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EVANDRO RITT - Universidade Estadual de Londrina

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pontos <strong>de</strong> vista estratégico, político e comercial, sustentando uns a<br />

preeminência da linha pela Província do Paraná e outros dando<br />

primazia à do Vale do Rio Gran<strong>de</strong> pelas províncias <strong>de</strong> Minas e S.<br />

Paulo. 114<br />

Como percebemos a disputa não se limitava às regiões da Província do Paraná,<br />

on<strong>de</strong> as elites locais po<strong>de</strong>riam exigir que a ferrovia passasse pelas suas cida<strong>de</strong>s, pois<br />

com a mesma aumentaria progressivamente o comércio, tanto <strong>de</strong> produtos oriundos <strong>de</strong><br />

outras regiões como o envio dos produtos locais. A ferrovia era tida como sinônimo <strong>de</strong><br />

progresso para a região, pois com ela também viriam mais pessoas e investimentos, por<br />

isso o conflito promovido pelos políticos <strong>de</strong> outras províncias em reclamar uma linha<br />

férrea sobre suas terras. Dessa forma, o governo imperial, por meio do <strong>de</strong>creto nº. 4851<br />

<strong>de</strong> 21 <strong>de</strong> <strong>de</strong>zembro <strong>de</strong> 1871 conce<strong>de</strong>u ao então Barão <strong>de</strong> Mauá a concessão <strong>de</strong> estudo<br />

para a instalação da ferrovia entre Miranda, no Mato Grosso, a Curitiba, no Paraná, e <strong>de</strong><br />

linhas <strong>de</strong> navegação entre os rios Ivaí, Paraná, Ivinheima, Brilhante e Mon<strong>de</strong>go.<br />

O estudo preliminar realizado pelo engenheiro Palm foi sucedido pelo<br />

engenheiro Lloyd, trabalho que foi finalizado em julho do ano anterior ao relatório, em<br />

1875, com as respectivas plantas, seu orçamento e o relatório do engenheiro sobre a<br />

construção da ferrovia. A linha férrea estava dividida em três seções pela via terrestre,<br />

aproximadamente 852 km, e <strong>de</strong> uma seção por meio dos rios que atingiria 733 km. Seu<br />

custo seria <strong>de</strong> 99:191;721$481 Contos <strong>de</strong> Réis. A primeira seção terrestre da linha férrea<br />

seria entre as cida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> Curitiba e a Colônia <strong>de</strong> Thereza, <strong>de</strong>sta colônia, a linha sairia<br />

em direção ao Pary dos Coroados. Nessas duas primeiras etapas, o Presi<strong>de</strong>nte Lamenha<br />

Lins relata a dificulda<strong>de</strong> da construção da ferrovia, por conta dos obstáculos<br />

topográficos que a região oferecia, exigindo um gran<strong>de</strong> dispêndio <strong>de</strong> estudos para a<br />

realização da mesma. 115<br />

As dificulda<strong>de</strong>s maiores estavam em <strong>de</strong>terminar uma forma <strong>de</strong> transpor os rios.<br />

No rio Ivaí, a dificulda<strong>de</strong> estava no fato <strong>de</strong> que, no período <strong>de</strong> chuvas, a área que a<br />

ferrovia <strong>de</strong>veria ocupar ficava completamente alagada, a mesma situação acorria com os<br />

rios Ivinheima e Paraná, sendo que este último ainda tinha o agravante <strong>de</strong> ser muito<br />

extenso, tornando-se quase impossível a construção <strong>de</strong> uma ponte sobre ele.<br />

Uma solução encontrada foi dada pelo engenheiro Tourinho, que indicou a<br />

construção <strong>de</strong> uma ponte sobre as quedas da região <strong>de</strong> Guaíra, on<strong>de</strong> a distância entre as<br />

114 LINS, Adolpho Lamenha. Relatório apresentado à Assembléia Legislativa do Paraná...Op. Cit.1876. p.<br />

72.<br />

115 I<strong>de</strong>m. p. 73.<br />

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