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Caracteristicas Anatômicas e de Tecidos em Cabras Alimentadas ...

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UNIVERSIDADE ESTADUAL DO CEARÁ<br />

PRÓ-REITORIA DE PÓS-GRADUAÇÃO E PESQUISA<br />

FACULDADE DE VETERINÁRIA<br />

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS VETERINÁRIAS<br />

KARLA LEYLANNE SOUSA GÓES<br />

CARACTERÍSTICAS ANATÔMICAS E DE TECIDOS EM CABRAS<br />

ALIMENTADAS POR LONGOS PERÍODOS POR RESÍDUO DO<br />

BIODIESEL<br />

FORTALEZA<br />

2012


KARLA LEYLANNE SOUSA GÓES<br />

CARACTERÍSTICAS ANATÔMICAS E DE TECIDOS EM CABRAS<br />

ALIMENTADAS POR LONGOS PERÍODOS POR RESÍDUO DO BIODISEL<br />

Dissertação apresentada ao Programa <strong>de</strong> Pós-<br />

Graduação <strong>em</strong> Ciências Veterinárias da Faculda<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> Veterinária da Universida<strong>de</strong> Estadual do Ceará,<br />

como requisito parcial para a obtenção do grau <strong>de</strong><br />

Mestre <strong>em</strong> Ciências Veterinárias.<br />

Área <strong>de</strong> Concentração: Reprodução e Sanida<strong>de</strong><br />

Animal.<br />

Linha <strong>de</strong> Pesquisa: Reprodução e sanida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

pequenos ruminantes.<br />

Orientador: Prof. Dr. Davi<strong>de</strong> Rondina<br />

FORTALEZA<br />

2012<br />

2


Dados Internacionais <strong>de</strong> Catalogação na Publicação<br />

Universida<strong>de</strong> Estadual do Ceará<br />

Biblioteca Central Prof. Antônio Martins Filho<br />

Bibliotecário(a) Responsável – Giordana Nascimento <strong>de</strong> Freitas CRB-3/1070<br />

G616c<br />

Góes, Karla Leylanne Sousa<br />

Características anatômicas e <strong>de</strong> tecidos <strong>em</strong> cabras alimentadas por longos<br />

períodos por resíduo do biodiesel / Karla Leylanne Sousa Góes. — 2012.<br />

CD-ROM. 73f. il. (algumas color) ; 4 ¾ pol.<br />

“CD-ROM contendo o arquivo no formato PDF do trabalho acadêmico,<br />

acondicionado <strong>em</strong> caixa <strong>de</strong> DVD Slin (19 x 14 cm x 7 mm)”.<br />

Dissertação (mestrado) – Universida<strong>de</strong> Estadual do Ceará, Faculda<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

Veterinária, Programa <strong>de</strong> Pós-graduação <strong>em</strong> Ciências Veterinárias, Fortaleza,<br />

2012.<br />

Área <strong>de</strong> concentração: Reprodução e Sanida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Pequenos Ruminantes.<br />

Orientação: Prof. Dr. Davi<strong>de</strong> Rondina.<br />

Co-orientação: Profa. Dra. Luciana Relly Bertolini.<br />

1. Mamona. 2. Cabra – Tecido muscular.. I. Título.<br />

CDD: 636.089<br />

KARLA LEYLANNE SOUSA GÓES<br />

3


Á meu avó Vicente Pereira Dias in m<strong>em</strong>ória<br />

que não teve a oportunida<strong>de</strong> <strong>de</strong> está aqui<br />

neste momento, mas que foi um gran<strong>de</strong><br />

incentivado s<strong>em</strong>pre.<br />

Dedico<br />

5


Havia um hom<strong>em</strong> que costumava ter <strong>em</strong> cima <strong>de</strong> sua<br />

cama uma placa escrita: ISSO TAMBÉM<br />

PASSA...então perguntaram à ele o por quê disso...<br />

ele disse que era para se l<strong>em</strong>brar que, quando<br />

estivesse passando por momentos ruins, po<strong>de</strong>r se<br />

l<strong>em</strong>brar <strong>de</strong> que eles iriam <strong>em</strong>bora, e que ele teria que<br />

passar por aquilo por algum motivo. Mas essa placa<br />

também era pra l<strong>em</strong>brá-lo que quando estivesse<br />

muito feliz, que não <strong>de</strong>ixasse tudo pra trás, porque<br />

esses momentos também iriam passar e momentos<br />

difíceis viriam <strong>de</strong> novo...E é exatamente disso que a<br />

vida é feita: MOMENTOS! Momentos os quais<br />

t<strong>em</strong>os que passar, sendo bons ou não, pro nosso<br />

próprio aprendizado. Por algum motivo... Nunca<br />

esqueça do mais importante: NADA É POR<br />

ACASO! Absolutamente nada. Por isso t<strong>em</strong>os que<br />

nos preocupar <strong>em</strong> fazer a nossa parte da melhor<br />

forma possível."<br />

Chico Xavier<br />

6


AGRADECIMENTOS<br />

Ao Programa <strong>de</strong> Pós-Graduação <strong>em</strong> Ciências Veterinárias, da Faculda<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

Veterinária, da Universida<strong>de</strong> Estadual do Ceará.<br />

A Coor<strong>de</strong>nação <strong>de</strong> Aperfeiçoamento <strong>de</strong> Pessoal <strong>de</strong> Nível Superior (CAPES), pelo<br />

apoio financeiro.<br />

Ao Laboratório <strong>de</strong> Nutrição e Produção <strong>de</strong> Pequenos Ruminantes (Lanuprumi)<br />

Ao Laboratorio <strong>de</strong> biologia molecular e do <strong>de</strong>senvolvimento (LBMD).<br />

Em primeiro lugar a Deus e a espiritualida<strong>de</strong> amiga que <strong>em</strong> nenhum momento me<br />

abandonaram s<strong>em</strong>pre tinha uma palavra <strong>de</strong> amor e consolo nos momentos <strong>de</strong> <strong>de</strong>sespero e me<br />

<strong>de</strong>ram a resignação nos momentos <strong>em</strong> que tudo parecia perdido s<strong>em</strong>pre vinha a solução no<br />

momento certo.<br />

Ao professor Davi<strong>de</strong> Rondina pelo apoio e a <strong>de</strong>dicação pela orientação e auxilio<br />

s<strong>em</strong>pre.<br />

À professora Luciana Relly Bertolini, pela orientação, ensinamentos, paciência,<br />

disponibilida<strong>de</strong>.<br />

Ao professor Marcelo Bertoline, pelo apoio e orientação e a disponibilida<strong>de</strong> s<strong>em</strong>pre.<br />

À professora Maria Edite que tantas vezes <strong>de</strong>dicou o seu preciosismo t<strong>em</strong>po a meu<br />

auxilio com palavras não po<strong>de</strong>ria agra<strong>de</strong>cer tudo o que fez orientação, ensinamentos,<br />

paciência, disponibilida<strong>de</strong>.<br />

A todos que faz<strong>em</strong> parte do Lanuprumi Liliane Moreira Silva que <strong>de</strong>dicou o seu t<strong>em</strong>po<br />

<strong>em</strong> meu auxilio, Sandra Silva Duarte que colaborou muito para a execução do<br />

trabalho,Cláudio Henrique, Aline Maia, Fabiana Vinhas e Cesar Carneiro pelo apoio e a<br />

disponibilida<strong>de</strong> no auxilio das ativida<strong>de</strong>s não po<strong>de</strong>ria esquecer dos Ics Emanuel Pinheiro,<br />

Estefáni Pinheiro, Lucas Facó, Igor, Alline Leal, Jar<strong>de</strong>l, Mayra,Wa Qnesa Campos, que<br />

s<strong>em</strong>pre disponibilizaram um pouco do seu t<strong>em</strong>po para auxiliar nas ativida<strong>de</strong>s.<br />

A todos que faz<strong>em</strong> parte do LBMD An<strong>de</strong>rson Pinto Almeida, que tanto colaborou<br />

tanto com incentivo pessoal como <strong>em</strong> conhecimento Kaio César Tavares, pelo apoio e os<br />

conhecimento repassados e a disponibilida<strong>de</strong>, Igor Sá,Victor Hugo, Juliana, Raquel Pinho<br />

pelo apoio e a disponibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> t<strong>em</strong>po e auxilio s<strong>em</strong>pre. Aos amigos que fiz e s<strong>em</strong>pre tinha<br />

uma palavra <strong>de</strong> apoio Leonardo, Saul, Carlos, Luís, não menos importantes mas a todos os Ics<br />

Débora, Pedro, Xavier, Felipe, Juliana, Raquel, Arthus, Jéssica.<br />

7


A meus familiares Mãe Maria, Pai Carlos, Tia Carm<strong>em</strong>, Prima Kassandra, Tio José<br />

Gentil, Tia Cl<strong>em</strong>ência, Tio Antonio, Tia Fátima e a meus amigos queridos Joana<br />

D´arc,Cláudia Denise, Myrthes Beatriz, José Moreira, Regislane Ribeiro, Rogênia Barros,<br />

Maximiana Mesquita, Lorena Arcanjo, Alexandre Maia, Anelise Alves, Edna, Glauco<br />

Jonas,Tiago Goes, Lucelina Araújo, Nathalia Santiago,Virna Serra e Robson Serra que junto<br />

com a minha familia foram a minha base forta para enfrentar e vencer todos os obstáculos.<br />

Com palavras não po<strong>de</strong>ria agra<strong>de</strong>cer a todos vocês por todo o carinho e o t<strong>em</strong>po que<br />

cada um disponibilizou <strong>em</strong> meu auxilio muito obrigada a todos.<br />

8


RESUMO<br />

O presente trabalho teve como objetivo avaliar a administração <strong>de</strong> farelo <strong>de</strong> mamona por<br />

longos períodos <strong>em</strong> cabras mestiças,divididas <strong>em</strong> dois grupos e alimentadas por 16 meses<br />

com dietas a base <strong>de</strong> feno <strong>de</strong> tifton e concentrado s<strong>em</strong> e com farelo <strong>de</strong> mamona <strong>de</strong>stoxificado<br />

<strong>em</strong> substituição do farelo <strong>de</strong> soja. Após este período os animais foram sacrificados e <strong>em</strong><br />

seguida realizada a pesag<strong>em</strong> dos componentes anatômicos, da carcaça e dos cortes<br />

comerciais: paleta, pernil, lombo, costelas e pescoço. Anteriormente ao sacrifício amostras <strong>de</strong><br />

sangue foram coletadas para dosag<strong>em</strong> <strong>de</strong> lactato <strong>de</strong>sidrogenase, aspartato aminotransferase,<br />

alanina aminotransferase, uréia, albumina e creatinina. No longissimus dorsii foram separados<br />

os tecidos muscular, adiposo e ósseo, e analisada a composição bromatológica, o perfil <strong>de</strong><br />

ácidos graxos e a expressão dos genes SEW-1, IGF-II e IGF-IR. Na dissecção do lombo<br />

verificou-se uma incidência superior (P < 0,05) do tecido ósseo e inferior (P < 0,05) <strong>de</strong><br />

gordura na composição bromatológica do grupo Farelo <strong>de</strong> Mamona Detoxificada <strong>em</strong> relação<br />

ao grupo S<strong>em</strong> Farelo <strong>de</strong> Mamona Detoxificada. A expressão do gene IGF-II resultou superior<br />

(P < 0,001) no tecido muscular e adiposo dos animais FMD, assim como para o gene SEW-1<br />

(P < 0,001) no músculo. Desta forma po<strong>de</strong>-se concluir que a utilização do farelo <strong>de</strong> mamona<br />

por longos períodos não produz alterações significativas <strong>em</strong> relação aos componentes<br />

anatômico ou na composição dos tecidos, entretanto as diferenças na expressão dos genes<br />

suger<strong>em</strong> novas investigações e ainda um pouco <strong>de</strong> cautela no uso <strong>de</strong>ste produto para<br />

alimentação animal.<br />

Palavras-chave: Mamona. Cabra. Tecido muscular. Expressão gênica.<br />

9


ABSTRACT<br />

This study aimed to evaluate the administration of castor meal for long periods in crossbred<br />

goats. They animals were divi<strong>de</strong>d into two groups and fed for 16 months with diets based lon<br />

