EVANDRO RITT - Universidade Estadual de Londrina
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A solução encontrada por Torres Homem foi a <strong>de</strong> aumentar os impostos<br />
cobrados junto aos colonos e comerciantes da Colônia Militar, ação fez com que muitos<br />
colonos e comerciantes começassem a ir embora da Colônia Militar. Contudo, o gran<strong>de</strong><br />
problema que a Colônia Militar enfrentava, segundo Torres Homem, era:<br />
O mato.<br />
É esse que, cingindo a estreitamente por todos os lados,constitui-se o<br />
principal factor, em minha opinião, do estado <strong>de</strong> barbaria, em que<br />
ainda se encontra esta colonia.<br />
Debal<strong>de</strong>da-se para a cultura, segundo a lei, um lote colonial<strong>de</strong> mil<br />
eoitenta e nove hectares <strong>de</strong> terra quasi todas <strong>de</strong> plantio, noValle do<br />
Iguassú e no plato do Paraná, po<strong>de</strong>sse assegurar que omaior esforço<br />
do colono, essa luta com a mata , que tem <strong>de</strong> abater a machado, arvore<br />
apoz arvore, não lhe permitte roçar mais do que a <strong>de</strong>cima parte<br />
d‟áquella ária. 261<br />
A <strong>de</strong>nsida<strong>de</strong> das matas esbarrava nos trabalhos <strong>de</strong>senvolvidos pelos militares na<br />
região. O problema enfrentado pelos militares nesse sentido:<br />
Assim tambem, e em vão que extorcia-se em cuidados e <strong>de</strong>spesas a<br />
administração, para abrir e conservar os caminhos coloniaes, estes são<br />
em tempo breve invadidos o mesmo obstruidos poruma feroz<br />
vejetação rasteira, ou pela queda dos ulterosostroncos marginaes. Em<br />
roçar o chão da sé<strong>de</strong> colonial, vivam constantemente, ocupados os<br />
praças do <strong>de</strong>stacamento, porque sem isso <strong>de</strong>sapareciam breve da vista<br />
a edificação da colonia, no seio das urzes. Com igual intuito, tenho<br />
pessoal empregadoem cortar mato na extensão do da barranca do<br />
Paraná, marginal da sé<strong>de</strong> da colonia, para não furtal-a á vista<br />
dasembarcações que passam no rio, e facilitar ao mesmo tempo a<br />
atracação dos pequenos vapores, poem – u‟a em communicação com a<br />
civilisação, infelizmente só representada pela Republica Argentina,<br />
nestas paragens. Tenho tentado o possivel para realizar, tambem a<br />
Colonia ao Brazil, or<strong>de</strong>nando sempre trabalhos para melhorar a<br />
passagem pelo mato, n‟uma extensão <strong>de</strong> sessenta e duas leguas, até<br />
Guarapuava, Cida<strong>de</strong> mais visinha no Estado do Paraná. 262<br />
Esses problemas <strong>de</strong>ixavam a Colônia Militar sem nenhuma comunicação com o<br />
lado brasileiro por até três meses, tendo como único meio <strong>de</strong> notícias as provenientes do<br />
lado paraguaio e argentino.<br />
Uma das poucas diversões que os colonos e trabalhadores da Colônia Militar<br />
tinham eram os boliches 263 que se tornavam locais <strong>de</strong> encontro <strong>de</strong>sses indivíduos.<br />
261 TORRES HOMEM, Joaquim <strong>de</strong> Salles. Relatório annual sobre a Colônia Militar... Op. Cit. p. 06.<br />
262 I<strong>de</strong>m. p. 06 – 07.<br />
263 Boliche: termo da língua espanhola que significa bar, ou lanchonete.<br />
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