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EVANDRO RITT - Universidade Estadual de Londrina

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Tornava-se visível que se a floresta fosse utilizada como estava sendo, em pouco<br />

tempo não restaria mais nada para ser comercializado.<br />

Segundo as narrativas <strong>de</strong> Cândido Ferreira <strong>de</strong> Abreu, as ações dos militares na<br />

região estavam totalmente comprometidas. Para ele vários militares vinham à região<br />

“[...] com o pensamento premeditado em fazer fortuna em pouco tempo ou mesmo para<br />

dirimir situações financeiras difíceis [...]”. 276 Salvo raras exceções, essa prática se<br />

esten<strong>de</strong> a todos os membros da Colônia Militar:<br />

[...] Cada oficial é um negociante disfarçado, mas ostensivamente<br />

como o alferes farmacêutico, que negocia em ma<strong>de</strong>iras, ou como o<br />

também alferes secretario que negocia em fazendas da socieda<strong>de</strong> com<br />

Pedroso e outros, enfím, com o atual diretor interino, este é tenente,<br />

Antônio Pimenta da Cunha que negocia com os próprios colonos com<br />

o intermédio da casa Leôncio. 277<br />

Sobre essas acusações, o engenheiro Cândido Ferreira <strong>de</strong> Abreu afirma não ter<br />

provas, porém “[...] estas ocorrências são públicas na Colônia e me foram referidas por<br />

pessoa insuspeita [...]”. 278 Ressaltou ainda que <strong>de</strong>s<strong>de</strong> que foi fundada, a Colônia Militar<br />

é conseqüência <strong>de</strong> uma “[...] série ininterrupta <strong>de</strong> <strong>de</strong>smandos e erros e <strong>de</strong>scalabros [...].”<br />

279 Por parte do corpo <strong>de</strong> oficiais da Colônia Militar.<br />

O viajante-engenheiro divi<strong>de</strong> o tempo da Colônia Militar em dois momentos; o<br />

primeiro correspondia à administração militar, pelo então Tenente Edmundo <strong>de</strong> Barros.<br />

Segundo Cândido Ferreira <strong>de</strong> Abreu, praticamente todas as gran<strong>de</strong>s edificações da<br />

Colônia, assim como a conservação das estradas, o zelo pela administração voltada à<br />

nação podia ser visto nesse período. O segundo momento era justamente o que se estava<br />

vivendo, ou seja, um período <strong>de</strong> corrupção e pouca preocupação pelo bem público, que<br />

teria se iniciado com a vinda do Coronel Torres Homem à Colônia Militar:<br />

O periodo <strong>de</strong> <strong>de</strong>smandos começou na diretoria do Coronel Torres<br />

Homem. Por perseguição política ou por castigo disciplinar o Ministro<br />

da Guerra Mallet obrigou a esse oficial a vir dirigir os <strong>de</strong>stinos da<br />

Colônia. Aí ao chegar faleceu sua senhora e ele nos momentos <strong>de</strong><br />

cólera esbravejava contra aquele Ministro. 280<br />

276 I<strong>de</strong>m. p. 130.<br />

277 I<strong>de</strong>m. p. 130.<br />

278 I<strong>de</strong>m. p. 130.<br />

279 I<strong>de</strong>m. p. 130.<br />

280 I<strong>de</strong>m. p. 131.<br />

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