EVANDRO RITT - Universidade Estadual de Londrina
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fe<strong>de</strong>ralistas” 248 . Mencionou-se que “foram construídos com gran<strong>de</strong> difficulda<strong>de</strong> e<br />
natural imperfeição, três ou quatro habitações para quartel e serviço administrativo.” 249<br />
Entretanto, no mesmo artigo relatou-se a situação <strong>de</strong> abandono em que a Colônia se<br />
encontrava naquele período, “ficando a <strong>de</strong>ver-se até os pregos que seguraram as<br />
ma<strong>de</strong>iras tiradas da matta.” 250 E prosseguiu sua exposição, dizendo que “os dois ou três<br />
empregados que lá existem passam meses e annos sem receber or<strong>de</strong>nados, não se<br />
lembrando o governo que existem, nem mesmo para dar-lhes or<strong>de</strong>ns.” 251<br />
O referido artigo <strong>de</strong> “O Paiz” provocou um pequeno <strong>de</strong>bate entre alguns<br />
militares que se encontravam trabalhando na colônia e <strong>de</strong> outros que já haviam <strong>de</strong>ixado<br />
a mesma. O centro da discussão seria a administração da Colônia Militar <strong>de</strong> Foz do<br />
Iguaçu, sendo que o alferes Alcibía<strong>de</strong>s Plaisant e Luiz Antonio Xavier <strong>de</strong>fendiam a<br />
administração da colônia, afirmando que esta continuava recebendo ajuda fe<strong>de</strong>ral e<br />
estava cada vez mais se <strong>de</strong>senvolvendo comercial e economicamente, e em<br />
contrapartida, Mario Barros e Egas Borba atacavam a administração 252 e a situação na<br />
qual a mesma se encontrava.<br />
Não ficaremos presos ao processo <strong>de</strong> discussão que esses artigos em jornais<br />
locais provocaram entre membros da Colônia Militar, mas eles são importantes para se<br />
ter acesso a duas versões. Dois militares <strong>de</strong>fen<strong>de</strong>ndo a administração e o progresso da<br />
colônia e outros dois reduzindo a ajuda do governo e a situação na qual se encontra não<br />
só a colônia, mas também dos membros que nela se encontram.<br />
Mario Barros, por sua vez, <strong>de</strong>fendia a administração do irmão Edmundo <strong>de</strong><br />
Barros à frente da Colônia Militar <strong>de</strong> Foz do Iguaçu, refutando o artigo publicado no<br />
Jornal O Paiz, do Rio <strong>de</strong> Janeiro e reescrito na íntegra pelo Jornal O Guayra <strong>de</strong><br />
Guarapuava. 253 Estes artigos mencionam o abandono em que se encontrava a colônia,<br />
da falta <strong>de</strong> comando, <strong>de</strong> pagamentos e especialmente <strong>de</strong> materiais para que a mesma<br />
248 O PAIZ, “Colônia <strong>de</strong> Iguassú”. Rio <strong>de</strong> Janeiro, 11/09/1897. p. 3. Esse artigo foi republicado em sua<br />
íntegra no Jornal O Guayra, <strong>de</strong> Guarapuava, em 26/03/1898. p. 3 e 4; O acervo contendo a coleção do<br />
Jornal O Guayra está alocado no Centro <strong>de</strong> Documentação e Pesquisa da Unicentro, em Guarapuava/PR.<br />
249 I<strong>de</strong>m. p. 03.<br />
250 I<strong>de</strong>m. p. 03.<br />
251 I<strong>de</strong>m. p. 03 – 04.<br />
252 Atacam especificamente ao coronel Torres Homem e a Alcibía<strong>de</strong>s Plaisant que ficou na função <strong>de</strong> vice<br />
diretor com a exoneração <strong>de</strong> Edmundo <strong>de</strong> Barros.<br />
253 Mario Barros não era militar e sim irmão do tenente Edmundo <strong>de</strong> Barros. Provavelmente o artigo foi<br />
escrito a pedido do irmão Tenente Edmundo <strong>de</strong> Barros pelo fato <strong>de</strong> que Mario <strong>de</strong> Barros era escritor,<br />
literato e poeta guarapuavano. Outros dois irmãos do tenente Edmundo <strong>de</strong> Barros eram militares e, entre<br />
os anos <strong>de</strong> 1895 e 1897, exerceram funções na Colônia Militar <strong>de</strong> Foz do Iguaçu. O alferes Pacífico<br />
Antonio Xavier <strong>de</strong> Barros era comandante do <strong>de</strong>stacamento <strong>de</strong> linha, ao passo que o alferes Fabriciano <strong>de</strong><br />
Rego Barros cumpria as funções <strong>de</strong> almoxarife.<br />
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