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EVANDRO RITT - Universidade Estadual de Londrina

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Schimmelpfeng, sobre a cida<strong>de</strong> e a socieda<strong>de</strong> <strong>de</strong> Foz do Iguaçu. Ela reforça os relatos<br />

<strong>de</strong> Silveira Netto:<br />

[...] Não possuía meios <strong>de</strong> comunicação pelo território brasileiro. O<br />

acesso dava-se através da República Argentina, por meio fluvial.<br />

Posadas tornava-se, então, a metrópole do Alto Paraná, pois, dali<br />

provinha todo o abastecimento <strong>de</strong>stinado à região. A moeda argentina<br />

circulava com domínio absoluto na praça. O peso se introduzia até nas<br />

repartições públicas. 307<br />

O relato <strong>de</strong>staca a figura <strong>de</strong> seu pai Jorge Schimmelpfeng. Segundo ela ele teria<br />

nascido em 3 <strong>de</strong> abril <strong>de</strong> 1876, em Curitiba. Em 1895, já no Exército, foi um dos<br />

integrantes da Aca<strong>de</strong>mia Militar a vaiar o General Jacques Curique. Por este gesto foi<br />

expulso, sendo mais tar<strong>de</strong> anistiado. Voltou para Curitiba on<strong>de</strong> <strong>de</strong>u início à sua carreira<br />

política, conquistando uma ca<strong>de</strong>ira na Câmara Municipal. Afastou-se da Câmara para ir<br />

trabalhar na Comissão Fiscal da Colônia Militar <strong>de</strong> Foz do Iguaçu, on<strong>de</strong>, além <strong>de</strong><br />

prefeito por <strong>de</strong>z anos, também foi Deputado <strong>Estadual</strong>, exerceu cargos <strong>de</strong> Delegado <strong>de</strong><br />

Polícia e inspetor escolar. Destacou-se, segundo Ottília Schimmelpfeng, no pioneirismo,<br />

nos trabalhos relacionados ao turismo, comércio, agricultura e indústria iguaçuense,<br />

além <strong>de</strong> ser um gran<strong>de</strong> comerciante <strong>de</strong> erva mate. 308<br />

Jorge Schimmelpfeng é mencionado na memória da cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Foz do Iguaçu<br />

como um pioneiro da ocupação da região após o fim da administração dos militares na<br />

Colônia Militar, a partir <strong>de</strong> 1912, quando o problema sobre os limites fronteiriços entre<br />

os países estava solucionado e o governo brasileiro, e especialmente o paranaense,<br />

mudou a política relacionada à fronteira Oeste paranaense. Como forma <strong>de</strong> ocupação<br />

<strong>de</strong>sse espaço, resolveu investir na emancipação da Colônia Militar, elevando-a para<br />

município, sendo o primeiro prefeito da então cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Foz do Iguaçu o ex-chefe da<br />

Agência Fiscal <strong>de</strong> Rendas do Paraná, ou seja, Jorge Schimmelpfeng.<br />

Po<strong>de</strong>mos perceber que formar uma elite local, como foi Jorge Shimmelpfeng e<br />

pessoas ligadas a ele, foi a estratégia utilizada para criar na cida<strong>de</strong> e região uma<br />

i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong> local, baseada no mo<strong>de</strong>lo político nacional, mesmo tendo a Colônia Militar e<br />

a cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Foz do Iguaçu mais habitantes estrangeiros, paraguaios e argentinos, que<br />

brasileiros.<br />

Para o historiador Antonio Marcos Myskiw:<br />

307 SCHIMMELPFENG, Ottília. Retrospectos iguaçuenses: narrativas históricas. Foz do Iguaçu: Tezza<br />

editores, 1991. p. 22.<br />

308 I<strong>de</strong>m. p. 12.<br />

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