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EVANDRO RITT - Universidade Estadual de Londrina

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No caso do Coronel Torres Homem, assumir a administração da Colônia Militar<br />

recém inaugurada, em 1896 foi um castigo imposto por insubordinação pela Revolta da<br />

Armada, naquele mesmo ano, no Rio <strong>de</strong> Janeiro. Por esse motivo, várias são suas<br />

reclamações sobre a Colônia Militar 230 . Ele relatouque a mesma se encontrava em<br />

“completa <strong>de</strong>sorganização administrativa” e que no período anterior à sua chegada: “Os<br />

soldados <strong>de</strong> <strong>de</strong>stacamento tinham perdido <strong>de</strong> todo os hábitos militares, a ponto que<br />

<strong>de</strong>sertavam e <strong>de</strong>sertam sem nenhuma consciência da gravida<strong>de</strong> da falta que<br />

cometem”. 231 O Coronel ainda reclamava do convívio social entre os moradores da<br />

Colônia e, sobretudo, da dificulda<strong>de</strong> que para suprir a receita e as contas com que<br />

<strong>de</strong>manda a administração da dita Colônia. 232<br />

Outra reclamação do Coronel Torres Homem referia-se à abertura <strong>de</strong> picadas,<br />

tanto pelo trabalho da administração da Colônia, quanto por particulares; essas, por sua<br />

vez, eram utilizadas para o escoamento da produção da erva mate e da ma<strong>de</strong>ira na<br />

região, sendo que:<br />

[...] em proveito próprio <strong>de</strong> executarem semelhante trabalho, e com a<br />

conducção tomada assim mais fácil da ma<strong>de</strong>ira e da herva-matte viam<br />

augmentar seus lucros, e que não pagavam entretanto nenhum centil<br />

aos cofres da colônia. 233<br />

Todavia, eram esses mesmos exploradores, dos quais Torres Homem reclamava<br />

por não contribuírem com impostos para a Colônia, que colaboravam com os militares,<br />

especialmente na manutenção e abertura <strong>de</strong> picadas. Segundo ele mesmo confirma:<br />

Os trabalhos dos cortadores <strong>de</strong> ma<strong>de</strong>ira, é que tem mais favorecido a<br />

abertura e conservação dos caminhos em todas as direcções através do<br />

mato, necessários para a passagem dos carros <strong>de</strong> boi, empregados em<br />

suas explorações [...]. 234<br />

Referente aos colonos o Coronel <strong>de</strong>staca:<br />

Percebi logo que a maior parte dos colonos, tanto os moradores dos<br />

lotes urbanos como o dos lotes ruraes, viviam ou procuravam viver só<br />

dos recursos fornecidos pelo Estado para a verba da Colônia, quer<br />

230 Ao iniciar os trabalhos <strong>de</strong> 1898 faleceu a esposa do Coronel Torres Homem, Laura Luciana Torres.<br />

Sua morte também po<strong>de</strong> ser consi<strong>de</strong>rada como um <strong>de</strong>scontentamento a mais do Coronel em permanecer<br />

nas terras da Colônia Militar.<br />

231 TORRES HOMEM, Joaquim <strong>de</strong> Salles. Relatório sobre a Colônia Militar <strong>de</strong> Foz do Iguassú... Op. Cit.<br />

p. 03.<br />

232 I<strong>de</strong>m. p. 04.<br />

233 I<strong>de</strong>m. p. 07.<br />

234 I<strong>de</strong>m. p. 09.<br />

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