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EVANDRO RITT - Universidade Estadual de Londrina

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Evitar que o imigrante ao chegar soffra vexames que lhe abatam o<br />

animo ao seus primeiros passos em regiões <strong>de</strong>sconhecidas.<br />

Estabelecer bem o colono, com todos os favores promettidos, e <strong>de</strong>pois<br />

libertal-o <strong>de</strong> qualquer tutela, <strong>de</strong>ixando-o sobre si, e entregue ao<br />

<strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> sua própria iniciativa. 103<br />

Nesse relato, o Presi<strong>de</strong>nte da Província lamenta que os imigrantes sejam<br />

enganados em relação às terras e suas vias <strong>de</strong> comunicação. Para o Presi<strong>de</strong>nte, todos os<br />

custos do translado do imigrante, assim como a ajuda financeira para iniciar a<br />

produtivida<strong>de</strong> e a produção <strong>de</strong> alimentos, <strong>de</strong>veria ser subsidiado pelo governo imperial.<br />

O colono, por sua vez, com o resultado <strong>de</strong> seu trabalho e com o provimento da<br />

Província, em dar-lhe condições para a venda <strong>de</strong> seus produtos, rapidamente, segundo o<br />

Presi<strong>de</strong>nte saldaria sua dívida para com o Estado. Contudo, isso não ocorria. Após a sua<br />

inserção nas terras, os mesmos ficavam à sua própria sorte, assim, tornando-se a<br />

Província um local pouco chamativo para a continuida<strong>de</strong> <strong>de</strong>sses imigrantes, assim como<br />

para a vinda <strong>de</strong> outros. 104<br />

Po<strong>de</strong>mos perceber também que o imigrante ao chegar sofria vexames que o<br />

<strong>de</strong>sanimavam para o trabalho, apesar <strong>de</strong> ser um sujeito <strong>de</strong>sejado pelas autorida<strong>de</strong>s<br />

políticas para fazer frente ao processo colonizador este era vítima do preconceito que os<br />

moradores locais promoviam com os mesmos, piadas referentes a sua forma <strong>de</strong> viver,<br />

comer, crer, entre outras faziam parte do repertório dos sarristas. Entretanto o que mais<br />

<strong>de</strong>sanimava o imigrante, segundo o relatório do próprio Presi<strong>de</strong>nte da Província era o<br />

abandono dos incentivos do governo que este ficava sujeito após chegar às terras<br />

paranaenses, ou seja, entregues a própria sorte e sem maneiras <strong>de</strong> voltar.<br />

Quanto à colonização para atrair colonos ou imigrantes para a Província do<br />

Paraná, o Ministério da Agricultura fornecia alguns incentivos, tais como: o local<br />

escolhido localizava-se próximo a alguma cida<strong>de</strong>, on<strong>de</strong> os mesmos po<strong>de</strong>riam ven<strong>de</strong>r sua<br />

produção; as terras eram <strong>de</strong>marcadas por meio <strong>de</strong> lotes e construída uma residência para<br />

a família; para cada colono acima <strong>de</strong> <strong>de</strong>z anos, era fornecido um auxílio <strong>de</strong> 20$000; a<br />

família recebia mais 20$000 para a compra <strong>de</strong> utensílios <strong>de</strong> trabalho e sementes. Além<br />

disso, <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> instalado, o governo contratava o homem para trabalhar na construção<br />

<strong>de</strong> estradas, recebendo as ferramentas para <strong>de</strong>senvolver sua ativida<strong>de</strong>. Com isso o<br />

governo passava a não precisar mais dar o auxilio a essa família, po<strong>de</strong>ndo ela viver com<br />

103 I<strong>de</strong>m. p. 79.<br />

104 I<strong>de</strong>m. p. 78 - 79.<br />

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