Tifton and concentrated with and without <strong>de</strong>toxified castor meal instead soybean meal. After<br />

this period, the animals were sacrificed and then held the weigh anatomical components,<br />

carcass and commercial cuts: shoul<strong>de</strong>r, ham, loin, ribs and neck. Before the sacrifice blood<br />

samples were collected for dosage dosage of lactate <strong>de</strong>hydrogenase, aspartate , alanine<br />

aminotransferase, urea, creatinine and albumin.From the in longissimus dorsii were separated<br />

Muscle, fat and bone, and analyzed the ch<strong>em</strong>ical composition, the fatty acid profile and<br />

expression of genes SEW-1, IGF-II and IGF-IR. On dissection of the loin there was a higher<br />

inci<strong>de</strong>nce (P


LISTA DE FIGURAS<br />

Figura 1 Fotografia Gel IGF-IR controle:.................................................71<br />

Figura 2 Fotografia Gel IGF-IR mamona:................................................71<br />

Figura 3 Fotografia Gel SEPW1 controle:................................................72<br />

Figura 4 Fotografia Gel SEPW1 mamona:..............................................72<br />

Figura 5 Fotografia Gel PCR IGF-2 controle...........................................73<br />

Figura 6 Fotografia Gel PCR IGF-2 mamona...........................................73<br />

11


LISTA DE TABELAS<br />

Tabela 1. Analise química-bromatológica do farelo <strong>de</strong> mamona.............................................52<br />

Tabela.2 Detalhe dos primers para PCR...................................................................................52<br />

Tabela 3. Médias e erros padrões para as concentrações plasmáticas <strong>de</strong> metabolitos aos 480<br />

dias <strong>de</strong> alimentação...................................................................................................................53<br />

Tabela 4. Médias e erros padrões para os componentes anatômicos e da carcaça aos 480 dias<br />

<strong>de</strong> alimentação...........................................................................................................................54<br />

Tabela 5. Médias e erros padrões para dissecção e composição centesimal do músculo<br />

Longissimus Dorsii aos 480 dias <strong>de</strong> alimentação.....................................................................55<br />

Tabela 6. Médias e erros padrões para a quantificação dos ácidos graxos no extrato lipídico do lombo<br />

aos 480 dias <strong>de</strong> alimentação....................................................................................................................56<br />

Tabela 7. Médias e erros padrões para expressão genica (unida<strong>de</strong>s arbitrarias) no tecido<br />

muscular do lombo e no tecido adiposo omental aos 480 dias <strong>de</strong> alimentação........................57<br />

12


LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS<br />

(BSE) Encefalopatia espongiforme bovina<br />

(MAS) Mapas genéticos saturados <strong>de</strong> marcadores altamente polimórficos<br />

(RIP) Proteínas inibidoras <strong>de</strong> ribossomos<br />

(CLHP) Cromatografia líquida <strong>de</strong> alta pressão<br />

(PCR) Reação <strong>em</strong> ca<strong>de</strong>ia da polimerase<br />

(RIP) Proteínas inibidoras <strong>de</strong> ribossomos<br />

CB – 1A Complexo alergênico<br />

13


SUMÁRIO<br />

1 INTRODUÇÃO ............................................................................................................... 15<br />

2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ....................................................................................... 17<br />

2.1 MARCADORES MOLECULARES .......................................................................... 17<br />

2.1.1 Carotenói<strong>de</strong>s .................................................................................................... 18<br />

2.1.2 Terpenos .......................................................................................................... 19<br />

2.1.3 Compostos fenólicos ........................................................................................ 19<br />

2.1.4 Ácidos graxos .................................................................................................. 20<br />

2.2 MARCADORES FÍSICOS (ISÓTOPOS) A PARTIR DE ISÓTOPOS ESTÁVEIS NA<br />

DIETA ............................................................................................................................ 20<br />

2.3 MARCADORES GLOBAIS ATRAVÉS DA CARACTERIZAÇÃO ESPECTRAL<br />

DOS TECIDOS ............................................................................................................... 21<br />

2.4 GENÔMICA FUNCIONAL ...................................................................................... 22<br />

2.5 CO-PRODUTOS DA MAMONA ASSOCIADOS À CADEIA PRODUTIVA DO<br />

BIODIESEL .................................................................................................................... 24<br />

2.5.1 Características dos co-produtos da mamona ..................................................... 26<br />

2.5.2 Co-produtos da mamona e alimentação animal ................................................ 28<br />

3 JUSTIFICATIVA............................................................................................................ 31<br />

4 HIPÓTESE CIENTÍFICA .............................................................................................. 33<br />

5 OBJETIVOS ................................................................................................................... 34<br />

5.1 OBJETIVO GERAL .................................................................................................. 34<br />

5.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS ..................................................................................... 34<br />

6 CAPÍTULO 1 .................................................................................................................. 35<br />

7 CONCLUSÕES .............................................................................................................. 58<br />

8 PERSPECTIVAS ............................................................................................................ 59<br />

9 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ........................................................................... 60<br />

APÊNDICE ...................................................................................................................... 71<br />

14


1 INTRODUÇÃO<br />

Nos últimos anos, a caprinocultura v<strong>em</strong> se <strong>de</strong>stacando como uma das principais<br />

ativida<strong>de</strong>s econômicas exercidas por pequenos e gran<strong>de</strong>s produtores <strong>de</strong> carne, leite e pele <strong>em</strong><br />

todo o mundo. Entretanto, a região Nor<strong>de</strong>ste, caracterizada por concentrar <strong>em</strong> torno <strong>de</strong> 90 %<br />

da população caprina e 56,7% da população ovina do Brasil, ainda enfrenta sérios entraves no<br />

que concerne à obtenção <strong>de</strong> elevados índices <strong>de</strong> produtivida<strong>de</strong> nestas espécies (IBGE,2010).<br />

Um dos principais fatores <strong>de</strong>terminantes <strong>de</strong>ste quadro é o manejo nutricional <strong>de</strong>ficiente<br />

<strong>em</strong>pregado <strong>em</strong> gran<strong>de</strong> parte das criações, o qual v<strong>em</strong> refletir, sobretudo, <strong>em</strong> uma baixa<br />

eficiência produtiva e reprodutiva dos rebanhos.<br />

O uso racional <strong>de</strong> recursos forrageiros adaptados e economicamente viáveis,quando<br />

combinados com a pastag<strong>em</strong> nativa, permite elevar a eficiência da produção animal, (SOUSA,<br />

2005).Assim, se faz necessário ,conhecer, alimentos que são abundantes e acessíveis ao<br />

produtor, principalmente durante os períodos secos, quando a qualida<strong>de</strong> e a quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

forragens na caatinga são baixas. Nesse contexto, o uso <strong>de</strong> subprodutos da agroindústria e <strong>de</strong><br />

menor custo na alimentação animal, principalmente <strong>de</strong> ruminantes, po<strong>de</strong> representar uma<br />

opção viável para os produtores <strong>de</strong>s<strong>de</strong> que certos critérios sejam consi<strong>de</strong>rados,tais como, a<br />

composição química, o preço, a facilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> armazenamento, a presença <strong>de</strong> compostos<br />

tóxicos e/ou anti – nutricionais.<br />

De encontro a essa probl<strong>em</strong>ática, <strong>de</strong>staca-se o enorme volume <strong>de</strong> subprodutos gerados<br />

na agroindústria do biodiesel a partir da s<strong>em</strong>ente da Mamona. (SEVERINO, 2005 &<br />

HOFFMAN et al., 2007), através <strong>de</strong> duas revisões sobre o probl<strong>em</strong>a da utilização da torta <strong>de</strong><br />

Mamona, <strong>de</strong>screv<strong>em</strong> <strong>de</strong> forma completa os principais obstáculos existentes hoje no<br />

aproveitamento torta <strong>de</strong> mamona.O resíduo da prensag<strong>em</strong> das s<strong>em</strong>entes, após a extração <strong>de</strong><br />

óleo, chamada <strong>de</strong> torta, po<strong>de</strong> ser utilizado como ração animal, todavia, o seu uso como<br />

alimento animal não t<strong>em</strong> sido possível <strong>de</strong>vido à presença <strong>de</strong> el<strong>em</strong>entos tóxicos e alergênicos<br />

na sua composição. Para cada tonelada <strong>de</strong> s<strong>em</strong>entes <strong>de</strong> mamona processada estima-se que<br />

sejam gerados 530 Kg <strong>de</strong> torta (SEVERINO, 2005).<br />

Exist<strong>em</strong> diversos métodos para promover a <strong>de</strong>stoxificação e a <strong>de</strong>salergenização da<br />

torta da mamona, usando processos físicos e químicos (ANANDAN et al., 2005). Os dados da<br />

literatura relativos à r<strong>em</strong>oção <strong>de</strong> ricina da torta <strong>de</strong> mamona por tratamento físico e por<br />

tratamentos químicos <strong>de</strong>talham <strong>de</strong> forma clara as dificulda<strong>de</strong>s no controle da eficiência do<br />

15


processo <strong>de</strong> <strong>de</strong>stoxificação. No entanto como a região nor<strong>de</strong>ste apresenta baixa produção <strong>de</strong><br />

grãos <strong>de</strong>stinadas aos animais para a formulação <strong>de</strong> rações concentradas, o uso <strong>de</strong> produtos da<br />

agroindústria, como a torta <strong>de</strong> Mamona, constitui uma importante alternativa para a<br />

alimentação dos rebanhos.Ainda Nor<strong>de</strong>ste do Brasil, as secas periódicas, impõ<strong>em</strong> severas<br />

restrições ao suprimento <strong>de</strong> forragens,o que po<strong>de</strong> afetar a produção <strong>de</strong> pequenos ruminantes.<br />

Este fato resulta na sazonalida<strong>de</strong> da oferta <strong>de</strong> produtos para o consumidor, comprometendo a<br />

competitivida<strong>de</strong> e sustentabilida<strong>de</strong> do agronegócio. A caprino - ovinonocultura no Nor<strong>de</strong>ste<br />

brasileiro s<strong>em</strong>pre foi uma ativida<strong>de</strong> <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> relevância econômica e social, possuindo um<br />

gran<strong>de</strong> potencial para a exploração <strong>de</strong>sses animais a mercê <strong>de</strong> condições favoráveis para a<br />

produção. Portanto o uso <strong>de</strong> alimentos alternativos possibilita uma ampla flexibilida<strong>de</strong> na<br />

formulação <strong>de</strong> rações para ruminantes, uma vez que esses po<strong>de</strong>m conter na sua composição<br />

el<strong>em</strong>entos característicos ou compl<strong>em</strong>entares contribuindo para um ajuste mais rigoroso das<br />

dietas. Além disso, estratégias nutricionais que atent<strong>em</strong> para combinações entre resíduos <strong>de</strong><br />

cultivos e utilização <strong>de</strong> subprodutos da agroindústria, como alternativas para fundamentar a<br />

base alimentar <strong>de</strong> pequenos ruminantes, po<strong>de</strong>m contribuir no controle <strong>de</strong> resíduos poluentes<br />

ao meio ambiente, reduzir custos operacionais com a alimentação <strong>de</strong>sses rebanhos (LIMA,<br />

2005), b<strong>em</strong> como, diminuir a pressão sobre o uso <strong>de</strong> cereais, disponibilizando-os para a<br />

população humana (PORTUGAL, 2002).Assim sabendo – se que existe um crescente<br />

aumento interesse informações sobre os fatores <strong>de</strong> produção pecuária, especialmente no que<br />

diz respeito a forma <strong>de</strong> alimentação dos animais <strong>de</strong>stinados ao abate. Sobretudo pelo rótulo<br />

<strong>de</strong> “produto ver<strong>de</strong>”, atribuído. Desta foram a utilização <strong>de</strong> ferramentas com objetivo <strong>de</strong> traçar<br />

através da alimentação dos animais são <strong>em</strong>pregadas para autenticar os seus produtos e seus<br />

