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EVANDRO RITT - Universidade Estadual de Londrina

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Na segunda parte do texto <strong>de</strong> Cândido Ferreira <strong>de</strong> Abreu, ele <strong>de</strong>screve os<br />

aspectos físicos e sociais da Colônia Militar <strong>de</strong> Foz do Iguaçu e realiza um censo da<br />

população da Colônia Militar nesse período:<br />

Com uma População civil <strong>de</strong> cerca <strong>de</strong> mil almas representadas por<br />

peões ou trabalhadores nas matas para extração da erva-mate e<br />

ma<strong>de</strong>iras, população essa composta quase exclusivamente <strong>de</strong><br />

paraguaios e argentinos. A população colonial é composta <strong>de</strong> 58<br />

famílias que ocupam lotes concedidos pela Diretoria da Colônia<br />

[...]. 272<br />

O engenheiro relata também a mudança realizada pelo Ministro da Guerra<br />

General J. N. <strong>de</strong> Me<strong>de</strong>iro Mallet, em 1902 que aumentava a área rural da Colônia<br />

Militar que “[...] pelo rio Paraná vão até 45 km e 25 km pelo rio Iguaçu [...]”. 273<br />

Ainda sobre a população da Colônia Militar, Cândido Ferreira <strong>de</strong> Abreu relata<br />

que dos “[...] 58 nomes <strong>de</strong> colonos aos quais foram concedidos lotes, 33 são<br />

estrangeiros, 5 são solteiros e imprestáveis moram na se<strong>de</strong> [...]”. 274 A fala do<br />

engenheiro <strong>de</strong>monstra que a maioria da população ainda era estrangeira e que os<br />

militares insistiam na ocupação do espaço mesmo com essas pessoas. Entretanto, o que<br />

Cândido Ferreira <strong>de</strong> Abreu quis dizer com “solteiros imprestáveis”? Concluímos que<br />

pela condição <strong>de</strong> solteiros, tinham idéias diferentes dos homens casados em relação à<br />

ocupação dos espaços da Colônia Militar, ou seja, pouco interesse em explorar as terras<br />

e o comércio, diferente dos homens casados que viam no progresso uma forma <strong>de</strong><br />

sustentar suas famílias.<br />

Cândido Ferreira <strong>de</strong> Abreu reclamava dos colonos pela <strong>de</strong>vastação realizada<br />

pelos mesmos na região, dizendo que:<br />

Em oficio nº 140 <strong>de</strong> 25 <strong>de</strong> outubro <strong>de</strong> 1904 o chefe da Comissão<br />

Fiscal do Paraná dirigia-se a Diretoria da Colônia reclamando contra<br />

os trabalhos <strong>de</strong> elaboração <strong>de</strong> erva-mate feito pelo colono Manoel<br />

Alves Serrão [...]. Este sistema <strong>de</strong> colonizar <strong>de</strong>vastando as matas sem<br />

o menor beneficio para o solo e para o futuro interesse do Estado foi<br />

há temos inaugurado pelas administrações passadas e ainda hoje<br />

seguida com grave prejuízo não só dos créditos da própria colônia<br />

como <strong>de</strong> sua administração. 275<br />

272 I<strong>de</strong>m. p. 129. Notamos que Julio Nogueira <strong>de</strong>ve ter também realizado a leitura dos escritos <strong>de</strong> Cândido<br />

Ferreira <strong>de</strong> Abreu, pois, com a analise <strong>de</strong> vários documentos do período, os escritos não correspon<strong>de</strong>m<br />

com a forma <strong>de</strong> escrita do período.<br />

273 I<strong>de</strong>m. p. 129.<br />

274 I<strong>de</strong>m. p. 129.<br />

275 I<strong>de</strong>m. p.129 – 130.<br />

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