EVANDRO RITT - Universidade Estadual de Londrina
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empregando-se ao serviço dʼesta como operários, quer obtendo<br />
empreitadas ou encommendas <strong>de</strong> trabalho particular e livre, quer<br />
finalmente conseguindo vales <strong>de</strong> fornecimento para o commercio<br />
como os que vi e cujo fundamento, não me foi satisfactoriamente<br />
explicado [...]. 235<br />
Em sua fala, o Coronel <strong>de</strong>monstrava que a Colônia Militar foi, para muitos<br />
moradores, especialmente estrangeiros, um recurso <strong>de</strong> rendas à parte ao trabalho nas<br />
obrages, sendo que muitos prestavam-se ao trabalho na colônia.<br />
O Coronel fez um levantamento sobre os prédios que possuía a Colônia. No<br />
período a mesma contava:<br />
Na Se<strong>de</strong>, a administração possue quatro casas ou barracões <strong>de</strong><br />
ma<strong>de</strong>ira, e o estabelecimento engenho serrar. Achavan-se em ruínas<br />
ou em abandono outras <strong>de</strong>pendências.<br />
Na mesma Se<strong>de</strong>, os particulares possuíam <strong>de</strong> 35 a 37 habitações,<br />
sendo <strong>de</strong>z barracas <strong>de</strong> ma<strong>de</strong>ira, vinte e dous ranchos <strong>de</strong> barro e capim,<br />
e mais três ruínas <strong>de</strong> palhoças. 236<br />
Fora da se<strong>de</strong>, nos diferentes distritos que pertenciam à região da Colônia Militar,<br />
havia “[...] cerca <strong>de</strong> quarenta e oito fogos, quase todos ranchos. [...] a população<br />
permanente orça por quatrocentos habitantes, e na época dos trabalhos <strong>de</strong> safra da<br />
herva-matte e corte <strong>de</strong> ma<strong>de</strong>iras ascen<strong>de</strong> a setecentos” 237 . Logo, tanto a Colônia Militar<br />
quanto sua região recebiam a influência do trabalho da retirada <strong>de</strong> erva mate e ma<strong>de</strong>ira.<br />
Os administradores da Colônia Militar <strong>de</strong> Foz do Iguaçu permitiam que em<br />
períodos da colheita da erva mate os trabalhadores, possivelmente das obrages,<br />
a<strong>de</strong>ntrassem em seu território para realizar a colheita, aumentando e muito a população<br />
da Colônia nestes períodos.<br />
Pelo seu relatório po<strong>de</strong>mos enten<strong>de</strong>r que o Coronel Torres Homem pretendia<br />
retomar os trabalhos da Colônia Militar para aten<strong>de</strong>r aos interesses dos obrageros, que<br />
segundo ele a “[...] população flutuante ten<strong>de</strong>ra naturalmente a augmentar muito em<br />
1898, em virtu<strong>de</strong> das medidas que tomei para <strong>de</strong>senvolver as explorações das mattas e<br />
das hervas da Colonia [...]”.<br />
O Coronel comenta que um <strong>de</strong>sses exploradores da natureza da região “[...]<br />
empregara já 87 peoes, que trazem consigo 24 mulheres e 20 filhos” 238 . Por isso, a<br />
235 I<strong>de</strong>m. p. 10.<br />
236 I<strong>de</strong>m. p. 11.<br />
237 I<strong>de</strong>m. p. 11.<br />
238 I<strong>de</strong>m. p. 12.<br />
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