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EVANDRO RITT - Universidade Estadual de Londrina

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problematizadas em nenhum momento <strong>de</strong> seu texto, sendo que a formação <strong>de</strong> uma<br />

socieda<strong>de</strong> que trabalhava e vivia no interior das matas simplismente apareceram nos<br />

sertões fruto da miscigenação <strong>de</strong> duas populações, além <strong>de</strong> ressaltar o caráter<br />

estereotipado em relação aos pobres e populações indígenas, <strong>de</strong>monstra bastante<br />

<strong>de</strong>terminismo em suas afirmações.<br />

Segundo Boutin, o administrador da colônia informou ao governo <strong>de</strong> Curitiba<br />

que seu progresso não era maior porque a colônia não fora construída em conformida<strong>de</strong><br />

com o Regulamento <strong>de</strong> 22 <strong>de</strong> <strong>de</strong>zembro <strong>de</strong> 1858, ou seja, que <strong>de</strong>veria ser<br />

exclusivamente composta por membros do Exército. Dizia ainda que <strong>de</strong> militar só<br />

tinham o nome e havia começado com mau pessoal: paisanos, em geral sem ânimo <strong>de</strong><br />

nela fixarem sua residência, e contra os quais não se podia fazer efetivo o rigor e a<br />

disciplina militar, como aconteceria se militarmente tivesse sido construída.” 71<br />

Relativo ao progresso da região, Boutin é bastante otimista e assim relata o<br />

<strong>de</strong>senvolvimento do comércio:<br />

Aumentou a produção da aguar<strong>de</strong>nte, do feijão, do arroz e do milho,<br />

mas baixou a produção do açúcar e do polvilho. Ampliavam-se as<br />

roças, mas quase nada consta sobre a criação <strong>de</strong> animais. Há<br />

referências apenas que nos fez supor que a criação se limitava à <strong>de</strong><br />

consumo doméstico, como porcos, galinhas e vacas leiteiras. Mas<br />

especialmente os cavalos e mulas usados nos trabalhos agrícolas,<br />

transportes e como montaria. 72<br />

Boutin também <strong>de</strong>screve a Colônia Militar <strong>de</strong> Chapecó, fundada em 16 <strong>de</strong><br />

novembro <strong>de</strong> 1859 pelo governo imperial. Para o autor, criavam-se duas colônias<br />

militares na Província do Paraná e ao mesmo tempo emitiam as “instruções” para a<br />

localização e finalida<strong>de</strong>s das mesmas. Entretanto, as colônias militares não foram<br />

fundadas nesse período, na década <strong>de</strong> 1860, elas só foram postas novamente nas<br />

discussões para sua fundação em início <strong>de</strong> 1880, que segundo Boutin:<br />

[...] em 14 <strong>de</strong> março <strong>de</strong> 1882 é que se instalou a colônia militar do<br />

Chapecó, isto porque a Argentina em 22 <strong>de</strong> <strong>de</strong>zembro <strong>de</strong> 1881 havia<br />

criado por <strong>de</strong>creto a Gobernación <strong>de</strong> Misiones em cujo território<br />

incluía-se aquela área em litígio, entre outros os rios Chapecó e<br />

Chopim. 73<br />

71 I<strong>de</strong>m. p. 26.<br />

72 I<strong>de</strong>m. p. 25.<br />

73 I<strong>de</strong>m. p. 31.<br />

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