EVANDRO RITT - Universidade Estadual de Londrina
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1 canoa <strong>de</strong> ferramentas e <strong>de</strong> barracas para acampamento, 2 canoas pequenas <strong>de</strong>stinadas<br />
para o trabalho <strong>de</strong> medição e 1 canoa <strong>de</strong>stinada à caça para o suprimento <strong>de</strong> carne. 111<br />
A viagem foi dura e cheia <strong>de</strong> obstáculos. O rio estava bastante seco, <strong>de</strong>vido a um<br />
gran<strong>de</strong> período sem chuvas. Nas corre<strong>de</strong>iras, as canoas tinham que ser totalmente<br />
<strong>de</strong>scarregadas, <strong>de</strong>slocadas a pé, juntamente com os produtos que traziam, <strong>de</strong>pois disso a<br />
viagem seguia pelo rio. O grupo enfrentou cerca <strong>de</strong> 70 obstáculos e em 07 <strong>de</strong> maio<br />
chegaram às margens do rio Corumbataí, on<strong>de</strong> na margem esquerda <strong>de</strong> ambos os rios se<br />
encontravam as ruínas da antiga vila jesuítica Vila Rica do Espírito Santo, colônia<br />
espanhola abandonada há cerca <strong>de</strong> 200 anos. A respeito da antiga vila, os aventureiros<br />
avistaram limoeiros, bananeiras, cidreiras e resquícios das antigas culturas da vila. 112<br />
Após 91,6 léguas (550 km) rio abaixo, o grupo, em 04 <strong>de</strong> junho, alcança o rio<br />
Paraná. Nesse mesmo dia, a tripulação passou por gran<strong>de</strong> susto, pois vários índios os<br />
observavam durante vários quilômetros rio abaixo, <strong>de</strong>ixando o grupo em alerta por<br />
conta <strong>de</strong> um possível ataque. Entretanto, com a aproximação <strong>de</strong> um dos indígenas, que<br />
certificou que a missão dos navegantes era pacífica, os <strong>de</strong>mais índios acercaram-se e<br />
revelaram que, na verda<strong>de</strong>, estavam verificando a chegada do grupo a pedido do Frei<br />
Thimoteo Castelnuevo, diretor do al<strong>de</strong>amento <strong>de</strong> São Pedro <strong>de</strong> Alcântara, pedindo por<br />
notícia do grupo que já era para ter chegado há pelo menos 4 dias, mas que tardaram sua<br />
viagem por conta dos obstáculos encontrados. 113<br />
A finalida<strong>de</strong> do grupo era a <strong>de</strong> verificar caminhos alternativos que pu<strong>de</strong>ssem<br />
possibilitar ao governo imperial e provincial um controle maior da região, assim como<br />
verificar a possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> ocupação <strong>de</strong>ssas terras com intuito <strong>de</strong> evitar uma possível<br />
invasão <strong>de</strong> paraguaios sobre as mesmas. Com isso pu<strong>de</strong>ram fornecer valiosas e<br />
interessantes revelações para o Presi<strong>de</strong>nte da Província.<br />
No ano <strong>de</strong> 1876, o Presi<strong>de</strong>nte da Província Lamenha Lins relatava sobre a<br />
possível construção da Ferrovia que ligaria o interior da Província à capital. A origem<br />
da linha férrea <strong>de</strong>veria ser a Província do Mato Grosso, passando pelo Paraná, mas isso<br />
foi um motivo <strong>de</strong> discussão e impasse, conforme relata o Presi<strong>de</strong>nte da Província sobre<br />
os estudos preliminares que indicavam por on<strong>de</strong> a linha do trem <strong>de</strong>veria passar:<br />
Feito os estudos preliminares, surgiu então, como era natural, gran<strong>de</strong><br />
divergência nas opiniões sobre o melhor traçado encarado sob os<br />
111 I<strong>de</strong>m. p. 03.<br />
112 I<strong>de</strong>m. p. 04.<br />
113 I<strong>de</strong>m. p. 06.<br />
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