<strong>de</strong>rivados,visto que a natureza da alimentação influencia fort<strong>em</strong>ente a composição <strong>de</strong> tecidos<br />

e produtos <strong>de</strong> ruminantes (CHILLIARD et al., 2007) e refletindo o modo <strong>de</strong> criação <strong>de</strong>sses<br />

animais.<br />

16


2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA<br />

2.1 MARCADORES MOLECULARES<br />

A natureza da dieta influencia fort<strong>em</strong>ente a composição dos tecidos <strong>de</strong> orig<strong>em</strong> animal,<br />

<strong>em</strong> função <strong>de</strong> compostos específicos que são diretamente transferidos a partir da alimentação<br />

para o produto final, quer sejam transformados ou produzidos por microrganismos ruminais e<br />

também metabolismo animal sob o efeito <strong>de</strong> uma dieta específica. Alguns <strong>de</strong>stes compostos<br />

po<strong>de</strong>m ser utilizados como marcadores da dieta. Além disso, <strong>de</strong>senvolvimento e a utilização<br />

<strong>de</strong> marcadores do genoma e o estabelecimento <strong>de</strong> mapas genéticos que se constitu<strong>em</strong> num<br />

verda<strong>de</strong>iro "cartão <strong>de</strong> i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong>" das várias espécies <strong>de</strong> animais, caracterizando - se assim<br />

num método perfeito na rastreabilida<strong>de</strong> e i<strong>de</strong>ntificação <strong>de</strong> indivíduos que possam contribuir<br />

na eficácia das investigações sobre a fisiologia do tecido muscular <strong>de</strong> animais <strong>de</strong> interesse<br />

zootécnico. A ação biológica <strong>de</strong> certos genes-chave está diretamente envolvida com<br />

características <strong>de</strong> interesse econômico (BRYNE & MCMULLEN, 1996). Na espécie caprina,<br />

assim como <strong>em</strong> outros ruminantes, é reconhecido que a resposta reprodutiva está diretamente<br />

relacionada ao tipo <strong>de</strong> alimentação e é capaz <strong>de</strong> produzir uma alteração da expressão <strong>de</strong><br />

genes <strong>em</strong> diversos sítios anatômicos.<br />

O conceito <strong>de</strong> autenticação da dieta é fort<strong>em</strong>ente interligado ao conceito <strong>de</strong><br />

rastreabilida<strong>de</strong> o qual t<strong>em</strong> adquirido importância significativa nos últimos anos,<br />

principalmente nos mercados internacionais <strong>de</strong> produtos agrícolas, sendo consi<strong>de</strong>rada uma<br />

importante ferramenta <strong>de</strong> investigação da qualida<strong>de</strong> no agronegócio. No princípio, ela foi<br />

obrigatória apenas <strong>de</strong>ntro do processo geral <strong>de</strong> certificação <strong>de</strong> produtos para garantir a<br />

segurança alimentar, constituindo-se <strong>de</strong> mecanismos que permit<strong>em</strong> i<strong>de</strong>ntificar a orig<strong>em</strong> <strong>de</strong>s<strong>de</strong><br />

o campo até o consumidor, po<strong>de</strong>ndo ou não, ser transformado e processado(PRACHE et al.,<br />

2007). PRACHE et al., (2007) i<strong>de</strong>ntificaram quatro linhas <strong>de</strong> investigação seguidas visando<br />

gerar informações a respeito do alimento fornecido aos ruminantes: biomarcadores presentes<br />

nas plantas (marcadores diretos), marcadores metabólicos, produzidos a partir do<br />

metabolismo animal (marcadores indiretos), marcadores físicos, a partir da relação <strong>de</strong><br />

isótopos estáveis na dieta e marcadores globais, através da caracterização espectral dos<br />

tecidos e, recent<strong>em</strong>ente, o gênoma funcional. A seguir serão <strong>de</strong>scritos o tipo e a ação dos<br />

marcadores <strong>de</strong> acordo com PRACHE et al., (2007).<br />

17


2.1.1 Carotenói<strong>de</strong>s<br />

Certas substâncias estão presentes somente <strong>em</strong> <strong>de</strong>terminadas plantas, não sendo,<br />

portanto sintetizada pelos animais, <strong>de</strong>sta forma, sua ocorrência no tecido animal é <strong>de</strong>vido ao<br />

alimento ingerido pelos mesmos, sendo conhecidas como biomarcadores. Pigmentos<br />

carotenói<strong>de</strong>s e os terpenos secundários são ex<strong>em</strong>plos <strong>de</strong>stes componentes. Estes<br />

micronutrientes são estocados na gordura animal após absorção e são também encontrados no<br />

leite e na carne.<br />

Os carotenói<strong>de</strong>s formam o principal grupo <strong>de</strong> pigmentos naturais. A luteína é o único<br />

carotenói<strong>de</strong> estocado no tecido adiposo <strong>de</strong> ovinos e caprinos (PRACHE et al., 2003b), ao<br />

passo que bovinos estocam o β- caroteno. Esta característica é <strong>de</strong> interesse porque a luteína<br />

está presente <strong>em</strong> altos níveis na forrag<strong>em</strong> ver<strong>de</strong>, com valores <strong>de</strong> 9-14 mg/100g matéria natural<br />

(PRACHE et al., 2003b), no entanto cereais, tubérculos e seus <strong>de</strong>rivados não apresentam este<br />

carotenói<strong>de</strong> ou ocorre <strong>em</strong> baixas concentrações (WOLTER, 1988). A luteína po<strong>de</strong>ria, <strong>de</strong>sta<br />

forma, ser um excelente marcador para ovinos e caprinos, alimentados com forragens ver<strong>de</strong>s.<br />

Em contrapartida, a zeaxantina é um carotenói<strong>de</strong> abundante no milho e não é estocada por<br />

pequenos ruminantes (YANG et al., 1992; PRACHE et al., 2003b). Vale ressaltar, que todos<br />

os processos <strong>de</strong> conservação <strong>de</strong> forragens alteram a concentração <strong>de</strong> carotenoi<strong>de</strong>s (NOZIÈRE<br />

et al 2006b). Também estudos comparativos entre cor<strong>de</strong>iros alimentados exclusivamente a<br />

pasto e confinados com dieta baseada <strong>em</strong> concentrado, mostraram que os cor<strong>de</strong>iros a pasto<br />

acumularam 5 a 6 vezes mais carotenói<strong>de</strong>s no sangue e 2,4 a 4,1 vezes mais luteína no tecido<br />

adiposo perirenal (PRACHE & THERIEZ, 1999, PRIOLO et al., 2002, PRACHE et al.,<br />

2003a, b). Nestes estudos, cor<strong>de</strong>iros confinados ingeriram cerca <strong>de</strong> 3% <strong>de</strong> carotenói<strong>de</strong>s <strong>em</strong><br />

relação aos cor<strong>de</strong>iros mantidos a pasto (PRACHE et al., 2003a). Além disso, PRACHE &<br />

THERIEZ (1999) foram os pioneiros num método original para diferenciar carcaças <strong>de</strong> ovinos<br />

alimentados <strong>em</strong> pasto ovinos alimentados com concentrado, usando o espectro <strong>de</strong> reflectância<br />

do tecido adiposo na zona <strong>de</strong> absorção <strong>de</strong> luz pelos carotenói<strong>de</strong>s (comprimento <strong>de</strong> onda entre<br />

450-510 nm). Eles propuseram um índice baseado <strong>em</strong> análises mat<strong>em</strong>áticas do espectro <strong>de</strong><br />

reflectância do tecido adiposo para rastrear os ovinos alimentados a pasto. Posteriormente,<br />

este método foi recomendado como confiável para a diferenciação <strong>de</strong> ovinos criados a pasto<br />

quando a medida é realizada no tecido adiposo perirenal (PRIOLO et al., 2002).<br />

18


2.1.2 Terpenos<br />

A natureza e a quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> constituintes voláteis presente nos produtos e tecidos dos<br />

ruminantes são fort<strong>em</strong>ente influenciados pela alimentação (VASTA & PRIOLO, 2006). Estas<br />

moléculas traçadoras po<strong>de</strong>m ser constituintes voláteis da ração ou do metabolismo expressos<br />

<strong>de</strong> maneira diferente <strong>em</strong> função do regime alimentar (BERDAGUÉ et al., 2005). Entre as<br />

substâncias voláteis presentes <strong>em</strong> produtos lácteos e no tecido muscular, os terpenos t<strong>em</strong> sido<br />

objeto <strong>de</strong> vários estudos, pois formam uma gran<strong>de</strong> classe <strong>de</strong> moléculas quase exclusivamente<br />

sintetizadas por plantas (monoterpenos, sesquiterpenos e <strong>de</strong>rivados oxigenados) e variam<br />

amplamente <strong>de</strong> acordo com a família das plantas: a maioria das Apiaceae e certas Asteraceae<br />

e Lamiaceae contêm gran<strong>de</strong> quantida<strong>de</strong> e ampla diversida<strong>de</strong> <strong>de</strong> terpenos (CORNU et al.,<br />

2001b). Os terpenos foram utilizados com sucesso para reconhecer a dieta e a orig<strong>em</strong><br />

geográfica <strong>de</strong> animais criados a pasto (CORNU et al., 2001a).<br />

2.1.3 Compostos Fenólicos<br />

Algumas forragens são ricas <strong>em</strong> flavonói<strong>de</strong>s e outros compostos fenólicos são os<br />

principais compostos secundários classificados como monômeros, lignina, taninos (BARRY<br />

et al.,2001).Várias estruturas polifenólicas muitas vezes são específicas para <strong>de</strong>terminadas<br />

famílias botânicas (mesma varieda<strong>de</strong>) e condições ambientais, possibilitando sua<br />

rastreabilida<strong>de</strong> <strong>em</strong> certos alimentos (PRACHE et.al., 2007). A composição e o conteúdo <strong>de</strong><br />

polifenóis varia com a espécie vegetal e a fase <strong>de</strong> maturida<strong>de</strong> da planta, <strong>em</strong> geral as<br />

dicotiledôneas apresentam uma quantida<strong>de</strong> b<strong>em</strong> maior que as gramíneas(PRACHE et.al,<br />

2007). Após a análise da forrag<strong>em</strong> por cromatografia líquida <strong>de</strong> alta pressão (HPLC), obt<strong>em</strong>os<br />

uma "marca cromatográfica reflectiva" da diversida<strong>de</strong> botânica <strong>de</strong>sta forrag<strong>em</strong>. Após<br />

ingestão, os polifenóis são biotransformados no rúmen, absorvidos, transformados no fígado,<br />

e acabam parcialmente nos tecidos on<strong>de</strong> são metabolizados,com uma outra fração é secretada<br />

no leite ou excretada na urina.<br />

BESLE et al. (2005) alimentaram seis grupos <strong>de</strong> vacas com seis diferentes dietas: ricas<br />

<strong>em</strong> concentrado (65% da dieta), baseado <strong>em</strong> silag<strong>em</strong> <strong>de</strong> milho, silag<strong>em</strong> <strong>de</strong> centeio, feno <strong>de</strong><br />

centeio, feno nativo <strong>de</strong> montanha e pastag<strong>em</strong> nativa + 15% <strong>de</strong> concentrado. Os compostos<br />

fenólicos contidos nestas dietas, <strong>de</strong>terminadas por cromatografia líquida <strong>de</strong> alta eficiência<br />

19


(CLAE), variram <strong>de</strong> 0,8 a 8 g/kg MS, sendo a pastag<strong>em</strong> nativa <strong>de</strong>masiadamente mais rica<br />

nestes compostos.<br />

Nos leites correspon<strong>de</strong>ntes, cerca <strong>de</strong> 60 compostos fenólicos foram <strong>de</strong>tectados por<br />

CLAE. Quase meta<strong>de</strong> foi encontrada <strong>em</strong> todos os leites, com cinco <strong>de</strong>les sendo<br />

predominantes. {quais}Outros componentes <strong>de</strong> plantas, como os fitenos (terpenói<strong>de</strong> <strong>de</strong> alto<br />

peso molecular), também foram <strong>de</strong>tectados no leite (CERBULIS et al., 1985) e tecido adiposo<br />

(MELTON, 1990; YOUNG et al., 1997) e po<strong>de</strong>m ser utilizados como biomarcadores da dieta<br />

