EVANDRO RITT - Universidade Estadual de Londrina
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A busca do governo imperial e provincial em trazer imigrantes, pessoas oriundas<br />
<strong>de</strong> outros países para, posteriormente, incentivá-los a se tornar colonos, ou proprietários<br />
<strong>de</strong> pequenas proprieda<strong>de</strong>s nas terras <strong>de</strong>volutas como forma <strong>de</strong> ocupar as regiões que<br />
ainda eram consi<strong>de</strong>radas sertões teve alguns entraves para seu sucesso. Fatores externos,<br />
como a guerra do Paraguai e a crise econômica <strong>de</strong>corrente da guerra, bem como fatores<br />
internos: o baixo <strong>de</strong>senvolvimento da Província, o que por sua vez dificultava o<br />
crescimento dos centros urbanos, <strong>de</strong>vido à pouca movimentação comercial. Assim, os<br />
colonos ficavam à mercê da própria sorte ou totalmente <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntes da ajuda financeira<br />
da Província que, nesse aspecto, pouco ou quase nada podia fazer.<br />
Para alavancar o <strong>de</strong>senvolvimento da região, o governo provincial pedia para ao<br />
governo imperial a construção <strong>de</strong> uma ferrovia <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o interior até a capital. A ferrovia<br />
seria <strong>de</strong> extrema importância, pois on<strong>de</strong> seus trilhos passassem, uma comunida<strong>de</strong><br />
po<strong>de</strong>ria se instalar para assim ter seus produtos escoados para centros urbanos. Em tese<br />
era essa a visão que os governantes da Província do Paraná tinham sobre a construção<br />
<strong>de</strong> uma linha férrea na Província.<br />
Assim, em pleno <strong>de</strong>senrolar da Guerra do Paraguai, um grupo <strong>de</strong> exploradores<br />
li<strong>de</strong>rados pelos engenheiros José Keller e Francisco Keller 109 li<strong>de</strong>raram uma expedição<br />
com o intuito <strong>de</strong> i<strong>de</strong>ntificar a formação geológica da região, assim como <strong>de</strong> analisar o<br />
clima do vale do Ivaí. Outro objetivo era <strong>de</strong> medir a bacia hidrográfica do Ivaí, verificar<br />
meios <strong>de</strong> obstruir os obstáculos para a navegação e orçar uma possível canalização do<br />
rio, para <strong>de</strong>ssa forma verificar a possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> fundar estações para a navegação,<br />
al<strong>de</strong>amentos e estabelecimentos agrícolas na região. 110<br />
Após receber as instruções do Presi<strong>de</strong>nte da Província, os integrantes do grupo<br />
partiram para sua viagem <strong>de</strong> exploração da região do vale do Ivaí. Ao saírem da capital,<br />
Curitiba chegaram a Colônia <strong>de</strong> Thereza e a tripulação contava com 20 remeiros, 1<br />
cozinheiro, 1 membro da cavalaria <strong>de</strong> Curitiba, que também ajudava nos remos, o Major<br />
Sarmento, diretor da Colônia <strong>de</strong> Thereza, e os dois irmãos engenheiros. Utilizavam 4<br />
canoas para levar mantimentos, que pesavam 5 toneladas e <strong>de</strong>veriam durar por 4 meses,<br />
109 O relatório que <strong>de</strong>screve a viagem do grupo <strong>de</strong> exploração encontra-se publicado no Anexo A, Ver:<br />
FLEURY, André Augusto <strong>de</strong> Pádua. Falla dirigida à Assembléia Legislativa Provincial do Paraná, na<br />
primeira sessão da oitava legislatura, a 15 <strong>de</strong> fevereiro <strong>de</strong> 1866, pelo presi<strong>de</strong>nte André Augusto <strong>de</strong> Pádua<br />
Fleury. Curityba: Typ. Cândido Martins Lopes, 1866.<br />
110 I<strong>de</strong>m. p. 01.<br />
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