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EVANDRO RITT - Universidade Estadual de Londrina

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margens do rio Paraná seria bem menor que em outros pontos. A distância era <strong>de</strong> 60 a<br />

100 metros o que tornava possível a construção <strong>de</strong> uma ponte. O fato <strong>de</strong> a ferrovia<br />

passar pela região do Vale do Piquiri também constituía uma vantagem, visto que por<br />

meio <strong>de</strong>ste rio, a navegação seria mais bem aproveitada, gerando um custo menor na<br />

construção da linha férrea. 116<br />

A intenção <strong>de</strong> construir uma linha férrea ligando o Mato Grosso à Santa Catarina<br />

tinha como objetivo promover o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong>ssa região e atrair o elemento<br />

nacional. Por or<strong>de</strong>m do Presi<strong>de</strong>nte da Província do Paraná, Lamenha Lins, um grupo<br />

composto pelo engenheiro Francisco Tourinho foi enviado para conhecer e verificar a<br />

possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> sua construção. Miskyw comenta sobre a construção da linha férrea:<br />

A estrada férrea passou a ser, aos olhos do governo da Província do<br />

Paraná, a maneira mais viável e rápida para explorar, ocupar e<br />

colonizar as terras situadas na fronteira a Oeste dos campos <strong>de</strong><br />

Guarapuava. Ciência, mo<strong>de</strong>rnida<strong>de</strong>, progresso, futuro. 117<br />

A estrada não foi construída pela impossibilida<strong>de</strong> técnica, ou seja, pela<br />

dificulda<strong>de</strong> <strong>de</strong> transpor com as linhas férreas os rios Paraná ou o Piquiri, ou mesmo o<br />

rio Ivaí. Concordamos com Miskyw, pois o autor <strong>de</strong>monstra a vonta<strong>de</strong> das autorida<strong>de</strong>s<br />

políticas da província do Paraná em construir tais ferrovias, mas não foram atendidos<br />

pelo governo imperial. Contudo, por meio <strong>de</strong>ssas pesquisas foi possível para as futuras<br />

tentativas <strong>de</strong> colonização ter um breve histórico sobre a região, nos aspectos físicos e<br />

geográficos da natureza. Apesar <strong>de</strong> não estar escrito <strong>de</strong> forma explícita, seu texto<br />

<strong>de</strong>monstra que a intenção do governo <strong>de</strong> construir as linhas férreas e a criação das<br />

picadas <strong>de</strong>nota o interesse e a preocupação das autorida<strong>de</strong>s para com a região e a sua<br />

colonização seria uma questão <strong>de</strong> tempo.<br />

No relatório <strong>de</strong> 1877, Lamenha Lins insiste no posicionamento do engenheiro<br />

Tourinho que contrariava o traçado realizado pelos engenheiros 118 Palm e Lloyd, sendo<br />

que a ferrovia <strong>de</strong>veria seguir o curso do rio Piquiri e uma ponte sobre os Saltos da<br />

cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Guaira, “Não é o mero i<strong>de</strong>alismo nem o enthusiasmo pelo maravilhoso que<br />

116 I<strong>de</strong>m. p. 73.<br />

117 MYSKIW, Antonio Marcos. A fronteira como <strong>de</strong>stino <strong>de</strong> viagem: a Colônia Militar <strong>de</strong> Foz do Iguaçu<br />

(1888/1907). Tese (doutorado) – <strong>Universida<strong>de</strong></strong> Fe<strong>de</strong>ral Fluminense. Centro <strong>de</strong> Estudos Gerais, Curso <strong>de</strong><br />

Pós-Graduação em História, 2009. p. 84 – 85.<br />

118 LINS, Adolpho Lamenha. Relatório apresentado à Assembléia Legislativa do Paraná...Op. Cit. 1877. p.<br />

77.<br />

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