<strong>de</strong> ruminantes, <strong>de</strong>ssa forma as forragens ricas <strong>em</strong> compostos fenólicos são promissores na<br />

rastreabilida<strong>de</strong> da alimentação <strong>em</strong> ruminantes.<br />

2.1.4 Ácidos Graxos<br />

A composição <strong>de</strong> ácido graxo no tecido muscular e no leite po<strong>de</strong> também ser uma<br />

fonte útil <strong>de</strong> informação sobre a alimentação fornecida aos animais. Os microrganismos dos<br />

ruminantes hidrogenizam os lipídios da dieta, resultando <strong>em</strong> aumento nos ácidos graxos<br />

saturados nos tecidos animais <strong>de</strong> acordo com o perfil da dieta. Entretanto, partes dos ácidos<br />

graxos insaturados po<strong>de</strong>m escapar da hidrogenação ruminal e a dieta po<strong>de</strong> afetar a<br />

composição <strong>de</strong> ácidos graxos dos tecidos e produtos <strong>de</strong> ruminantes (WOOD & ENSER, 1997;<br />

WOOD et al., 2003; AUROUSSEAU et al., 2004; PRIOLO et al., 2005). Os lipídios<br />

provenientes <strong>de</strong> forrag<strong>em</strong> contêm altas proporções <strong>de</strong> ácido linolênico (LNA; 18:3 n-3), um<br />

composto que não é sintetizado pelos animais. Assim, animais alimentados a pasto<br />

apresentam maiores proporções <strong>de</strong> ácido linolênico que animais confinados (WOOD &<br />

ENSER, 1997). Entretanto, <strong>de</strong>ve ser notado que s<strong>em</strong>ente <strong>de</strong> linhaça é bastante rica <strong>em</strong> ácido<br />

linolênico e sua inclusão na ração concentrada <strong>de</strong> animais confinados po<strong>de</strong>ria afetar<br />

composição <strong>de</strong> ácidos graxos no leite e no tecido muscular <strong>de</strong>sses animais (SCOLLAN et al.,<br />

2001).<br />

2.2 MARCADORES FÍSICOS (ISÓTOPOS) A PARTIR DE ISÓTOPOS ESTÁVEIS NA<br />

DIETA<br />

A composição <strong>de</strong> isótopos estáveis <strong>de</strong> certos el<strong>em</strong>entos químicos, tais como o<br />

oxigênio, hidrogênio, carbono e nitrogênio são sujeitos a variações naturais. As causas <strong>de</strong>ssas<br />

variações são b<strong>em</strong> conhecidas e algumas <strong>de</strong>las são <strong>de</strong> interesse <strong>em</strong> termos e autenticação da<br />

20


orig<strong>em</strong> geográfica e/ou das condições <strong>de</strong> alimentação dos ruminantes. A <strong>de</strong>terminação da<br />

orig<strong>em</strong> geográfica do leite e queijos t<strong>em</strong> sido estimada com sucesso medindo as relações <strong>de</strong><br />

isótopos estáveis <strong>de</strong> oxigênio (δ 18 O, ou seja, 18 O/ 16 O) na água do leite, e concentração <strong>de</strong><br />

isótopos <strong>de</strong> nitrogênio (δ 15 N, ou seja, 15 N/ 14 N) e carbono (δ 13 C, ou seja, 13 C/ 12 C) <strong>em</strong> frações<br />

específicas do leite (RENOU et al., 2004ab) ou <strong>de</strong> amostras <strong>de</strong> músculo (PIASENTER et al.,<br />

2003, <strong>em</strong> cor<strong>de</strong>iros) produzidos <strong>em</strong> diferentes regiões da Europa. RENOU et al. ,(2004ab)<br />

<strong>de</strong>monstraram que os valores do δ 18 O no leite e carne foram afetados pela latitu<strong>de</strong> e altitu<strong>de</strong>,<br />

permitindo assim discriminar leite e tecido muscular produzidos <strong>em</strong> áreas montanhosas<br />

daquelas produzidos <strong>em</strong> regiões baixas.<br />

A presença <strong>de</strong> δ 15 N nas plantas é modulada pela adubação mineral, responsável pelos<br />

aumentos <strong>de</strong> 15 N <strong>em</strong> seus compostos nitrogenados. A Proporção <strong>de</strong> leguminosas nas<br />

pastagens interfere negativamente, <strong>em</strong> relação a fixação <strong>de</strong> nitrogênio atmosférico<br />

(GEBBING et al., 2004, SCHMIDT et al.,2005). Relatos sobre a presença <strong>de</strong> δ 15 N nos tecidos<br />

e produtos animais po<strong>de</strong>riam assim indicar o grau <strong>de</strong> intensificação <strong>de</strong> <strong>de</strong>terminadas<br />

pastagens e culturas <strong>de</strong>stinadas a alimentação animal, e ser interessante para diferenciar os<br />

produtos <strong>de</strong> orig<strong>em</strong> animal e seus sist<strong>em</strong>as <strong>de</strong> alimentação (SCHMIDT et al,. 2005).<br />

2.3 MARCADORES GLOBAIS ATRAVÉS DA CARACTERIZAÇÃO ESPECTRAL DOS<br />

TECIDOS<br />

Com a crescente sofisticação das técnicas instrumentais <strong>de</strong> análise química,<br />

impulsionada pela invasão <strong>de</strong> microprocessadores e microcomputadores no laboratório,<br />

técnicas <strong>de</strong> tratamentos <strong>de</strong> dados mais complexos do ponto <strong>de</strong> vista mat<strong>em</strong>ático e estatístico<br />

tornaram-se necessárias. A ressonância magnética nuclear 13 C t<strong>em</strong> sido utilizada para<br />

autenticar o leite <strong>de</strong> acordo com a dieta alimentar por <strong>de</strong>terminação das proporções relativas<br />

<strong>de</strong> ácidos graxos poliinsaturados, monoinsaturados e saturados (RENOU et al., 2004).<br />

O espectrômetro <strong>de</strong> massas é outro método que t<strong>em</strong> sido utilizado com sucesso para<br />

autenticar a orig<strong>em</strong> geográfica e regimes alimentares. COZZOLINO et al., (2002a,b)<br />

<strong>de</strong>monstraram que a caracterização espectral do tecido muscular (músculo longissimus<br />

dorsi), usando espectroscopia <strong>de</strong> reflectância visível e próxima do infravermelho (NIRS),<br />

po<strong>de</strong> ser utilizada para diferenciar amostras <strong>de</strong> carne <strong>de</strong> bovinos originários <strong>de</strong> dois sist<strong>em</strong>as<br />

<strong>de</strong> alimentação (dieta baseada <strong>em</strong> 100% <strong>de</strong> pastag<strong>em</strong> dieta baseada <strong>em</strong> silag<strong>em</strong> <strong>de</strong> milho). A<br />

21


discriminação do tecido muscular foi realizada por análises dos principais componentes e pelo<br />

método “Soft In<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nt Mo<strong>de</strong>lling of Class Analogy” {<strong>de</strong>screver}. As análises<br />

quantitativas das informações ópticas mostraram diferenças no tecido muscular ,<br />

possibilitando a diferenciação dos dois sist<strong>em</strong>as <strong>de</strong> alimentação. Também, OSÓRIO et al.,<br />

(2006), diferenciaram acertadamente carcaças <strong>de</strong> cor<strong>de</strong>iros alimentados com leite integral ou<br />

sucedâneo, usando o NIRS, a partir <strong>de</strong> amostras do tecido adiposo perirenal. Estes primeiros<br />

resultados indicam que é possível diferenciar dietas alimentares contrastantes a partir <strong>de</strong><br />

componentes específicos encontrados nos produtos e tecidos animal. Entretanto, a maioria<br />

<strong>de</strong>stes estudos utilizando traçadores, mostra uma gran<strong>de</strong> variabilida<strong>de</strong> da resposta animal, o<br />

que torna indispensável uma validação sobre um gran<strong>de</strong> número <strong>de</strong> animais para pesquisar as<br />

fontes <strong>de</strong> variação dos métodos e quantificar os efeitos da variabilida<strong>de</strong> individual sobre a<br />

autenticação da dieta. O estágio <strong>de</strong> maturida<strong>de</strong> das plantas também po<strong>de</strong> afetar o nível <strong>de</strong><br />

ingestão dos traçadores <strong>de</strong> interesse, assim como a disponibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> forrag<strong>em</strong> e <strong>de</strong><br />

supl<strong>em</strong>entação <strong>em</strong> pastag<strong>em</strong>, que influenciam na ingestão <strong>de</strong> forrag<strong>em</strong>, afetando, assim, a<br />

ingestão dos infecdores. Desta forma, é necessário estudar a resposta entre a quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

traçadores ingeridos pelo animal e a concentração sobre os tecidos e produtos <strong>de</strong> orig<strong>em</strong><br />

animal.<br />

2.4 GENÔMICA FUNCIONAL<br />

A ação biológica <strong>de</strong> certos genes-chave está diretamente envolvida com características<br />

<strong>de</strong> interesse econômico (BRYNE & MCMULLEN, 1996). O mapeamento <strong>de</strong> loci <strong>de</strong><br />

características quantitativas (Quantitative Trait Loci,QTLs) <strong>de</strong>stacando po<strong>de</strong>mos <strong>de</strong>stacar<br />

alguns ex<strong>em</strong>plos b<strong>em</strong> sucedidos na aplicação <strong>de</strong> estratégias <strong>de</strong> i<strong>de</strong>ntificação <strong>de</strong>sses genes, a<br />

<strong>de</strong>scoberta dos genes halotano e RN,esta relacionados à qualida<strong>de</strong> da carne <strong>em</strong> suínos (DE<br />

VRIES, 1998) e o da miostatina, associado à formação da musculatura dupla <strong>em</strong> bovinos<br />

(GROBET et al., 1997).<br />

A i<strong>de</strong>ntificação <strong>de</strong>stas regiões <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> do <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> mapas genéticos<br />

saturados <strong>de</strong> marcadores moleculares altamente polimórficos (MAS), perfil que po<strong>de</strong> ser<br />

esclarecido através da i<strong>de</strong>ntificação dos microssatélites ou repetições <strong>de</strong> sequência simples<br />

(simple sequence repeats, SSR, TAUZ, 1989) e dos polimorfismos <strong>de</strong> base única (single<br />

nucleoti<strong>de</strong> polymorphisms, SNPs, COLLINS et al., 1998). Os microssatélites como<br />

22


marcadores do DNA, são ferramentas inovadoras na i<strong>de</strong>ntificação <strong>de</strong>sses genes, compostos <strong>de</strong><br />

seqüências curtas e repetitivas (repetições <strong>em</strong> tan<strong>de</strong>m), <strong>de</strong> um a seis nucleotí<strong>de</strong>os espalhados<br />

por todo o genôma, os micorssatélites têm sido consi<strong>de</strong>rados como marcadores <strong>de</strong> eleição <strong>em</strong><br />

projetos <strong>de</strong> mapeamento, pois apresentam auto grau <strong>de</strong> polimorfismo alélico e são codominates.<br />

Destaca-se que a utilização do método <strong>de</strong> amplificação por "reação <strong>em</strong> ca<strong>de</strong>ia da<br />

polimerase"(PCR), encurtou o t<strong>em</strong>po <strong>de</strong> i<strong>de</strong>ntificação <strong>de</strong> genótipos, tornando os marcadores<br />

microssatélites bastante a<strong>de</strong>quados para a construção <strong>de</strong> mapas genéticos e i<strong>de</strong>ntificação <strong>de</strong><br />

QTLs (MASSEY & GEORGES,1992).<br />

Hoje, mapas genéticos saturados, juntamente com o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> métodos<br />

estatísticos po<strong>de</strong>rosos, vêm permitindo a dissecação das características complexas <strong>de</strong><br />

produção e qualida<strong>de</strong> nos produtos <strong>de</strong> orig<strong>em</strong> animal através da i<strong>de</strong>ntificação <strong>de</strong> alelos<br />

específicos (COUTINHO & ROSÁRIO,2010).<br />

O uso da análise <strong>de</strong> segregação <strong>em</strong> famílias informativas ou cruzamentos<br />

experimentais para o mapeamento <strong>de</strong> QTLs já está b<strong>em</strong> <strong>de</strong>finido. O banco <strong>de</strong> dados conhecido<br />

como CattleQTLdb já disponibiliza 846 QTLs mapeados, 81 para características <strong>de</strong> carne<br />

bovina. Para suínos, também segundo o banco <strong>de</strong> dados PigQTLdb, já foram mapeados 1.675<br />

