14.10.2014 Views

EVANDRO RITT - Universidade Estadual de Londrina

EVANDRO RITT - Universidade Estadual de Londrina

EVANDRO RITT - Universidade Estadual de Londrina

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

No <strong>de</strong>sempenho <strong>de</strong> suas funções, fez uso <strong>de</strong> diferentes estratégias <strong>de</strong><br />

atuação para obter riquezas materiais e status social junto a colonos,<br />

comerciantes, negociantes argentinos e militares. Afastou-se do cargo<br />

público na medida em que a casa <strong>de</strong> comércio lhe facultava maior<br />

lucro e reconhecimento social, a ponto <strong>de</strong> ser visto como um coronel<br />

por muitos colonos. 309<br />

Conjuntamente com os irmãos paraguaios Gregório Charon, Estevão Charon e<br />

Felix Charon. Jorge Schimmelpfeng controlava o comércio e a exploração da erva mate<br />

na região, tornando-se o maior comprador, e conseqüentemente ven<strong>de</strong>dor, <strong>de</strong>sse produto<br />

para exportação em terras argentinas. Myskiw aponta que Jorge Schimmelpfeng exercia<br />

tal influência na região que conseguiu, junto aos militares da Colônia Militar, que um<br />

dos irmãos Charon, seu empregado, assumisse um dos cargos <strong>de</strong> fiscalização do<br />

comércio da erva mate, enquanto os outros dois irmãos eram utilizados como<br />

“pistoleiros”, amedrontando e afugentando aqueles que não obe<strong>de</strong>cessem às or<strong>de</strong>ns do<br />

“coronel da fronteira”. 310<br />

Sua filha relata também que Jorge Schimmelpfeng foi o precursor das ativida<strong>de</strong>s<br />

comerciais relacionadas ao turismo da região, com isso:<br />

Foz do Iguaçu entrou na rota do turismo, aureolada pela lenda <strong>de</strong><br />

Naipi e Tarobá... Passou pelo tempo das picadas, trilhas abertas na era<br />

Foz – Colônia, percorridas ao lombo <strong>de</strong> animais, para atingir o refugio<br />

dos lendários namorados, a fonte esplendorosa das águas, imantada <strong>de</strong><br />

tanta beleza que iria atrair todo o mundo a seus pés, com a<br />

<strong>de</strong>nominação <strong>de</strong> Saltos do Iguaçu ou <strong>de</strong> Santa Maria. 311<br />

Notamos que a gran<strong>de</strong> preocupação da elite iguaçuense pós Colônia Militar,<br />

tanto Jorge como Ottília Schimmelpfeng, entre outros, procuraram tornar a cida<strong>de</strong> uma<br />

região voltada especialmente para o turismo com a exploração das belezas das Cataratas<br />

do Iguaçu. Esse rumo administrativo da cida<strong>de</strong> contou com o apoio dos governos<br />

estadual e fe<strong>de</strong>ral, na intenção <strong>de</strong> confirmar os interesses <strong>de</strong>ssa elite.<br />

Nos relatos <strong>de</strong> Ottília Schimmelpfeng, ela narra um episodio importante para<br />

que o turismo se tornasse o carro chefe das rendas locais, foi a visita <strong>de</strong> Santos Dumont<br />

à cida<strong>de</strong> e às Cataratas do Iguaçu. Sobre a visita foi dito que:<br />

309 MYSKIW, Antonio Marcos. Afronteira como <strong>de</strong>stino <strong>de</strong> viagem... Op. Cit. p. 223.<br />

310 I<strong>de</strong>m. p. 208.<br />

311 SCHIMMELPFENG, Ottília. Retrospectos iguaçuenses... Op. Cit. p. 22.<br />

128

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!