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EVANDRO RITT - Universidade Estadual de Londrina

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O responsável pela construção dos argumentos <strong>de</strong> <strong>de</strong>fesa do Brasil foi Rio<br />

Branco e po<strong>de</strong>mos <strong>de</strong>stacar o cuidado e o trato que o Barão dava à missão imputada a<br />

ele. Cuidava <strong>de</strong> todos os <strong>de</strong>talhes: um exemplo é a escolha da equipe que ele exigiu para<br />

ajudá-lo no processo contra a Argentina, na qual o tradutor era um brasileiro que residia<br />

há muito nos Estados Unidos da América, profundo conhecedor da língua portuguesa e<br />

um ótimo tradutor para o inglês, pois residia há bastante tempo nesse país, on<strong>de</strong><br />

trabalhava como professor. Deve-se lembrar que o árbitro no processo era o Presi<strong>de</strong>nte<br />

dos Estados Unidos da América, por isso o trabalho do Barão foi tão bem reconhecido<br />

pela antecipação dos possíveis fatos, contando com bons estrategistas políticos e com a<br />

possível tradução <strong>de</strong>sses documentos para a língua inglesa. 51<br />

Um dos argumentos históricos realizados por Rio Branco foi o <strong>de</strong> que paulistas<br />

percorriam a região em pleno século XVII, com a finalida<strong>de</strong> <strong>de</strong> realizar comunicação<br />

entre os estados <strong>de</strong> São Paulo e Rio Gran<strong>de</strong> do Sul, assim como a <strong>de</strong> capturar índios<br />

para serem comercializados como escravos na capital. 52<br />

Outro argumento forte <strong>de</strong> Rio Branco, como <strong>de</strong>staca Lobo, foi que:<br />

Na memória brasileira figuram os nomes <strong>de</strong> todos esses atlas e<br />

mapas 53 , com suas edições. Só em 1889 se viu o governo argentino na<br />

contingência <strong>de</strong> <strong>de</strong>clarar que não tinha mapas oficiais, acrescentando<br />

que, se alguns invocavam esse caráter, não eram reconhecidos em<br />

matérias internacionais. Isso se explicava por ter o Brasil, ainda em<br />

1884, citado vários mapas como prova <strong>de</strong> que a Argentina, em<br />

publicações oficiais, reconhecia até 1881 como fronteira, a ocupada e<br />

<strong>de</strong>fendida por nós. 54<br />

Sérgio Lopes, ao analisar a criação do Território Nacional do Iguaçu pelo<br />

governo Vargas, contextualiza a região antes da criação do território nacional. Para<br />

Sérgio Lopes, a origem dos conflitos entre Brasil e Argentina pelas terras <strong>de</strong>ssa região<br />

seria <strong>de</strong>s<strong>de</strong> os tempos da colonização portuguesa e espanhola que, por meio dos tratados<br />

sobre as <strong>de</strong>limitações fronteiriças, motivou várias contestações entre esses dois povos.<br />

Sobre os tratados <strong>de</strong> <strong>de</strong>limitações fronteiriças entre Brasil e Argentina, o primeiro <strong>de</strong><br />

relevância a ser <strong>de</strong>stacado é o <strong>de</strong> Madri, 1750, ainda no período colonial, que <strong>de</strong>limitava<br />

a fronteira entre os dois países os rios Pepiry – Guaçu e Santo Antônio. O segundo foi o<br />

51 I<strong>de</strong>m. P. 21 – 22.<br />

52 I<strong>de</strong>m. P. 80.<br />

53 Des<strong>de</strong> o período colonial tanto a coroa quanto o império produziram vários mapas e atlas referentes a<br />

introdução no interior por meio <strong>de</strong> expedições ou das ban<strong>de</strong>iras, sendo que no século XIX essas terras,<br />

pelo menos no imaginário das pessoas, eram conhecidas dos brasileiros.<br />

54 I<strong>de</strong>m. P. 80 – 81.<br />

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