QTLs, sendo 1.409 relacionados a qualida<strong>de</strong> do tecido muscular. Em ovinos, trabalhos <strong>de</strong>sta<br />

natureza são escassos. Até o momento esforços <strong>de</strong> mapeamento <strong>de</strong> QTLs estão sendo<br />

conduzidos e, alguns genes principais já foram <strong>de</strong>scritos, como para características <strong>de</strong><br />

crescimento e carcaça (WALLING et al., 2004) e o gene callipyge (CLPG), associado à<br />

musculosida<strong>de</strong> (COCKETT et al., 1994). QTL’s associados com composição <strong>de</strong> ácidos graxos<br />

na carcaça <strong>de</strong> ovinos foram <strong>de</strong>scritos (KARAMICHOU et al., 2006). Esforços para <strong>de</strong>tectar<br />

QTLs <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong> no tecido muscular foram recent<strong>em</strong>ente revistos pelo KÜHN et al.,<br />

(2005), mostrando que esses eram essencialmente relacionados com a maciez a quantida<strong>de</strong> e a<br />

composição da gordura intramuscular (marmoreio). Em bovinos diversas investigações foram<br />

realizadas para comparações entre a qualida<strong>de</strong> da carne <strong>de</strong> Bo taurus vs., Bos indicus, on<strong>de</strong><br />

uma gran<strong>de</strong> e acentuada diferença nas características <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong> carne, particularmente<br />

maciez, é notória.<br />

A regulação da expressão dos genes para características do tecido muscular,<br />

comandada por fatores genéticos, nutricionais e ambientais,tais como sist<strong>em</strong>a <strong>de</strong> criação<br />

(GEAY et al., 2001, MALTIN et al., 2003), portanto, o perfil <strong>de</strong> expressão gênica po<strong>de</strong><br />

fornecer informações relevantes sobre as condições <strong>de</strong> alimentação do animal. Técnicas<br />

23


analíticas do genôma funcional foram recent<strong>em</strong>ente <strong>de</strong>senvolvidas para comparar perfis<br />

expressão dos genes (transcrição) ou <strong>de</strong> proteína (proteômica) <strong>em</strong> amostras <strong>de</strong> tecidos animal<br />

<strong>de</strong> interesse econômico (HOCQUETTE et al., 2005).Os métodos <strong>de</strong> análise global <strong>de</strong><br />

transcrições <strong>de</strong> sequências <strong>de</strong> DNA, ou <strong>de</strong> proteínas por eletroforese bidimensional, po<strong>de</strong>m<br />

ser utilizadas para i<strong>de</strong>ntificar conjuntos <strong>de</strong> genes e proteínas que possam ser utilizados como<br />

representantes <strong>de</strong> uma “assinatura molecular" dos tecidos, po<strong>de</strong>ndo estar associados a<br />

<strong>de</strong>terminadas condições alimentares dos animais. Entre bovinos <strong>de</strong> 30 meses terminados<br />

(silag<strong>em</strong> <strong>de</strong> milho ou pastagens), CASSAR-MALEK et al., (2005) tentaram i<strong>de</strong>ntificar os<br />

genes cuja expressão po<strong>de</strong>riam ser associadas com o manejo <strong>em</strong> pastejo.<br />

As transcrições musculares foram analisadas para estudar os genes <strong>de</strong> transcrição<br />

muscular e que po<strong>de</strong>riam manifestar a expressão gênica associada a conduta <strong>de</strong> pastejo.<br />

Duzentos e vinte e cinco transcrições musculares expressas diferent<strong>em</strong>ente foram<br />

i<strong>de</strong>ntificadas, a gran<strong>de</strong> maioria produtos <strong>de</strong> genes que codificam enzimas do metabolismo<br />

muscular, proteínas contrácteis e as proteínas ribossômicas. O resultado original <strong>de</strong>sta<br />

<strong>de</strong>tecção foi uma subexpressão do gene da selenoproteína W, associada a conduta <strong>em</strong> pastejo,<br />

e as análises compl<strong>em</strong>entares suger<strong>em</strong> que estes resultados po<strong>de</strong>riam estar estreitamente<br />

ligados ao conteúdo ou biodisponibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> selênio (inferior nas forragens <strong>em</strong> comparação a<br />

silag<strong>em</strong> <strong>de</strong> milho) e não pelos exercícios musculares dos animais <strong>em</strong> pastejo. A expressão<br />

<strong>de</strong>sse gene po<strong>de</strong> assim se constituir num marcador da conduta <strong>de</strong> ruminantes <strong>em</strong> diferentes<br />

situações alimentares.<br />

Contudo o conhecimento da genética associado com um alimento alternativo<br />

po<strong>de</strong>ria ser uma alternativa para a região Nor<strong>de</strong>ste para tanto far<strong>em</strong>os uma breve revisão<br />

sobre a mamona.<br />

2.5 CO-PRODUTOS DA MAMONA ASSOCIADOS À CADEIA PRODUTIVA DO<br />

BIODIESEL<br />

A mamona (Ricinus communis L.) é uma oleaginosa pertencente à família<br />

Euforbiaceae, que possui um gran<strong>de</strong> potencial na ca<strong>de</strong>ia do biodiesel por produzir s<strong>em</strong>entes<br />

ricas <strong>em</strong> óleo glicídico solúvel <strong>em</strong> álcool com viscosida<strong>de</strong> b<strong>em</strong> superior aos <strong>de</strong>mais óleos<br />

vegetais, dando orig<strong>em</strong> a um volume gran<strong>de</strong> <strong>de</strong> resíduos. Segundo MOSHKIN, (1986) a<br />

mamoeira o arbusto da mamona teve sua orig<strong>em</strong> na antiga Abissínia, hoje correspon<strong>de</strong>ndo a<br />

Etiópia, no continente africano, contudo BUZZETTI (1999), relata que a mesma teria sua<br />

24


orig<strong>em</strong> no continente asiático. Atualmente a utilização <strong>de</strong> s<strong>em</strong>entes <strong>de</strong> mamona (Ricinus<br />

communis L.) na extração <strong>de</strong> óleo é <strong>em</strong>pregada também na produção <strong>de</strong> biodiesel está é<br />

responsável pela geração diária toneladas <strong>de</strong> resíduo sólido oriundo da prensag<strong>em</strong> das<br />

s<strong>em</strong>entes, torta <strong>de</strong> mamona (LEIRAS, 2006). Algumas projeções afirmam que é esperada uma<br />

produção <strong>de</strong> 2000 toneladas anuais <strong>de</strong> torta <strong>de</strong> mamona, estando vinculada a produção <strong>de</strong><br />

biodiesel (FREITAS, et al., 2005). PAULINO, et al., (2006), estimaram uma <strong>de</strong> oferta <strong>de</strong><br />

240 mil toneladas <strong>de</strong> farelo e torta <strong>de</strong> mamona nos anos <strong>de</strong> 2008 a 2013, visto que será<br />

obrigatório a inclusão <strong>de</strong> 2 % <strong>de</strong> biodisel no diesel convencional, conforme estabelecido pelo<br />

Ministério <strong>de</strong> Minas e Energia (MME, 2005). SANTOS & KOURI (2006) relatam que <strong>em</strong><br />

2005 a Índia foi o maior produtor mundial <strong>de</strong> mamona com 870 mil toneladas, e seguida pela<br />

a China, com 268 mil toneladas e o Brasil com 176,763 mil toneladas. FAO 2009, cita o<br />

Brasil como o terceiro na posição mundial na produção <strong>de</strong> baga <strong>de</strong> mamona, ficando atrás da<br />

Índia e da China. Estes países citados produz<strong>em</strong> 85% da produção mundial.<br />

A mamona, mesmo apresentando uma boa resistência à seca, para produzir<br />

a<strong>de</strong>quadamente necessita <strong>de</strong> pelo menos 16 nutrientes essenciais (KIEHL, 1985), assim como<br />

uma precipitação pluvial 500 mm, b<strong>em</strong> distribuídos ao longo do ciclo, floração dos primeiros<br />

cachos e solo <strong>de</strong> boa fertilida<strong>de</strong>. AZEVEDO & LIMA (2001), mostra com que a mamona t<strong>em</strong><br />

um potencial consi<strong>de</strong>rável para a economia do país sendo esta uma alternativa para a Região<br />

Nor<strong>de</strong>ste, visto que é um arbusto <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> resistência a períodos <strong>de</strong> estiag<strong>em</strong>. Pesquisas<br />

realizadas na EMBRAPA, (2003) com a i<strong>de</strong>nticação <strong>de</strong> áreas que po<strong>de</strong>m ser usadas para o<br />

cultivo <strong>de</strong> mamona, com um total <strong>de</strong> 448 municípios no Nor<strong>de</strong>ste,74 <strong>de</strong>les no Ceará,<br />

mostrando o potêncial produtivo do Estado.<br />

Segundo estudos realizados por SEVERINO et al., (2006), no âmbito nacional, Região<br />

Nor<strong>de</strong>ste é uma das principais produtoras <strong>de</strong> mamona, com cerca <strong>de</strong> 90% da produção<br />

nacional. Um crescente interesse no Brasil com relação a produção <strong>de</strong> biodiesel, a partir do<br />

óleo extraído <strong>de</strong> oleaginosas, como a mamona é notório,assim como o potencial produtivo<br />

<strong>de</strong>stas culturas, como também dos co-produtos como o farelo <strong>de</strong> mamona (CÂNDIDO et al.,<br />

2008). O alto potencial produtivo <strong>de</strong>corrente da fabricação do biodiesel, a partir da mamona<br />

no Nor<strong>de</strong>ste, permite disponibilizar a casca na região, po<strong>de</strong>ndo esta ser usada tanto para a<br />

geração <strong>de</strong> energia elétrica quanto para alimentação <strong>de</strong> ruminantes (RANGEL et al., 2004).<br />

Dentre os co - produtos, t<strong>em</strong> <strong>de</strong>staque a torta. A casca necessita <strong>de</strong> atenção especial, visto que<br />

25


t<strong>em</strong> um potencial para ser utilizada como alimentos alternativo para ruminantes, no entanto as<br />

tecnologias são insuficientes para maximizar esse uso.(CÂNDIDO et al., 2008).<br />

A torta <strong>de</strong> mamona é um produto da extração mecânica do óleo, este constituído por<br />

volta <strong>de</strong> 13% <strong>de</strong> óleo (COSTA et al., 2004); Já o farelo <strong>de</strong> mamona produto da extração por<br />

solventes, <strong>de</strong>ve apresentar um teor <strong>de</strong> óleo menor que 1,5% (EVANGELISTA et al., 2004).<br />

A alta viscosida<strong>de</strong> do óleo <strong>de</strong> mamona é uma vantag<strong>em</strong> para várias aplicações, <strong>de</strong>ntre estas<br />

po<strong>de</strong>mos citar: fabricação <strong>de</strong> cosméticos, lubrificantes, A torta <strong>de</strong> mamona é um produto da<br />

extração mecânica do óleo, este constituído por volta <strong>de</strong> 13% <strong>de</strong> óleo (COSTA et al., 2004);<br />

Já o farelo <strong>de</strong> mamona produto da extração por solventes, <strong>de</strong>ve apresentar um teor <strong>de</strong> óleo<br />

menor que 1,5% (EVANGELISTA et al., 2004). A alta viscosida<strong>de</strong> do óleo <strong>de</strong> mamona é<br />

uma vantag<strong>em</strong> para várias aplicações, <strong>de</strong>ntre estas po<strong>de</strong>mos citar: fabricação <strong>de</strong> cosméticos,<br />

lubrificantes, aditivos <strong>de</strong> combustíveis aeroespaciais, indústria <strong>de</strong> plástico, próteses para ossos<br />

humanos, etc (ARBULÚ et al., 2004; MENDES, 2005).<br />

Apesar da mamona apresentar alta toxi<strong>de</strong>z, existe a possibilida<strong>de</strong> do <strong>de</strong>senvolvimento<br />

