EVANDRO RITT - Universidade Estadual de Londrina
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Presi<strong>de</strong>nte Lamenha Lins, nesta citação, ocorreram mais especificamente, em 1854,<br />
próximos a Guarapuava e São José dos Pinhais, quando índios constantemente<br />
promoviam ataques aos colonos invasores <strong>de</strong> suas terras. 91 Houve também o episódio<br />
ocorrido em 1863, na localida<strong>de</strong> conhecida como Cavernoso, no distrito <strong>de</strong> Guarapuava,<br />
na residência do colono Joaquim <strong>de</strong> Freitas.<br />
No entanto, os problemas referentes aos índios continuavam sendo a sua pouca<br />
disposição em a<strong>de</strong>quarem-se à forma <strong>de</strong> vida da socieda<strong>de</strong> “civilizada”: recusavam a<br />
catequese, o modo <strong>de</strong> vida do branco e não aceitavam a invasão dos colonos sobre suas<br />
terras. Assim, os conflitos eram constantes, bem como o medo <strong>de</strong> uma possível revolta<br />
dos índios contra os colonos.<br />
Dos quatro al<strong>de</strong>amentos que existiam na Província, apenas dois ainda<br />
funcionavam, mas com certa restrição: o <strong>de</strong> São Pedro <strong>de</strong> Alcântara e o <strong>de</strong> São<br />
Jerônimo. O Presi<strong>de</strong>nte elogiou o funcionamento <strong>de</strong> ambos, graças à boa administração<br />
<strong>de</strong> seus diretores. Quanto aos outros dois, um foi <strong>de</strong>clarado extinto, o al<strong>de</strong>amento <strong>de</strong><br />
São Thomaz <strong>de</strong> Papandaya, on<strong>de</strong> os trabalhadores reclamavam da ausência do diretor e<br />
este, por sua vez, reclamava da insubordinação dos trabalhadores em realizar as tarefas<br />
cotidianas. Dessa forma, para acabar com o impasse o Presi<strong>de</strong>nte extinguiu esse<br />
al<strong>de</strong>amento.<br />
Já o al<strong>de</strong>amento <strong>de</strong> Paranapanema subsistia, nem mesmo relatório sobre as<br />
ativida<strong>de</strong>s o seu diretor havia entregado para se saber sobre a situação do mesmo. O fato<br />
é que os índios passaram a ter um tratamento secundário, pois o que os Presi<strong>de</strong>ntes<br />
<strong>de</strong>nominavam <strong>de</strong> Catequese nada mais era que a tentativa <strong>de</strong> a<strong>de</strong>quar os mesmos à vida<br />
“civilizada”. Estes, por sua vez, recusavam-se, pois como foi informado anteriormente,<br />
a vida era difícil nestes al<strong>de</strong>amentos, visto que não contavam com praticamente<br />
nenhuma ajuda dos governos, tanto provincial quanto imperial. Os índios foram<br />
<strong>de</strong>ixados à sua própria sorte, retornando ao seu cotidiano nas matas, tornando-se uma<br />
ameaça ao processo <strong>de</strong> colonização e ocupação dos colonos brasileiros e imigrantes.<br />
Po<strong>de</strong>mos notar que as primeiras preocupações das autorida<strong>de</strong>s políticas, em<br />
relação à ocupação do espaço territorial, voltavam-se aos al<strong>de</strong>amentos dos indígenas,<br />
sua manutenção e preservação, pois os mesmos sentiam-se ameaçados com a presença<br />
dos intrusos, visto que os colonos e colonizadores acabavam com suas formas <strong>de</strong><br />
subsistência, como a caça, a pesca e a vida seminôma<strong>de</strong> <strong>de</strong> plantio da terra. A estratégia<br />
91 Ver: GÓIS E VASCONSELLOS, Zacarias. Relatório do Presi<strong>de</strong>nte da Província... Op. Cit. 1854.<br />
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