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EVANDRO RITT - Universidade Estadual de Londrina

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As constantes tentativas dos militares em viabilizar outra forma <strong>de</strong> economia<br />

para a região da Colônia Militar, como fabricas <strong>de</strong> tijolos, <strong>de</strong> açúcar, beneficiamento <strong>de</strong><br />

ma<strong>de</strong>ira também não <strong>de</strong>ram certo, assim como viabilizar uma produção agrícola que<br />

sustentasse a população da Colônia Militar e pu<strong>de</strong>sse alavancar o comércio com centros<br />

mais populosos do Estado tampouco <strong>de</strong>ram certo.<br />

A exploração dos recursos naturais, especialmente a erva mate e a ma<strong>de</strong>ira,<br />

como principal fonte <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento social e econômico da região colaborou como<br />

fator que prejudicou a administração dos militares na região. Esse sistema <strong>de</strong> economia<br />

impedia o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> outros setores, fazendo com que os moradores da<br />

Colônia Militar se voltassem quase que exclusivamente ao trabalho da extração <strong>de</strong>sses<br />

recursos. Os administradores da Colônia Militar chegaram ao ponto <strong>de</strong> arrendarem parte<br />

das terras da colônia para po<strong>de</strong>r cobrar e ter uma renda que pu<strong>de</strong>sse dar o necessário<br />

para a sobrevivência dos militares na região.<br />

Nesse contexto percebemos que os militares que vieram para essas terras como<br />

representantes do po<strong>de</strong>r do Estado acabaram sendo aliciados pelo <strong>de</strong>senvolvimento<br />

econômico da região, ou seja, acabaram trabalhando em função da extração da erva<br />

mate e ma<strong>de</strong>ira, ora tornando-se comerciantes <strong>de</strong>sses produtos, ora aliando-se aos<br />

interesses dos obrageros da região.<br />

As obras dos viajantes, trabalhadores militares da Colônia Militar, engenheiros<br />

que realizaram um passeio ou foram trabalhar na região nos revelam os anseios, <strong>de</strong>sejos<br />

e conflitos gerados a partir da colonização promovida pelo militares por meio da<br />

Colônia Militar. Essas fontes que, ora <strong>de</strong>monstraram os <strong>de</strong>sejos <strong>de</strong> uma socieda<strong>de</strong> na<br />

visão <strong>de</strong> um militar, ora na visão <strong>de</strong> um civil, foram ricas no sentido <strong>de</strong> verificar os<br />

embates e conflitos gerados a partir da convivência <strong>de</strong> militares, obrageros e<br />

trabalhadores das matas, <strong>de</strong>nominados <strong>de</strong> mensús.<br />

O momento político que o Brasil vivia no período colaborou para marcar o fim<br />

da administração dos militares na região. Estes finalizaram suas ativida<strong>de</strong>s na Colônia<br />

Militar e <strong>de</strong>ixaram a administração para os civis da então vila e posteriormente cida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> Foz do Iguaçu. Os citadinos mais abastados procuraram um novo imaginário para<br />

fundar seu discurso <strong>de</strong> dominação política na região. Com a ban<strong>de</strong>ira do turismo essa<br />

elite política também confirmou seus pioneiros.<br />

Quem passeia pelas ruas da cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Foz do Iguaçu atualmente verificará que<br />

muitos dos nomes citados nesse trabalho compõem os nomes das ruas e avenidas da<br />

cida<strong>de</strong>, numa clara evi<strong>de</strong>ncia que a memória dos militares na região compôs a base do<br />

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