<strong>de</strong> imunida<strong>de</strong> contra a ricina (SEVERINO , 2005) (explicar). Pesquisas realizadas<br />

TOKARINA & DÖBEREINER (1997) mostram que <strong>em</strong> bovinos, quando foram fornecidas<br />

pequenas quantida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> ricina, os animais <strong>de</strong>senvolveram uma imunida<strong>de</strong> e que<br />

posteriormente, após ser disponibilizado a esses animais <strong>em</strong> doses mais altas, os mesmos<br />

apresentam sintomas <strong>de</strong> intoxicação, no entanto continuavam vivos. Outrora animais que<br />

receb<strong>em</strong> logo doses altas não resitiam. A ricina é uma proteína principalmente encontrada no<br />

endosperma das s<strong>em</strong>entes da mamona, não estando presente <strong>em</strong> nenhuma outro região da<br />

planta e que pertencente a um tipo II <strong>de</strong> família <strong>de</strong> enzimas tóxicas chamadas <strong>de</strong> proteínas<br />

inibidoras <strong>de</strong> ribossomos (RIP) po<strong>de</strong>ndo levar a morte celular ao interatuar com a a<strong>de</strong>nina do<br />

28s Rna dificultando a síntese <strong>de</strong> proteína (EMBRAPA, 2005). Estudos sobre a produção <strong>de</strong><br />

mamona e seu ciclo <strong>de</strong> exploração econômica,são relativamente poucas, sua ca<strong>de</strong>ia produtiva<br />

ainda não encontra organizada, principalmente pelos volumes <strong>de</strong> produção variável, a<br />

flutuação da <strong>de</strong>manda externa, inconstância política <strong>de</strong> incentivo e oscilação o preço<br />

(PONCHIO, 2004).<br />

26


2.5.1 Características dos co-produtos da mamona<br />

A torta <strong>de</strong> mamona constitui o produto da extração do óleo das s<strong>em</strong>entes da<br />

mamoneira (Ricinus communis L.), proporção <strong>de</strong> óleo por volta <strong>de</strong> 1,2 toneladas para cada<br />

tonelada <strong>de</strong> óleo extraída (AZEVEDO & LIMA, 2001), este correspon<strong>de</strong> até 50% do peso<br />

das s<strong>em</strong>entes, po<strong>de</strong> na variar <strong>de</strong> acordo com o teor e do processo industrial <strong>de</strong> extração do<br />

óleo da s<strong>em</strong>ente. Possui uma composição proteína 60% <strong>de</strong> globulinas, 16% <strong>de</strong> albuminas, 4%<br />

<strong>de</strong> proteoses e 20% <strong>de</strong> glutelinas, proteínas conjugadas e compostos nitrogenados nãoprotéicos<br />

(BON, 1977). Estes valores elevados <strong>de</strong> proteína, tornam atraente para alimentação<br />

animal, no entanto exist<strong>em</strong> alguns produtos alergênicos (ricina, ricinina e CB-1A) po<strong>de</strong>ndo<br />

tornar esta alternativa inviável (MOSHKIN, 1986). Folhas da mamoneira po<strong>de</strong>m ter ricinina,<br />

alcalói<strong>de</strong> <strong>de</strong> baixa toxida<strong>de</strong>, mesmo assim po<strong>de</strong>ndo matar animais (SEVERINO et al., 2006).<br />

ASSIS et al., (1962) mostram que os teores <strong>de</strong> 41,2% <strong>de</strong> proteína bruta, 2,62% <strong>de</strong> extrato<br />

etéreo 32,84% <strong>de</strong> fibra, 7,65% <strong>de</strong> matéria mineral e 7,91% <strong>de</strong> extrato não nitrogenado para a<br />

torta <strong>de</strong> mamona. Segundo TÁVORA, (1982) as folhas novas (30 dias) são mais tóxicas do<br />

que as velhas. A toxicida<strong>de</strong> da mamona relacionada componentes da torta, ricina com<br />

1,50%, ricinina (alcalói<strong>de</strong>) com 0,23%, alergénos da mamona estes variando entre 0,09<br />

a 4,20% (THE INTERNATIONAL CASTOR OIL ASSOCIATION, 1989). Dentre os<br />

métodos <strong>de</strong> <strong>de</strong>stoxificação do farelo ou torta <strong>de</strong> mamona, os procedimentos utilizando o óxido<br />

<strong>de</strong> cálcio são operacionalmente simples e com potencial <strong>de</strong> viabilida<strong>de</strong> econômica<br />

(OLIVEIRA, 2008). O óxido <strong>de</strong> cálcio, <strong>em</strong> solução aquosa, se transforma <strong>em</strong> hidróxido <strong>de</strong><br />

cálcio, on<strong>de</strong> o mesmo é misturado ao farelo <strong>de</strong> mamona na dose <strong>de</strong> 60 g/kg, base da matéria<br />

natural (OLIVEIRA, 2008). Após permanecer por uma noite (12-18 horas) para ocorrer o<br />

processo <strong>de</strong> <strong>de</strong>stoxificação, o material tratado é seco para posterior armazenamento e<br />

utilização na alimentação animal (ANANDAN, 2005). A torta <strong>de</strong> mamona t<strong>em</strong> <strong>em</strong> média 42,5<br />

% <strong>de</strong> proteína bruta, 20% <strong>de</strong> fibra e 0,78 <strong>de</strong> fósforo, além <strong>de</strong> outros componentes<br />

(MOSHKIN, 1986). GARDNER et al., (1960), mostraram que o complexo alergênico CB –<br />

1A, representa por volta <strong>de</strong> 12,5 % do peso da torta, isso <strong>de</strong>terminado pelo teste <strong>de</strong><br />

precipitação <strong>de</strong> antígenos diluídos,isso tendo cuidado no método utilizado no processo<br />

industrial <strong>de</strong> <strong>de</strong>sintoxicação e <strong>de</strong>salernização para se manter a qualida<strong>de</strong> final da torta ou<br />

farelo. TANDY, (1991), <strong>de</strong>monstrou que a quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> óleo po<strong>de</strong> ser reduzida durante a<br />

extração por prensag<strong>em</strong> por volta <strong>de</strong> 6% isso <strong>em</strong> prensas mo<strong>de</strong>rnas;o valor <strong>de</strong>ste fica por<br />

27


volta <strong>de</strong> 10 a 12%. Já na extração <strong>de</strong> óleo por solvente, e equipamentos mo<strong>de</strong>rnos consegu<strong>em</strong><br />

extrair quase todo óleo ,ficando assim a torta com um teor residual <strong>de</strong> 1%.<br />

2.5.2 Co-produtos da mamona e alimentação animal<br />

Atualmente, com o retorno da mamona ao cenário nacional, como oleaginosa<br />

promissora para a ca<strong>de</strong>ia produtiva do biodiesel, po<strong>de</strong>- se observar renascer o interesse pelas<br />

pesquisas envolvendo a utilização dos seus co-produtos na alimentação <strong>de</strong> ruminantes, como a<br />

pesquisa <strong>de</strong>senvolvida por (CÂNDIDO, 2007).<br />

OLIVEIRA, (2007) avaliou a digestibilida<strong>de</strong> da matéria seca e dos nutrientes <strong>de</strong><br />

rações com quatro níveis <strong>de</strong> substituição do farelo <strong>de</strong> soja pelo farelo <strong>de</strong> mamona, o consumo,<br />

digestibilida<strong>de</strong> dos nutrientes e indicadores <strong>de</strong> função hepática <strong>em</strong> ovinos alimentados com<br />

dietas contendo farelo ou torta <strong>de</strong> mamona tratado ou não com hidróxido <strong>de</strong> cálcio.<br />

TOKARNIA et al., (1975), <strong>em</strong> estudos com intoxicação experimental <strong>em</strong> bovinos pela folha<br />

<strong>de</strong> Ricinus communis, <strong>em</strong> dois estados (Rio <strong>de</strong> Janeiro e Ceará), utilizado- as folhas ver<strong>de</strong>s<br />

recém – colhidas, folhas murchas quentes e secas e <strong>de</strong>ssecadas e não observando diferenças<br />

entre as mesmas sendo todas tóxicas. BONFIM et al.,(2006), aconselha a inclusão <strong>de</strong> até 15%<br />

(com base na matéria seca) <strong>de</strong> casca <strong>de</strong> mamona enriquecendo com 13% <strong>de</strong> s<strong>em</strong>entes na dieta<br />

<strong>de</strong> ovinos. (mudar).A casca é consi<strong>de</strong>rada um alimento volumoso, mesmo s<strong>em</strong> ter gran<strong>de</strong><br />

valor nutritivo com relação a composição mineral (SEVERINO et al., 2006).<br />

SANTOS et al., (2007) avaliaram a substituição <strong>de</strong> feno <strong>de</strong> tifton por casca <strong>de</strong><br />

mamona como volumoso (33, 66, 100%), por um período <strong>de</strong> 84 dias e observaram que a casca<br />

da mamona po<strong>de</strong> ser inserida na dieta <strong>de</strong> cabras leiteiras como volumoso alternativo,<br />

substituindo o feno <strong>de</strong> tifton s<strong>em</strong> causar nenhuma alteração na produção alterar a composição<br />

físico - química do leite.<br />

O <strong>de</strong>s<strong>em</strong>penho <strong>de</strong> novilhos alimentados com farelo e casca <strong>de</strong> mamona, favorece uma<br />

redução na conversão alimentar dos animais causada pela casca <strong>de</strong> mamona que reduziu a<br />

<strong>de</strong>nsida<strong>de</strong> energética da dieta com a torta, concluindo que torta <strong>de</strong> mamona acrescida <strong>de</strong> 10%<br />

<strong>de</strong> casca <strong>de</strong> mamona po<strong>de</strong> ser utilizada com 6% <strong>de</strong> matéria seca da dieta dos novilhos 0,5 <strong>de</strong><br />

óleo <strong>de</strong> mamona (BRIS et al., 1969). ROBB et al., (1973),investigaram o fornecimento <strong>de</strong><br />

farelo <strong>de</strong> mamona <strong>em</strong> vacas leiteiras mostraram que o teor <strong>de</strong> ácidos graxos hidroxílicos nas<br />

dietas com farelo <strong>de</strong> mamona 2,0 % e as vacas alimentadas com dieta controle 0,9% (s<strong>em</strong><br />

farelo <strong>de</strong> mamona). A composição do leite foi modificada pelo farelo <strong>de</strong> mamona,com<br />

relação os ácidos ricinoléico e seus isômeros foram parecidos <strong>em</strong> todas as dietas; Então os<br />

28


autores concluíram que o farelo <strong>de</strong> mamona po<strong>de</strong> ser utilizado como supl<strong>em</strong>ento proteico<br />

para vacas leiteiras,contudo existe a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> avaliar o risco <strong>de</strong> transferência <strong>de</strong><br />

ricinina para o leite.<br />

ROBB & LABEN,(1973) Em estudos com gado leiteiro lactante alimentando com<br />

farelo <strong>de</strong> mamona comercial <strong>de</strong>toxificada da ricina, e viram a possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> transferência<br />

<strong>de</strong> toxinas do farelo <strong>de</strong> mamona para o leite e chegaram a conclusão que nenhum resíduo foi<br />

encontrado no músculo <strong>de</strong> ratos e bezerros alimentados com este leite provindo <strong>de</strong>ssa vacas,<br />

no entanto o estudo continha poucas unida<strong>de</strong>s experimentais 10 vacas.<br />

