatório apresentado à Assembléia Geral Legislativa na<br />
primeira sessão da décima oitava legislatura pelo Ministro e Secretário <strong>de</strong> Estado dos Negócios da<br />
Guerra, Franklin Americo <strong>de</strong> Menezes Dória. Rio <strong>de</strong> Janeiro: Typ. Nacional, 1882. p. 42.<br />
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