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EVANDRO RITT - Universidade Estadual de Londrina

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A Colônia Militar <strong>de</strong> Foz do Iguaçu foi fundada em 1889, mas as primeiras<br />

ações do governo, com intuito <strong>de</strong> ocupar a região, ocorreram nas primeiras décadas <strong>de</strong><br />

1870, momento em que o regime imperial procurava, após a Guerra do Paraguai, manter<br />

uma presença mais constante e efetiva nessas terras. Contudo a ocupação real <strong>de</strong>ssa<br />

região se <strong>de</strong>u com a fundação da Colônia Militar.<br />

Nosso estudo preten<strong>de</strong> analisar o contexto histórico do pós-guerra do governo<br />

imperial brasileiro, sob o aspecto da ocupação <strong>de</strong>sses territórios e da fundação da<br />

Colônia Militar, analisando como foi sua administração na região até 1910.<br />

Entretanto, para confirmar se as ações dos militares surtiram efeito, preten<strong>de</strong>mos<br />

pesquisar até 1920, assim po<strong>de</strong>remos analisar sobre as primeiras ações políticas no<br />

então município <strong>de</strong> Foz do Iguaçu e i<strong>de</strong>ntificar se as propostas realizadas pelos militares<br />

e pelo governo brasileiro foram concretizadas em suas ações. Ou seja, se as práticas que<br />

os militares realizaram na região da fronteira foram executadas, realmente, na intenção<br />

<strong>de</strong> nacionalizá-la.<br />

Para analisar a constituição da Colônia, alguns conceitos são fundamentais nesta<br />

pesquisa. Em primeiro lugar, a idéia <strong>de</strong> Estado Nação e seu processo <strong>de</strong> constituição ao<br />

longo do século XIX.<br />

O Estado ergue-se sobre a premissa da <strong>de</strong>limitação exata das fronteiras e da<br />

busca da imposição <strong>de</strong> uma or<strong>de</strong>m jurídica homogênea. Essas ações tiveram como<br />

finalida<strong>de</strong> incorporar o sentimento <strong>de</strong> nação às populações que, segundo o Estado,<br />

estavam à margem do processo civilizatório. Entretanto, ao impor suas práticas,<br />

<strong>de</strong>sconsi<strong>de</strong>rava as práticas sociais, políticas e culturais da população local. Serão<br />

utilizadas as representações simbólicas que compõem o Estado, como a ban<strong>de</strong>ira, as<br />

leis, entre outras, pois <strong>de</strong>ssa maneira são incorporados os conceitos <strong>de</strong> povo e <strong>de</strong> nação<br />

ao território, procurando estabelecer as suas i<strong>de</strong>ologias sobre essa população<br />

consi<strong>de</strong>rada marginalizada. 3<br />

Dessa forma há uma tentativa <strong>de</strong> se criar um conjunto <strong>de</strong> fatores naturais<br />

<strong>de</strong>positários <strong>de</strong> um sentimento comum, no qual as pessoas se vejam inseridas no<br />

processo e reconheça também o seu imaginário nesses fatores, como a natureza, a terra,<br />

que nesse sentido se tornaria comum a todos os indivíduos. 4<br />

3 MAGNOLI. Demétrio. O corpo da pátria: imaginação geográfica e política externa no Brasil (1808 –<br />

1912). São Paulo: Edunesp/Mo<strong>de</strong>rna, 1997. p. 07.<br />

4 I<strong>de</strong>m. p. 11.<br />

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