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EVANDRO RITT - Universidade Estadual de Londrina

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que as <strong>de</strong>savenças chegassem até os meios jornalísticos, através dos quais uns<br />

<strong>de</strong>nunciavam os outros.<br />

O governo do Paraná, em 1897, enviou à região da Colônia Militar <strong>de</strong> Foz do<br />

Iguaçu uma comissão fiscal que tinha como finalida<strong>de</strong> controlar e arrecadar impostos<br />

sobre o comércio <strong>de</strong> erva mate e ma<strong>de</strong>ira. A instalação <strong>de</strong>ssa comissão <strong>de</strong>sagradou e<br />

muito o Coronel Torres Homem, pois além <strong>de</strong> interferir na administração da Colônia<br />

Militar também prejudicaria uma das únicas fontes <strong>de</strong> renda que a Colônia Militar tinha<br />

para prover suas principais necessida<strong>de</strong>s. Por esse motivo, Coronel Torres Homem<br />

dispensou um tratamento pouco amigável com os membros da comissão, que sem saída:<br />

Retiraram-se inopinadamente aquelles, uma vez <strong>de</strong>pois, faltando ás<br />

mais comezinhas regras<strong>de</strong> cortezia com a Directoria d‟esta Colonia, e<br />

procurando<strong>de</strong>primir esta n‟um relatorio, apregvado com a<br />

maiorindiscripção, com audição até <strong>de</strong> estrangeiros, e cujos<br />

termosprincipaes pu<strong>de</strong> conhecer, mercê da lealda<strong>de</strong> do Senhor Cônsul<br />

do Brazil em Posadas, perante quem fizeram ostentação d‟aquella<br />

peça. 259<br />

Claramente percebe-se que os interesses do Coronel em relação à Colônia<br />

Militar estavam em jogo, pois o aluguel cobrado pelo arrendamento das terras<br />

pertencentes à Colônia Militar garantiam sua sobrevivência.<br />

A Colônia Militar não sobrevivia exclusivamente da cobrança <strong>de</strong> impostos dos<br />

comerciantes <strong>de</strong> erva mate e ma<strong>de</strong>ira. Seus administradores, especialmente Torres<br />

Homem, incentivavam o plantio <strong>de</strong> outros gêneros agrícolas, como feijão, milho, cana<br />

<strong>de</strong> açúcar e a criação <strong>de</strong> animais como galinhas, porcos e vacas, entre outros. Essas<br />

mercadorias eram utilizadas como moeda <strong>de</strong> troca nos vapores que subiam o rio Paraná<br />

para abastecer as obrages. No entanto, a Colônia Militar passava por muitas dificulda<strong>de</strong>s<br />

financeiras. Antonio Marcos Miskyw aponta que:<br />

[...] a administração <strong>de</strong>scuidada do tenente Edmundo <strong>de</strong> Barros e a<br />

ausência <strong>de</strong> recursos financeiros na Delegacia Fiscal do Tesouro<br />

Nacional em Curitiba, colaboraram para a ampliação da crise<br />

financeira da Colônia Militar <strong>de</strong> Foz do Iguaçu. Pedidos <strong>de</strong> <strong>de</strong>missão<br />

<strong>de</strong> alguns operários civis e a <strong>de</strong>serção <strong>de</strong> outros militares estavam<br />

entre as primeiras conseqüências, seguidas pela limitação <strong>de</strong> crédito à<br />

Colônia Militar junto aos comerciantes argentinos e paraguaios. 260<br />

259 TORRES HOMEM, Joaquim <strong>de</strong> Salles. Relatório annual sobre a Colônia Militar... Op. Cit. p. 06.<br />

260 MYSKIW, Antonio Marcos. Afronteira como <strong>de</strong>stino <strong>de</strong> viagem... Op. Cit. p. 159.<br />

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