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EVANDRO RITT - Universidade Estadual de Londrina

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Tratado <strong>de</strong> El Pardo, 1761. O terceiro, e o que mais se aproximou da atual <strong>de</strong>limitação,<br />

foi o Tratado <strong>de</strong> Santo Il<strong>de</strong>fonso, <strong>de</strong> 1777, que “[...] ratificou como divisa entre o Brasil<br />

e a Argentina aqueles dois afluentes do Rio Uruguai e Rio Iguaçu [...].” 55<br />

Após a Guerra do Paraguai, mais especificamente em 1881, a Argentina viria<br />

apresentar uma nova interpretação do Tratado <strong>de</strong> Santo Il<strong>de</strong>fonso segundo os<br />

argumentos dos especialistas <strong>de</strong>sse país, que afirmavam que a sua fronteira na região em<br />

questão iria até os rios on<strong>de</strong> se localiza os rios Chapecó e Chopim, <strong>de</strong>clarando que estes<br />

eram os rios Pepiry-Guaçu e Santo Antônio, respectivamente, na tentativa <strong>de</strong> reviver os<br />

acordos do Tratado <strong>de</strong> Madri requerendo para si toda a região compreendida atualmente<br />

como o Sudoeste paranaense e Oeste <strong>de</strong> Santa Catarina. 56<br />

O Brasil não só não concordou com a interpretação dos vizinhos argentinos,<br />

como iniciou um plano para melhorar a comunicação com a região, entre as estratégias<br />

estavam: construir uma linha férrea para interligar o Porto <strong>de</strong> Paranaguá com a<br />

navegação pelo rio Iguaçu, e inaugurar duas colônias militares, Chopim e Chapecó. 57 A<br />

prática era a <strong>de</strong> usar da força e <strong>de</strong>monstrar que a invasão não seria tolerável. Força, pelo<br />

fato <strong>de</strong> que muitas vezes essas colônias não tinham a real função <strong>de</strong> promover uma<br />

resistência bélica à invasão dos vizinhos, mas seria uma instituição que faria frente a<br />

uma possível invasão, visto que um ataque seria consi<strong>de</strong>rado uma atitu<strong>de</strong> que<br />

provocaria a guerra entre esses países.<br />

Os autores que dissertaram sobre a região Oeste paranaense, analisados<br />

anteriormente, e que fizeram referência à Colônia Militar <strong>de</strong> Foz do Iguaçu, atribuem à<br />

sua criação o motivo <strong>de</strong> ser um espaço estratégico do ponto <strong>de</strong> vista da <strong>de</strong>fesa do<br />

território. Assim, a reivindicação dos militares tinha como argumento o ponto<br />

estratégico da região, caso uma guerra ocorresse entre Brasil e Argentina ou contra o<br />

Paraguai.<br />

Os militares sabiam que sozinhos não teriam êxito na ocupação, por isso<br />

pensaram em colonizar a região com indivíduos que pu<strong>de</strong>ssem reproduzir os mo<strong>de</strong>los<br />

culturais e sociais brasileiros. Liliane da Costa Freitag <strong>de</strong>staca que os políticos da<br />

Província do Paraná também se preocupavam com o <strong>de</strong>senrolar das discussões sobre a<br />

região Oeste. As informações sobre a possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> se explorar o comércio da erva<br />

mate e da ma<strong>de</strong>ira incitava o <strong>de</strong>sejo dos políticos e dos empresários da Província do<br />

55 LOPES, Sergio. O território do Iguaçu no contexto da “Marcha para o Oeste”. Cascavel: edunioeste,<br />

2002. (Coleção Thésis). p. 73.<br />

56 I<strong>de</strong>m. p. 75.<br />

57 I<strong>de</strong>m. p. 75.<br />

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