BOSE & WANDERLEY (1988), avalio com farelo <strong>de</strong> mamona <strong>de</strong>toxificada e<br />

misturaram com feno <strong>de</strong> alfafa proporções diferentes para ovinos e chegaram a concluir que<br />

adição <strong>de</strong> farelo <strong>de</strong> mamona traz benefícios, po<strong>de</strong>ndo aumentar a digestibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> proteínas<br />

e <strong>de</strong> energia,isto s<strong>em</strong> nenhum probl<strong>em</strong>a <strong>de</strong> intoxicação do animais e n<strong>em</strong> perda <strong>de</strong> peso. A<br />

substituição parcial da torta <strong>de</strong> algodão pela torta <strong>de</strong> mamona <strong>em</strong> rações para vacas leiteiras<br />

por um período <strong>de</strong> 84 dias; Ração A: 100% torta <strong>de</strong> algodão e ração B: 80% <strong>de</strong> torta <strong>de</strong><br />

algodão + 20% <strong>de</strong> farelo <strong>de</strong> torta <strong>de</strong> mamona <strong>de</strong>stoxificado (ASSIS et al., 1962). Sendo assim<br />

estes resultados mostram que não houve diferenças entre as rações testadas, a produção <strong>de</strong><br />

leite e a variação <strong>de</strong> peso vivo mesmo com o consumo elevado das rações,os animais não<br />

apresentaram alterações <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>, apresentando um aspecto positivo para o uso dos farelos<br />

experimentais isso com relação a aceitabilida<strong>de</strong>.<br />

Segundo NAUFEL et al., (1962) que avalio com o efeito da administração do farelo <strong>de</strong><br />

torta <strong>de</strong> mamona <strong>de</strong>toxificada comparando com farelo <strong>de</strong> soja e <strong>de</strong> algodão na dieta <strong>de</strong> vacas<br />

<strong>em</strong> lactação período <strong>de</strong> 84 dias. As dietas foram as seguintes: 1)farelo <strong>de</strong> soja (30%) + milho<br />

<strong>de</strong>sintegrado (70%); 2) farelo <strong>de</strong> torta <strong>de</strong> mamona <strong>de</strong>stoxificada (50%) + milho <strong>de</strong>sintegrado<br />

(50%) e 3) farelo <strong>de</strong> algodão (45%) + milho <strong>de</strong>sintegrado (55%).<br />

BRAGA, 1970 citado por TÁVORA (1982) mostra que o uso <strong>de</strong> torta <strong>de</strong> mamona era<br />

comum na formulação <strong>de</strong> ração para bovinos <strong>em</strong> bacias leiteiras no Estado do Ceará, quando<br />

a substituição total da torta <strong>de</strong> algodão pela torta <strong>de</strong> mamona <strong>em</strong> rações <strong>de</strong> engorda <strong>de</strong><br />

bovinos.<br />

Uso <strong>de</strong> torta <strong>de</strong> mamona <strong>de</strong>toxificada para suínos apresentou resultados negativos<br />

quando comparado com torta <strong>de</strong> amendoim e soja (TÁVORA, 1982). SEVERINO, (2005) o<br />

teor <strong>de</strong> aminoácidos essenciais (lisina e triptofano) é menor na torta <strong>de</strong> mamona comparando<br />

29


com da torta <strong>de</strong> soja,impossibilitando o uso <strong>de</strong> torta <strong>de</strong> mamona como única fonte proteica na<br />

alimentação <strong>de</strong> monogástricos (cavalo, suíno, aves, peixes).<br />

TÁVORA, (1982) mostra que a torta <strong>de</strong> mamona po<strong>de</strong> ser usada após a <strong>de</strong>toxificação<br />

como concentrado proteico para animais domésticos, principalmente <strong>em</strong> bovinos. Pesquisas<br />

com cabras leiteiras alimentadas com dietas acrescida <strong>de</strong> óleo <strong>de</strong> mamona ( 3 e 5%), mostram<br />

que estas apresentaram leites com alterações nas características sensorias (odor e<br />

sabor),po<strong>de</strong>ndo o produto se tonar pouco palatável aos consumidores (PEREIRA, et al.,<br />

2007).<br />

MAIA et al., (2007) com o efeito do óleo <strong>de</strong> Licuri (3 e 5 %) e mamona (3 e 5 %)<br />

<strong>em</strong> dietas, produção e composição do leite <strong>de</strong> cabras <strong>de</strong> cabras mestiças Moxotó, por fim os<br />

autores concluíram que a supl<strong>em</strong>entação com óleo <strong>de</strong> mamona diminuiu a quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

gordura e sólidos totais,contudo houve aumento da lactose do leite.<br />

BOSE & WANDERLEY (1988), <strong>em</strong> seus testes com torta <strong>de</strong> mamona <strong>de</strong>toxificada<br />

misturam com feno <strong>de</strong> alfafa para ovinos, observaram que a adição da mesma ao feno <strong>de</strong><br />

alfafa resultou <strong>em</strong> aumento nos teores <strong>de</strong> proteína e <strong>de</strong> energia digestível.<br />

MIRANDA et al., (1961), mostraram que o Lex proteico (como a torta <strong>de</strong> mamona<br />

<strong>de</strong>toxificada produzida pela Socieda<strong>de</strong> Algodoeira do Nor<strong>de</strong>ste Brasileiro – SANBRA) não<br />

tiveram intoxicação e os resultados <strong>de</strong> <strong>de</strong>s<strong>em</strong>penho foram próximos aos obtidos com torta <strong>de</strong><br />

soja, no entanto para se ter resultados mais seguros é necessário ensaios <strong>de</strong> maior duração.<br />

Segundo AFONSO & POTT, (2001) o consumo repetido <strong>de</strong> quantida<strong>de</strong>s mínimas <strong>de</strong><br />

s<strong>em</strong>entes <strong>de</strong> mamona po<strong>de</strong> dar imunida<strong>de</strong> aos bovinos, mas o mesmo não acontece com as<br />

folhas.TOKARNIA et al., (1975) que usando a sintomatologia como base que observou no<br />

experimento com bovinos fornecendo folhas <strong>de</strong> mamona, que o princípio tóxico é diferente da<br />

ricina ( responsável pela toxida<strong>de</strong> nas s<strong>em</strong>entes) causando um quadro gastrointestinal. A torta<br />

<strong>de</strong> mamona v<strong>em</strong> sendo utilizada como alimento para animais após a <strong>de</strong>toxificação, usada<br />

como concentrado proteico substituindo algodão e soja (NAUFEL et al., 1962; LOUREIRO,<br />

1962),estes usualmente alimentos onerosos na dieta.<br />

30


3 JUSTICATIVA<br />

Na região Nor<strong>de</strong>ste do Brasil, <strong>em</strong>bora existam animais que são adaptados ao clima<br />

s<strong>em</strong>iárido, a produção <strong>de</strong> alimentos <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> da oferta ao longo do ano, e o uso <strong>de</strong> alimentos<br />

concentrados t<strong>em</strong> sido a principal alternativa para os produtores alimentar seus rebanhos <strong>de</strong><br />

cabras para produção <strong>de</strong> leite e carne. Desta forma o uso <strong>de</strong> alimentos alternativos po<strong>de</strong><br />

reduzir o custo <strong>de</strong> produção contribuindo assim por aumentar a produção e o ganho dos<br />

produtores. Os resíduos da agroindústria assum<strong>em</strong> um importante papel na alimentação dos<br />

ruminantes, po<strong>de</strong>ndo solucionar situações <strong>em</strong> que a disponibilida<strong>de</strong> natural <strong>de</strong> forragens<br />

nas pastagens é baixa, quando as reservas <strong>de</strong> forragens conservadas for<strong>em</strong> insuficientes<br />

para aten<strong>de</strong>r<strong>em</strong> às necessida<strong>de</strong>s dos rebanhos, na formulação <strong>de</strong> misturas múltiplas para<br />

animais <strong>em</strong> pastejo, ou quando a disponibilida<strong>de</strong>, valor nutritivo e o custo <strong>de</strong>sse subproduto.<br />

Entretanto a busca <strong>de</strong> melhoria nos índices produtivos que visam aten<strong>de</strong>r, <strong>de</strong> forma<br />

competitiva, as necessida<strong>de</strong>s e as imposições <strong>de</strong> um mercado consumidor s<strong>em</strong>pre mais<br />

exigente. É cada vez maior o número <strong>de</strong> consumidores interessados <strong>em</strong> informações a respeito<br />

do modo <strong>de</strong> alimentação dos animais, sobretudo pela imag<strong>em</strong> <strong>de</strong> “produto ver<strong>de</strong>”, que<br />

possu<strong>em</strong> aqueles animais criados <strong>em</strong> um modo <strong>de</strong> produção seguro e natural <strong>de</strong>s<strong>de</strong> que as<br />

normas <strong>de</strong> b<strong>em</strong> estar animal sejam seguidas. Ferramentas com objetivo <strong>de</strong> traçar a<br />

alimentação <strong>de</strong> animais são cada vez mais <strong>em</strong>pregadas para autenticar os seus produtos<br />

<strong>de</strong>rivados, e assim indiretamente garantir a segurança alimentar para o consumo humano.<br />

Monitorar a natureza da alimentação influencia fort<strong>em</strong>ente a composição <strong>de</strong> tecidos e<br />

produtos <strong>de</strong> ruminantes e reflete os índices produtivos e reprodutivos do rebanho.<br />

O farelo <strong>de</strong> mamona <strong>de</strong>stoxificado é um subproduto da indústria do biodiesel,<br />

resultante da extração do óleo <strong>de</strong> suas s<strong>em</strong>entes e apresenta elevado teor protéico, com um<br />

forte potencial <strong>de</strong> seu uso na ração animal, todavia, o seu uso como alimento animal não t<strong>em</strong><br />

sido possível <strong>de</strong>vido à presença <strong>de</strong> el<strong>em</strong>entos tóxicos e alergênicos na sua composição.<br />

Exist<strong>em</strong> diversos métodos para promover a <strong>de</strong>stoxificação e a <strong>de</strong>salergenização da torta da<br />

mamona, usando processos físicos e químicos entretanto os dados da literatura relativos à<br />

r<strong>em</strong>oção <strong>de</strong> ricina da torta <strong>de</strong> mamona <strong>de</strong>talham <strong>de</strong> forma clara as dificulda<strong>de</strong>s no controle da<br />

eficiência do processo <strong>de</strong> <strong>de</strong>stoxificação.<br />

31


Desta forma o presente trabalho teve como objetivo verificar se o uso <strong>de</strong> subproduto<br />

farelo <strong>de</strong> mamona po<strong>de</strong>ria causar alguma alterações na composição anatômica e dos tecidos<br />

<strong>em</strong> cabras alimentadas por períodos prolongados com farelo <strong>de</strong> mamona <strong>de</strong>toxificado.<br />

32


4 HIPÓTESE CIENTÍFICA<br />

A utilização do farelo <strong>de</strong> mamona <strong>de</strong>stoxificado como fonte proteica na alimentação<br />

<strong>de</strong> cabras durante períodos prolongados e <strong>de</strong> forma continuada não produz efeitos vsobre a<br />

composição anatômica e tecidual <strong>em</strong> cabras.<br />

33


5 OBJETIVO<br />

5.1 OBJETIVO GERAL<br />

Estudar o efeito da utilização do farelo <strong>de</strong> mamona para períodos prolongados e<br />

contínuos sobre as características anatômicas e dos tecidos <strong>em</strong> cabras.<br />

5.2 OBJETIVOS ESPECIFICOS<br />

Verificar se a concentração plasmática <strong>de</strong> metabolitos <strong>em</strong> animais alimentados com<br />

farelo <strong>de</strong> mamona <strong>de</strong>toxificado<br />

Avaliar a composição anatômica e as características da carcaça <strong>de</strong> animais alimentados<br />

com farelo <strong>de</strong> mamona <strong>de</strong>toxificado<br />

Avaliar a composição tecidual <strong>de</strong> animais alimentados com farelo <strong>de</strong> mamona<br />

<strong>de</strong>toxificado<br />

Avaliar a composição dos ácidos graxos no extrato lipídico <strong>de</strong> animais alimentados<br />

com farelo <strong>de</strong> mamona <strong>de</strong>toxificado<br />

Avaliar a expressão genica <strong>em</strong> tecido muscular e adiposo <strong>de</strong> animais alimentados com<br />

farelo <strong>de</strong> mamona <strong>de</strong>toxificado<br />

34


6 CAPÍTULO I<br />

Anatomical and Tissue Characteristics in Goats Feeds for Long Period with Residues of<br />

Bio-Diesel Castor Industry<br />

Características Anatômicas e Teciduais <strong>em</strong> <strong>Cabras</strong> <strong>Alimentadas</strong> por Longos Períodos com<br />

Resíduo da Indústria do Biodiesel da Mamona<br />

Submetido (S<strong>em</strong>ina: Ciências Agrárias <strong>em</strong> outubro <strong>de</strong> 2012)<br />

