14.10.2014 Views

EVANDRO RITT - Universidade Estadual de Londrina

EVANDRO RITT - Universidade Estadual de Londrina

EVANDRO RITT - Universidade Estadual de Londrina

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

informações que <strong>de</strong>pois eram utilizadas nas estratégias para possíveis ações referentes<br />

às colônias.<br />

Essas fontes não serviram como meros dados estatísticos ou informações sobre<br />

os avanços ou dificulda<strong>de</strong>s enfrentadas pelos administradores das colônias,<br />

al<strong>de</strong>amentos, comissão <strong>de</strong> estradas, entre outros representados na escrita do relatório do<br />

Ministro da Guerra ou do Presi<strong>de</strong>nte da Província. Enten<strong>de</strong>mos que essas fontes<br />

serviram como recenseamentos, como reflete Clau<strong>de</strong> Reffestin, ou seja, a utilização do<br />

recenseamento pelas autorida<strong>de</strong>s políticas torna-se uma análise que permite conhecer,<br />

organizar e manter um domínio sobre os grupos <strong>de</strong> pessoas. Produz um saber que é<br />

configurado em po<strong>de</strong>r e que <strong>de</strong>termina uma imagem da população. Tem-se, com essa<br />

medida promovida pelo Estado, uma forma <strong>de</strong> fortalecimento do controle e da<br />

capacida<strong>de</strong> do governo <strong>de</strong> administrar as ações dos grupos <strong>de</strong> indivíduos que compõe a<br />

população.<br />

[...] O recenseamento permite conhecer a extensão <strong>de</strong> um recurso (que<br />

implica também um custo), no caso a população. Nessa relação que é<br />

o recenseamento, por meio da imagem do número o Estado ou<br />

qualquer tipo <strong>de</strong> organização procura aumentar sua informação sobre<br />

um grupo e, por conseqüência, seu domínio sobre ele. 84<br />

A gran<strong>de</strong> região que englobava o Oeste catarinense, Sudoeste e Oeste<br />

paranaense preocupavam as autorida<strong>de</strong>s brasileiras que pretendiam sua colonização, o<br />

que significava ocupar esse espaço para não permitir a invasão das nações vizinhas.<br />

Uma das estratégias utilizadas pelo governo fe<strong>de</strong>ral, mesmo após o fim da guerra contra<br />

o Paraguai, foi a <strong>de</strong> construir estradas, ou picadas, como eram <strong>de</strong>nominadas, a fim <strong>de</strong><br />

levar a colonização para essas regiões. Contudo, era também necessário levar o<br />

<strong>de</strong>senvolvimento a essas regiões. Com tal finalida<strong>de</strong>, o governo províncial paranaense<br />

promoveria a vinda <strong>de</strong> imigrantes, realizando primeiramente a colonização próxima aos<br />

centros urbanos para, posteriormente, ir ao interior. Assim, o imigrante levaria ao<br />

interior o elemento nacional que levaria o mo<strong>de</strong>lo social <strong>de</strong>sejado pelos governantes e<br />

retiraria dali o “in<strong>de</strong>sejado” à esse mo<strong>de</strong>lo: o indígena.<br />

Antes da formação da Província do Paraná, seu território fazia parte da Província<br />

<strong>de</strong> São Paulo, e o gran<strong>de</strong> problema enfrentado pelos administradores no processo <strong>de</strong><br />

ocupação das terras estava relacionado ao indígena. Em 1847, o Presi<strong>de</strong>nte da Província<br />

84 RAFFESTIN, Clau<strong>de</strong>. Por uma Geografia do Po<strong>de</strong>r. p. 67. Op. Cit.<br />

46

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!