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EVANDRO RITT - Universidade Estadual de Londrina

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Por meio das narrativas percebemos que os militares, com o tempo,<br />

transformaram suas funções administrativas, passando a ser “comerciantes”, com claras<br />

relações com os obrajeros da região, <strong>de</strong>smontando a idéia <strong>de</strong> gran<strong>de</strong>s e abnegados<br />

patriotas <strong>de</strong>fen<strong>de</strong>ndo a fronteira nacional, mas sim ven<strong>de</strong>ndo e dando concessões para a<br />

retirada da erva mate e da ma<strong>de</strong>ira da região da Colônia Militar.<br />

Em outro relato <strong>de</strong> viagem, Arthur Martins Franco, que foi engenheiro e<br />

trabalhou com seu amigo, o também engenheiro Cândido Ferreira <strong>de</strong> Abreu, na<br />

<strong>de</strong>marcação das terras <strong>de</strong>volutas no Oeste paranaense como Comissário <strong>de</strong> Terras,<br />

realizou várias <strong>de</strong>marcações pelo interior do Estado, foi secretário <strong>de</strong> Fazenda no<br />

governo <strong>de</strong> Carlos Cavalcanti e trabalhou também como Diretor do Museu Paranaense,<br />

em Curitiba. Ele escreveu sobre as duas viagens que realizou à região da Colônia<br />

Militar, a primeira em 1904 e a segunda em 1913. A primeira viagem, realizada em<br />

1904, foi feita pelo mar, saindo <strong>de</strong> Paranaguá a São Francisco, e daí a Montevidéu e<br />

Buenos Aires, seguindo pelo rio da Prata e <strong>de</strong>pois pelo rio Paraná, passando pelas<br />

cida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> Rosário, Corrientes, Posadas até seu <strong>de</strong>stino, a Colônia Militar <strong>de</strong> Foz do<br />

Iguaçu.<br />

A segunda viagem foi realizada por linhas férreas, partindo <strong>de</strong> Curitiba com<br />

<strong>de</strong>stino a Uruguaiana, <strong>de</strong>ssa cida<strong>de</strong> o trem passou pela cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Passo <strong>de</strong> los Libres até<br />

Posadas, posteriormente, a viagem foi realizada <strong>de</strong> barco pelo rio Paraná até a Colônia<br />

Militar <strong>de</strong> Foz do Iguaçu. 281<br />

Arthur Martins Franco também não foi militar, era engenheiro civil e<br />

funcionário público <strong>de</strong> carreira. Sua visão sobre a Colônia Militar e a região Oeste do<br />

Paraná também diferencia-se da dos militares. Sua viagem realizada em 1904 teve início<br />

nos últimos dias do mês <strong>de</strong> agosto e contou com várias paradas nos portos que dos rios<br />

da Prata e Paraná, ora em território paraguaio, ora em território argentino, durante o<br />

percurso da viagem. A chegada à Colônia Militar <strong>de</strong> Foz do Iguaçu aconteceu no dia 8<br />

<strong>de</strong> outubro <strong>de</strong> 1904, ou seja, mais <strong>de</strong> um mês durou essa viagem. Ao chegarem à<br />

Colônia Militar foram recebidos pelos membros da Comissão <strong>de</strong> <strong>Estadual</strong> <strong>de</strong> Rendas<br />

Alfredo Dulcidio Pereira, Walfrido <strong>de</strong> Abreu e Egas Borba, e foram recebidos também<br />

pelos moradores da Colônia Fulgencio Pedroso e Dom Jesus Val; na residência <strong>de</strong>ste<br />

último foi on<strong>de</strong> os viajantes se hospedaram.<br />

281 Cf: FRANCO, Arthur Martins. Recordações <strong>de</strong> viagens ao alto Paraná. S/ed. 1973.<br />

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