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EVANDRO RITT - Universidade Estadual de Londrina

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da ma<strong>de</strong>ira, essas populações também <strong>de</strong>senvolviam sua cultura nesse mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> vida,<br />

ou seja, na cultura da erva mate e <strong>de</strong> vida nas matas da região. Assim, em nenhum<br />

momento, nos documentos produzidos pelos militares e viajantes, os mensús são vistos<br />

como uma população ociosa. Os referidos documentos ressaltam a condição difícil do<br />

trabalho <strong>de</strong>senvolvido nas matas como penoso e que o Brasil ou os brasileiros <strong>de</strong>veriam<br />

aproveitar para ocupar a região.<br />

Em uma viagem realizada em 4 <strong>de</strong> janeiro <strong>de</strong> 1874, Silveira Netto, que nasceu<br />

em Morretes, concluiu seus estudos em Curitiba e em 1893 foi funcionário da Delegacia<br />

Fiscal <strong>de</strong> Curitiba, <strong>de</strong>sempenhando a função <strong>de</strong> escriturário e inspetor, cargo que o fez<br />

viajar para várias partes do Estado. Em 1904, foi <strong>de</strong>signado a instalar a Mesa <strong>de</strong> Rendas<br />

do Ministério da Fazenda na Colônia Militar <strong>de</strong> Foz do Iguaçu; todavia, sua viagem<br />

para essa região só ocorreu em setembro <strong>de</strong> 1905.<br />

Conjuntamente com Benedito Nicolau dos Santos, Silveira Netto partiu <strong>de</strong><br />

Curitiba a Paranaguá, passou por Montevidéu, Buenos Aires, Corrientes, Posadas até<br />

chegar à Colônia Militar <strong>de</strong> Foz do Iguaçu, por meio do rio Paraná. A viagem foi feita<br />

em companhia <strong>de</strong> sua esposa, Amélia Cassiana Alcântara, e seus cinco filhos, Tasso,<br />

Hiran, Eloah, Antar e Heleno. Silveira Netto e sua família retornaram a Curitiba em<br />

fevereiro <strong>de</strong> 1906, pelo fato <strong>de</strong> que toda a família teve que se tratar <strong>de</strong> “febre palustre”<br />

295 contraída na região da Colônia Militar.<br />

Em seu relato, Silveira Netto pontua as dificulda<strong>de</strong>s pelas quais passa a Colônia<br />

Militar <strong>de</strong> Foz do Iguaçu:<br />

Atualmente a antiga colônia militar da Foz do Iguaçu (agrícola e<br />

pastoril, mas on<strong>de</strong> até galinhas, ovos e produtos da pequena lavoura,<br />

tal o milho, o feijão e legumes, eram adquiridos a bordo dos navios<br />

que subiam <strong>de</strong> Posadas, a capital <strong>de</strong> Missiones argentinas. Isto ainda<br />

em 1905) é uma cida<strong>de</strong>, no limiar do progresso, apenas; mas já tem<br />

foros <strong>de</strong> cida<strong>de</strong> e com eles conta elementos <strong>de</strong> vida material e<br />

econômica bastantes para a animação da localida<strong>de</strong>. [...]. 296<br />

A explanação <strong>de</strong> Silveira Netto é esclarecedora, isso porque a Colônia Militar,<br />

que foi uma instituição planejada para ocupar a região com os elementos da nação<br />

brasileira, sendo que um dos instrumentos utilizados para tal fim seria a presença <strong>de</strong><br />

colonos produzindo e comercializando em moeda brasileira. Passados quinze anos <strong>de</strong><br />

295 Mais conhecida como malária.<br />

296 SILVEIRA NETTO, Manoel Azevedo da. Do Guairá aos Saltos do Iguaçu. Curitiba: fundação<br />

Cultural: Farol do Saber, 1995. p. 23 – 24.<br />

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