EVANDRO RITT - Universidade Estadual de Londrina
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comportamento do „brasileiro” e a cultura, práticas e cotidiano da população que, diante<br />
da Colônia Militar, foram per<strong>de</strong>ndo suas práticas sociais, políticas e culturais.<br />
Além disso, preten<strong>de</strong>mos pesquisar as práticas, projetos e imaginários dos<br />
dirigentes e da população da região a partir da Colônia Militar, que nesta abordagem<br />
po<strong>de</strong> contribuir para a construção <strong>de</strong> conhecimentos da História <strong>de</strong>sses grupos,<br />
<strong>de</strong>monstrando que seu <strong>de</strong>senvolvimento não se <strong>de</strong>u <strong>de</strong> forma tranqüila e homogênea,<br />
mas foi o resultado <strong>de</strong> conflitos e <strong>de</strong> resistências tanto dos militares quanto das<br />
populações <strong>de</strong>ssa região.<br />
O conceito <strong>de</strong> colonização será utilizado concomitante ao conceito <strong>de</strong> fronteira<br />
formado por José <strong>de</strong> Souza Martins, o qual afirma que a fronteira se caracteriza pelo<br />
estágio da história em que as relações sociais e políticas <strong>de</strong> uma <strong>de</strong>terminada região<br />
estão, <strong>de</strong> certo modo, marcadas pelo movimento <strong>de</strong> expansão <strong>de</strong>mográfica sobre terras<br />
“não ocupadas” ou “insuficientemente” ocupadas. Esse processo resulta ser uma história<br />
<strong>de</strong> ocupação e colonização, on<strong>de</strong> muitas vezes o resultado é o conflito entre os grupos<br />
que vivem nessa região e o colonizador, entre os índios <strong>de</strong> um lado e civilizados <strong>de</strong><br />
outro. Dessa relação surge o conflito no encontro com o outro e o <strong>de</strong>sencontro das<br />
temporalida<strong>de</strong>s dos grupos.<br />
Nesse sentido trataremos a colonização do Oeste paranaense pelos militares, por<br />
meio da Colônia Militar, pela <strong>de</strong>finição do conceito <strong>de</strong> fronteira, como <strong>de</strong>staca José <strong>de</strong><br />
Souza Martins:<br />
Ela é fronteira <strong>de</strong> muitas e diferentes coisas: fronteira da civilização<br />
(<strong>de</strong>marcada pela barbárie que nela se oculta), fronteira espacial,<br />
fronteira <strong>de</strong> culturas e visões <strong>de</strong> mundo, fronteira <strong>de</strong> etnias, fronteira<br />
da História e da historicida<strong>de</strong> do homem. E, sobretudo, fronteira do<br />
humano. 6<br />
Haja vista que a fronteira, como em toda colonização, é o lugar on<strong>de</strong> ocorrem<br />
conflitos, <strong>de</strong>sencontros, violência e, em casos mais graves, o assassinato, como é o caso<br />
dos militares e das populações que viviam na região da Colônia Militar <strong>de</strong> Foz do<br />
Iguaçu.<br />
Nossas principais fontes serão os Relatórios dos Presi<strong>de</strong>ntes da Província do<br />
Paraná, os Relatórios produzidos pelos Ministros da Guerra e os relatos produzidos<br />
6 MARTINS, José <strong>de</strong> Souza. Fronteira: a <strong>de</strong>gradação do outro nos confins do humano. São Paulo; Hucite,<br />
1997. p. 13.<br />
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