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EVANDRO RITT - Universidade Estadual de Londrina

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Jaime Ballão relata que os alimentos continuavam vindo pelo rio, importados da<br />

Argentina, razão pela qual os mesmos eram vendidos bastante caros. No entanto, para<br />

ocupar a região da cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Foz do Iguaçu com colonos, para assim acabar com a<br />

<strong>de</strong>pendência <strong>de</strong> tais alimentos, “[...] foram assignados contractos para a localisação <strong>de</strong><br />

colonos nacionaes e estrangeiros nas terras do município [...]”, 316 ou seja, a estratégia<br />

ainda continuava sendo a <strong>de</strong> utilizar colonos para solucionar os problemas <strong>de</strong><br />

abastecimento na cida<strong>de</strong>.<br />

Sobre Jorge Schimmelpfeng, Jaime Ballão relata que:<br />

A iniciativa do Sr. Jorge Schimmelpfeng não é <strong>de</strong> um commerciante: -<br />

é <strong>de</strong> um patriota, elle não a empreen<strong>de</strong> como commerciante, pois para<br />

tal teria á mão negócios com garantia <strong>de</strong> lucros immediatos, mas como<br />

paranaense, que <strong>de</strong>seja ver conhecidas as bellezas <strong>de</strong> sua terra. 317<br />

Porém, o serviço <strong>de</strong> transporte que levava os turistas até as Cataratas era <strong>de</strong><br />

proprieda<strong>de</strong> <strong>de</strong> Jorge Schimmelpfeng. Além da exploração do comércio da erva mate e<br />

<strong>de</strong> indústrias na região, o turismo era uma aposta do empresário. Contudo, naquele<br />

momento, não rendia muitos lucros pela dificulda<strong>de</strong> <strong>de</strong> acesso à região das Cataratas por<br />

turistas, mas com a construção da estrada essa situação po<strong>de</strong>ria mudar com a vinda <strong>de</strong><br />

pessoas a partir <strong>de</strong> Curitiba, que po<strong>de</strong>riam se hospedar no Hotel Cassino, construído<br />

<strong>de</strong>fronte às Cataratas do Iguaçu.<br />

Mas a vida cotidiana da população iguaçuense ainda passava pelo<br />

<strong>de</strong>senvolvimento do comércio da erva mate e da ma<strong>de</strong>ira. Jaime Ballão elenca os portos,<br />

estradas e as principais empresas que comercializam e passavam pela cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Foz do<br />

Iguaçu, entre elas a <strong>de</strong> Domingos Barthe, São Francisco, Nuñes e Gybarra & CIA,<br />

Britania, Artaza <strong>de</strong> Julio Allica, Companhia Larangeiras, todas <strong>de</strong> procedência<br />

argentina, que cruzavam o rio Paraná levando mercadorias e trazendo mantimentos e<br />

pessoas para trabalhar ou para conhecer as Cataratas do Iguaçu na forma <strong>de</strong> turistas.<br />

Percebemos que mesmo as estratégias <strong>de</strong> ocupação tendo mudado seu foco com<br />

a criação do município <strong>de</strong> Foz do Iguaçu, pouca coisa mudou no cotidiano das<br />

populações que ali viviam: a região, e especialmente a população da antiga Colônia<br />

Militar, e posteriormente do município, não mudaram suas vidas acompanhando a<br />

mudança administrativa. A erva mate e a ma<strong>de</strong>ira ainda dominavam o <strong>de</strong>senvolvimento<br />

da vida social e comercial <strong>de</strong>ssas populações. Entretanto, um novo empreendimento<br />

316 I<strong>de</strong>m. p. 08.<br />

317 I<strong>de</strong>m. p. 31.<br />

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