EVANDRO RITT - Universidade Estadual de Londrina
EVANDRO RITT - Universidade Estadual de Londrina
EVANDRO RITT - Universidade Estadual de Londrina
You also want an ePaper? Increase the reach of your titles
YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.
herva-matte <strong>de</strong> real importância, offerecendo elementos bastantes para<br />
concorrer aos mercados platinos por via do rio Paraná [...]. 246<br />
Com Torres Homem à frente da administração da Colônia Militar, houve vários<br />
conflitos entre os oficiais. Ele reclama <strong>de</strong> um oficial que ele <strong>de</strong>ixou como encarregado<br />
do expediente:<br />
Além <strong>de</strong> varias irregularida<strong>de</strong>s administrativas por elle commettidas,<br />
mas que não constituíam crimes militares, tive <strong>de</strong> explorar-lhe uma<br />
grave infracção disciplinar, por ter tolerado, senão patrocinado, a que<br />
em <strong>de</strong>trimento do prestigio da autorida<strong>de</strong> procuraram fazeralgumas<br />
pessoas, instrumentando-se dos fragmentos <strong>de</strong> uma carta particular,<br />
apanhada criminosamente no terreiro da casada Directoria. 247<br />
Esse episódio ocorreu por conta <strong>de</strong> uma carta que Torres Homem escreveu ao<br />
General Comandante do Distrito, ao qual relatava assuntos relativos à Colônia Militar.<br />
Conforme relatado pelo Coronel, os militares se envolviam em pequenos fatos que no<br />
<strong>de</strong>correr do cotidiano tornavam-se assuntos cada vez mais complicados e, como a<br />
Colônia Militar era um posto do Exército, essas ocorrências tornavam-se caso <strong>de</strong><br />
<strong>de</strong>sor<strong>de</strong>m ou insubordinação.<br />
Torres Homem responsabilizava por esses atos o Tenente Edmundo <strong>de</strong> Barros,<br />
que era vice diretor nesse período, logo afastado pelo Coronel. Outro inci<strong>de</strong>nte ocorrido<br />
entre oficiais da Colônia Militar e Torres Homem teve como protagonista o Alferes<br />
Alcibía<strong>de</strong>s Cezar Plaisant, que foi <strong>de</strong>signado a trabalhar primeiramente na Colônia<br />
Militar <strong>de</strong> Chopim, mas, pela necessida<strong>de</strong>, foi encaminhado a servir em Foz do Iguaçu,<br />
assumindo várias vezes o comando da Colônia Militar <strong>de</strong> Foz na ausência do Tenente<br />
Edmundo <strong>de</strong> Barros.<br />
O fato provocado por Torres Homem, Edmundo <strong>de</strong> Barros e Alcibía<strong>de</strong>s Plaisant<br />
ganhou as páginas dos jornais “O Guaira”, da cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Guarapuava e do jornal “O<br />
Paiz”, do Rio <strong>de</strong> Janeiro.<br />
No artigo publicado no Jornal O Paiz, <strong>de</strong> 1897, há referência à invasão dos<br />
revoltosos fe<strong>de</strong>ralistas do conflito <strong>de</strong> 1894. Após a passagem <strong>de</strong>stes pela Colônia<br />
Militar <strong>de</strong> Foz do Iguaçu, o lugar ficou “effectivamente <strong>de</strong>struído pelos bandos<br />
246 I<strong>de</strong>m. p. 25.<br />
247 TORRES HOMEM, Joaquim <strong>de</strong> Salles. Relatório annual sobre a Colônia Militar <strong>de</strong> Foz do Iguassú,<br />
18 <strong>de</strong> <strong>de</strong>zembro <strong>de</strong> 1898. [Acervo particular <strong>de</strong> Liliane da Costa Freitag]. p. 02.<br />
104