14.10.2014 Views

EVANDRO RITT - Universidade Estadual de Londrina

EVANDRO RITT - Universidade Estadual de Londrina

EVANDRO RITT - Universidade Estadual de Londrina

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

Assim, a proposta <strong>de</strong>ste trabalho é analisar os diferentes acontecimentos que<br />

contribuíram para esse processo histórico da fundação da Colônia Militar em Foz do<br />

Iguaçu, priorizando o papel dos militares e <strong>de</strong> suas ações referentes à ocupação e<br />

nacionalização da região e, a partir daí, procurar <strong>de</strong>svelar a política adotada pelo Estado,<br />

pelas autorida<strong>de</strong>s centrais e regionais, no período imperial e início da república, e suas<br />

concepções referentes à ocupação do território em questão.<br />

Outro conceito fundamental para a nossa pesquisa é o <strong>de</strong> fronteira. Nesse<br />

aspecto cabe discutir sobre a construção da fronteira no seu sentido formativo <strong>de</strong> região<br />

e <strong>de</strong> Estado-nação. Cabe ressaltar o caráter particular <strong>de</strong> cada fronteira, na perspectiva<br />

<strong>de</strong> construção <strong>de</strong> uma teoria sobre as ações governamentais, tanto regionais quanto<br />

nacionais.<br />

Entre outros autores que discutem a noção <strong>de</strong> fronteira, Tau Golin, argumenta a<br />

partir da eliminação <strong>de</strong> abordagens <strong>de</strong> construção sobre fronteira, na perspectiva das<br />

análises historiográficas que abordam o lusitanismo. No conceito do autor, tal expressão<br />

correspon<strong>de</strong> à busca pela formação <strong>de</strong> um estado exclu<strong>de</strong>nte sobre um país heterogêneo<br />

e sobre as abordagens platinas, que têm como características a construção <strong>de</strong> uma<br />

fronteira dualista. Golin afirma que:<br />

Os parâmetros dos movimentos histórico-sociais tiveram na fronteira<br />

o espaço político concreto e, antes <strong>de</strong> transparecer como o divisor <strong>de</strong><br />

dois mundos, expressou-se como irradiador <strong>de</strong> significações humanas<br />

e sociais <strong>de</strong> relações e acontecimentos cujas conseqüências<br />

dinamizadoras envolveram milhares <strong>de</strong> indivíduos na flexibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

sua linha. 5<br />

Apoiamo-nos, nesta pesquisa, principalmente, na reflexão realizada por Tau<br />

Golin. Segundo esse autor, a fronteira <strong>de</strong>ve ser entendida como fenômeno histórico, <strong>de</strong><br />

realização social e <strong>de</strong> criação simbólica, produzindo no seu processo a sua força <strong>de</strong><br />

coesão regional e suas hierarquias sociais. Nela encontram-se ambíguas, tensas e em<br />

suas alterida<strong>de</strong>s, a região e a nação.<br />

Assim, preten<strong>de</strong>-se investigar quais as relações entre o Estado-Nação,<br />

representado pelos militares, e a população da fronteira, ou seja, as tensões e conflitos<br />

entre o projeto dos militares (estado nação) para o território, a nacionalida<strong>de</strong>, o<br />

5 GOLIN, Tau. A Fronteira: Governos e movimentos espontâneos na fixação dos limites do Brasil com o<br />

Uruguai e a Argentina. Porto Alegre: L&PM, 2002. p. 15.<br />

15

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!