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EVANDRO RITT - Universidade Estadual de Londrina

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tinha sobre si, ou seja, essas colônias representaram o pensamento dos militares em<br />

relação à sua representativida<strong>de</strong> social e política e tiveram como finalida<strong>de</strong> formar a<br />

i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong> do Exército como instituição do Estado brasileiro. 63<br />

Dessa forma, preten<strong>de</strong>mos analisar, por meio das ações dos militares, como se<br />

formou o seu pensamento político, os motivos institucionais no período do final do<br />

governo imperial e início do governo republicano, que os levaram a instalar e<br />

administrar, em região <strong>de</strong> sertão, uma Colônia Militar. Não tencionamos neste trabalho<br />

<strong>de</strong>talhar todos os aspectos sociais e políticos dos militares e <strong>de</strong> sua instituição na vida<br />

pública e/ou política do país, ou seja, realizar uma História do Exército ou dos militares.<br />

Nossa ênfase se dará sobre as características sociais e políticas que levaram os<br />

militares a fundar a Colônia Militar na foz do rio Iguassú no ano <strong>de</strong> 1889 e como<br />

colaboraram com a <strong>de</strong>limitação fronteiriça da nação brasileira, em relação aos outros<br />

países vizinhos do Brasil. Preten<strong>de</strong>mos também pontuar os objetivos que nortearam os<br />

trabalhos dos militares na Colônia Militar e tentar compreen<strong>de</strong>r as leis <strong>de</strong><br />

funcionamento que os mesmos fizeram vigorar tanto para os moradores como para os<br />

estrangeiros da Colônia Militar no <strong>de</strong>correr <strong>de</strong> seu trabalho administrativo.<br />

Frank McCann pesquisou sobre essa instituição <strong>de</strong> 1889, do início da República<br />

até 1937, momento crucial do governo Vargas e da promoção do Golpe do Estado<br />

Novo, acontecimento que teve a participação e a conivência do exército, nesse episódio.<br />

Segundo Frank McCann:<br />

O Exército também administrava colônias militares no Rio Gran<strong>de</strong> do<br />

Sul, Santa Catarina, São Paulo, Mato Grosso, Goiás, Pará e<br />

Amazonas, que envolviam os oficiais em numerosas ativida<strong>de</strong>s<br />

relacionadas ao <strong>de</strong>senvolvimento da infra estrutura e davam ao<br />

Exército a percepção institucional das condições nas regiões <strong>de</strong><br />

fronteira. Essas colônias, originadas na década <strong>de</strong> 1850, eram<br />

povoadas sobre tudo por imigrantes estrangeiros, particularmente nas<br />

províncias meridionais. Existiam para fortalecer as reivindicações a<br />

territórios fronteiriços disputados e povoar as áreas internas na<br />

fronteira. 64<br />

63 Sobre a formação do pensamento militar a partir do século XIX. Cf: MCCANN, Frank. Soldados da<br />

Pátria: história do Exército brasileiro, 1889 – 1937. São Paulo: Companhia das Letras, 2007. Tradução:<br />

Laura Teixeira Motta. COELHO, Edmundo Campos. Em busca <strong>de</strong> i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong>: o exército e a política na<br />

socieda<strong>de</strong> brasileira. Rio <strong>de</strong> Janeiro; Record, 2000. SHULZ, John. Exército na política: origens da<br />

intervenção militar 1850 – 1894. São Paulo, Editora da <strong>Universida<strong>de</strong></strong> <strong>de</strong> São Paulo, – EDUSP – 1994.<br />

64 MCCANN, Frank. Soldados da Pátria: história do Exército brasileiro, 1889 – 1937. São Paulo:<br />

Companhia das Letras, 2007. Tradução: Laura Teixeira Motta. p. 40.<br />

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