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EVANDRO RITT - Universidade Estadual de Londrina

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Na aggressão, os únicos vizinhos a temer, os Argentinos, não<br />

cogitariam por certo <strong>de</strong> procurarem esta Colônia afim <strong>de</strong><br />

transportarem-se ao Estado do Paraná, tendo <strong>de</strong> percorrer sertões e<br />

brenhas <strong>de</strong> mais <strong>de</strong> sessenta léguas <strong>de</strong> estensao, quando em seu<br />

próprio território, elles possuem um soberbo centro <strong>de</strong> concentração, a<br />

cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Posadas, oitenta leguas aquem do Iguassú [...]. 241<br />

Torres Homem teve em sua administração vários problemas. Antonio Marcos<br />

Myskiw faz uma citação <strong>de</strong> Egas Borba 242 , na qual ele comenta da nomeação <strong>de</strong> Torres<br />

Homem para a referida Colônia Militar:<br />

Entre as pon<strong>de</strong>rações tecidas por Egas Borba sobre a nomeação do<br />

coronel Torres Homem para o posto <strong>de</strong> diretor da Colônia Militar <strong>de</strong><br />

Foz do Iguaçu estava a seguinte: “Não duvidamos que a nomeação do<br />

<strong>de</strong>nedado Coronel Torres Homem não passe <strong>de</strong> um premeditado<br />

massacre aos seus alvites e intransigentes princípios republicanos <strong>de</strong><br />

uma vin<strong>de</strong>ta talvez, mal sopitada pelos seus invejosos e gratuitos<br />

inimigos. 243<br />

É bem possível que Torres Homem tenha feito tal comentário pela insatisfação<br />

<strong>de</strong> estar nessas terras. O Coronel Torres Homem diz que “[...] estas paragens não<br />

offerecem igualmente nenhum resultado patente, parecendo como já foi dito um<br />

appendice do território argentino ou paraguayo, <strong>de</strong> preferência a um posto brazileiro <strong>de</strong><br />

vanguarda [...].” 244 Torres Homem reclamava que não existe uma “[...] atmosphera<br />

genuinamente brasileira [...]” entre os colonos e tampouco entre os militares que servem<br />

na Colônia Militar, “[...] não tem proce<strong>de</strong>ncia do nosso exército como são sequer<br />

nacionaes [...].” 245 O militar reclamava da falta <strong>de</strong> efetivar uma i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong> social e<br />

cultural entre os moradores da Colônia Militar para que esta seja uma referência na<br />

nação brasileira.<br />

O militar ainda pontuou a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> as autorida<strong>de</strong>s encararem <strong>de</strong> outra<br />

forma a região, não somente como ponto estratégico militar:<br />

Apartado assim todo o caracter militar dʼesta porção, é preciso<br />

encaral-a porém como um centro <strong>de</strong> industria extractiva <strong>de</strong> ma<strong>de</strong>ira e<br />

241 I<strong>de</strong>m. p. 23 – 24.<br />

242 Egas Borba foi professor na Colônia Militar <strong>de</strong> Foz do Iguaçu ele e os irmãos Barros se envolveram<br />

numa discussão com Alcibía<strong>de</strong>s Plaisant este para se vingar publicou notas <strong>de</strong>latando vários militares da<br />

Colônia por meio <strong>de</strong> jornais <strong>de</strong> Guarapuava e do Rio <strong>de</strong> Janeiro, que será visto mais adiante.<br />

243 MYSKIW, Antônio Marcos. A fronteira como <strong>de</strong>stino <strong>de</strong> viagem... Op. Cit. p. 156.<br />

244 TORRES HOMEM, Joaquim <strong>de</strong> Salles. Relatório sobre a Colônia Militar <strong>de</strong> Foz do Iguassú... Op. Cit.<br />

p. 24.<br />

245 I<strong>de</strong>m. p. 25.<br />

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