35


Características Anatômicas e Teciduais <strong>em</strong> <strong>Cabras</strong> <strong>Alimentadas</strong> por Longos Períodos com<br />

Resíduo da Indústria do Biodiesel da Mamona<br />

Anatomic and Tissue Characteristics in Goats Fed for Exten<strong>de</strong>d Periods with Residue of Castor<br />

Biodiesel Production<br />

Oliveira, C. H. A. 1 , Silva, L. M. 1, Silva A.M. 1 , Fernan<strong>de</strong>s C.C.L. 1 , Goes, K.L.S. 1 , Duarte S.S. 1 ,<br />

Rodrigues F.,V. 1 , Bertolini L.R. 2 , Beserra, F.J. 3 , Gomes-Filho M.A. 4 , Rondina D. 1 *<br />

1<br />

Faculda<strong>de</strong> <strong>de</strong> Veterinária, Universida<strong>de</strong> Estadual do Ceará, Fortaleza, Ceará, Brasil;<br />

2<br />

Faculda<strong>de</strong> <strong>de</strong> Medicina, Universida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Fortaleza, Ceará, Brasil;<br />

3 Faculda<strong>de</strong> <strong>de</strong> Nutrição, Universida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Fortaleza, Ceará, Brasil;<br />

4 Faculda<strong>de</strong> <strong>de</strong> Veterinária, Universida<strong>de</strong> Fe<strong>de</strong>ral Rural <strong>de</strong> Pernambuco.<br />

Autor para Correspondência:<br />

Davi<strong>de</strong> Rondina<br />

Faculda<strong>de</strong> <strong>de</strong> Veterinária - Universida<strong>de</strong> Estadual do Ceará ,<br />

Av. Paranjana, 1700. Campus do Itaperi, 60740-000, Fortaleza, Ceará, Brasil<br />

Tel: +55-85-31019858 Fax: +55-85-31019858.<br />

E-mail: davi<strong>de</strong>.rondina@uece.br<br />

Resumo<br />

Vinte e cinco cabras mestiças foram divididas <strong>em</strong> dois grupos alimentados durante 16 meses<br />

com dietas a base <strong>de</strong> feno <strong>de</strong> tifton e concentrado s<strong>em</strong> e com farelo <strong>de</strong> mamona <strong>de</strong>stoxificado <strong>em</strong><br />

substituição do farelo <strong>de</strong> soja. Aos 480 dias os animais foram sacrificados e realizada a pesag<strong>em</strong> dos<br />

componentes anatômicos (Pulmões, coração, baço, fígado, rins, língua, estomago vazio, intestino<br />

vazio, tecido adiposo do omento, coração e renal), da carcaça e dos cortes comerciais: paleta, pernil,<br />

lombo, costelas e pescoço. Prece<strong>de</strong>nt<strong>em</strong>ente o sacrifício amostras <strong>de</strong> sangue foram coletadas para<br />

dosag<strong>em</strong> <strong>de</strong> lactato <strong>de</strong>sidrogenase, aspartato aminotransferase, alanina aminotransferase, uréia,<br />

albumina e creatinina. No longissimus dorsii foram separados os tecidos muscular, adiposo e ósseo, e<br />

analisada a composição bromatológica, o perfil <strong>de</strong> ácidos graxos e a expressão dos genes SEW-1, IGF-<br />

II e IGF-IR. Na disseção do lombo verificou-se uma incidência superior (P < 0,05) do tecido ósseo e<br />

inferior (P < 0,05) <strong>de</strong> gordura na composição bromatológica do grupo FMD <strong>em</strong> relação ao grupo S<strong>em</strong><br />

Farelo <strong>de</strong> Mamona Detoxificada. A expressão do gene IGF-II resultou superior (P < 0,001) no tecido<br />

muscular dos animais Farelo <strong>de</strong> Mamona Detoxificada, assim como para o gene SEW-1 (P < 0,001) no<br />

36


musculo. Diante do exposto po<strong>de</strong>mos concluir que a utilização <strong>de</strong>ste resíduo <strong>em</strong> períodos prolongados<br />

não produz alterações importantes <strong>de</strong> um ponto <strong>de</strong> vista anatômico ou na composição dos tecidos,<br />

entretanto as diferenças na expressão dos genes suger<strong>em</strong> novas investigações e cautela no uso <strong>de</strong>ste<br />

produto para alimentação animal.<br />

Palavras- chave: mamona, cabra, tecido muscular<br />

Abstract<br />

Twenty-five crossbred goats were divi<strong>de</strong>d into two groups fed for 16 months with diets based<br />

on Tifton hay and concentrated with and without <strong>de</strong>toxified castor meal to substitute of soybean meal.<br />

At 480 days the animals were sacrificed and were weighing anatomical components (lungs, heart,<br />

spleen, liver, kidneys, tongue, stomach <strong>em</strong>pty, intestine <strong>em</strong>pty, omentum, heart and kidney fat),<br />

carcass and commercial joint: shoul<strong>de</strong>r, leg, loin, ribs and neck. Previously sacrifice blood samples<br />

were collected for lactate <strong>de</strong>hydrogenase, aspartate aminotransferase, alanine aminotransferase, urea,<br />

creatinine and albumin. In loin were separated the muscle, fat and bone, and analyzed the ch<strong>em</strong>ical<br />

composition, the fatty acid profile and expression of genes SEW-1, IGF-II and IGF-IR. On dissection<br />

of the loin there was a higher inci<strong>de</strong>nce (P


<strong>de</strong> mamona produzido, estima-se que sejam gerados 1,2 toneladas <strong>de</strong> subprodutos (AZEVEDO;<br />

LIMA, 2001).<br />

Dentre os subprodutos, o farelo <strong>de</strong> mamona <strong>de</strong>staca-se como uma importante opção na<br />

alimentação animal <strong>em</strong> virtu<strong>de</strong> do elevado valor proteico (ABDALLA et al., 2008), o que faz com que<br />

este produto tenha se <strong>de</strong>stacar com um gran<strong>de</strong> potencial na exploração sustentável das regiões<br />

marginalizadas do s<strong>em</strong>iárido (BELTRÃO et al., 2005). Devido estas características, este subproduto<br />

po<strong>de</strong> tornar-se uma alternativa alimentar para os rebanhos das regiões do Nor<strong>de</strong>ste Brasileiro que<br />

apresentam baixa produção <strong>de</strong> grãos para a formulação <strong>de</strong> rações concentradas, favorecendo assim,<br />

uma via <strong>de</strong> geração <strong>de</strong> renda para os pequenos produtores.<br />

Apesar do seu potencial, este produto apresenta uma potente toxina <strong>de</strong> natureza protéica com<br />

ação <strong>de</strong> inativação ribossomal <strong>de</strong>nominada ricina, um alcalói<strong>de</strong> <strong>de</strong> baixa toxi<strong>de</strong>z chamado ricinina e<br />

um conjunto <strong>de</strong> proteínas alergênicas conhecidas por CB-1A (BARBIERI; BATTELLI; STIRPE,<br />

1993), inviabilizando sua utilização na alimentação. Devido estes entraves, o farelo <strong>de</strong> mamona v<strong>em</strong><br />

sendo explorado principalmente como fertilizante orgânico <strong>em</strong> todo mundo (AZEVEDO; LIMA,<br />

2001).<br />

Com isso, diversos estudos têm <strong>de</strong>senvolvido técnicas <strong>de</strong> <strong>de</strong>stoxificação <strong>de</strong>ste subproduto<br />

(ANANDAN, et al., 2005; MADEIRA Jr.; MACEDO; MACEDO, 2011), tornando-o disponível para<br />

a alimentação animal. Em estudos realizados com ovinos alimentados com farelo <strong>de</strong> mamona<br />

<strong>de</strong>stoxificado com óxido <strong>de</strong> cálcio (CaO) por 21 dias, observou-se um aumento na digestibilida<strong>de</strong> da<br />

matéria seca e proteína e que não ocorreu s<strong>em</strong> efeito prejudicial sobre a função hepática dos animais<br />

(OLIVEIRA et. al., 2010). Barros et al. (2011) ao alimentar<strong>em</strong> novilhas com farelo <strong>de</strong> mamona<br />

<strong>de</strong>stoxificado com CaO por 84 dias, também observaram um aumento na digestibilida<strong>de</strong> da matéria<br />

seca e proteína, s<strong>em</strong> qualquer relato <strong>de</strong> intoxicação dos animais.<br />

Entretanto, a literatura não fornece estudos claros sobre os efeitos da administração dos<br />

resíduos da mamona para períodos prolongados nos produtos <strong>de</strong> orig<strong>em</strong> animal, sobretudo <strong>de</strong><br />

caprinos. Estas informações faz<strong>em</strong>-se necessárias para a comercialização dos animais e na garantia da<br />

segurança alimentar das populações do s<strong>em</strong>iárido, on<strong>de</strong> os produtos caprinos representam uma<br />

importante fonte <strong>de</strong> proteína.<br />

A European Food Safety Authority (2008) relata que é improvável a ocorrência <strong>de</strong> danos à<br />

saú<strong>de</strong> humana ao consumir produtos <strong>de</strong> orig<strong>em</strong> animal (leite, carne e ovos) <strong>de</strong>rivados <strong>de</strong> animais<br />

alimentados com resíduos da mamona. Estes autores citam o estudo <strong>de</strong> Robb et al. (1974) com bovinos<br />

alimentados por um período <strong>de</strong> 14 meses com dietas contendo resíduo <strong>de</strong> mamona tratada, on<strong>de</strong> não se<br />

observou acúmulos <strong>de</strong> resíduos no musculo, efeitos anormais nos animais, e tão pouco qualquer<br />

transferência aparente <strong>de</strong> ricina para o leite. Watson (1905) sugere que a ricina po<strong>de</strong> estar presente no<br />

leite <strong>de</strong> cobaias lactantes injetadas com essas aglutininas, pois as crias ao se amamentar<strong>em</strong> tornaram-<br />

38


se resistentes a injeções subsequentes <strong>de</strong>sta toxina. Em estudos mais recentes realizados por Vieira et<br />

al. (2010) com ovinos alimentados com farelo <strong>de</strong> mamona <strong>de</strong>stoxificado por 70 dias, não foram<br />

observados efeitos da alimentação sobre as características da carcaça e dos componentes <strong>de</strong> nãocarcaça<br />

dos animais <strong>em</strong> terminação.<br />

Em virtu<strong>de</strong> do exposto, o presente trabalho objetivou avaliar as características anatômicas e<br />

dos tecidos muscular e adiposo <strong>em</strong> cabras alimentadas durante 480 dias com resíduos da mamona.<br />

Material e Métodos<br />

Procedimento <strong>de</strong> Destoxificação do Resíduo da Mamona<br />

O farelo <strong>de</strong> mamona foi obtido na usina BOM (Brasil Óleo <strong>de</strong> Mamona), localizada <strong>em</strong><br />

Salvador - Bahia. Para realização do tratamento <strong>de</strong> <strong>de</strong>stoxificação, optou-se pelo método <strong>de</strong>senvolvido<br />

por Anandan et al. (2005) e adaptada por Oliveira (2008), no qual se adiciona ao subproduto uma<br />

diluição <strong>de</strong> 1 kg óxido <strong>de</strong> cálcio (Carbomil quimica S/A – Fortaleza, Ceará, Brasil, com mínimo <strong>de</strong><br />

88% <strong>de</strong> óxidos totais) <strong>em</strong> 9 litros <strong>de</strong> água, com uma concentração <strong>de</strong> 60 gramas <strong>de</strong> CaO/kg <strong>de</strong> farelo.<br />

Após um período <strong>de</strong> 12-18 horas, t<strong>em</strong>po necessário para ocorrer o processo <strong>de</strong> <strong>de</strong>stoxificação, o<br />

material tratado foi seco para posterior armazenamento e utilização. A ausência da ricina após o<br />

processo <strong>de</strong> <strong>de</strong>stoxificação foi verificada através da técnica <strong>de</strong> eletroforese <strong>em</strong> gel <strong>de</strong> poliacrilamida<br />

12% <strong>em</strong> condições não <strong>de</strong>snaturantes (native-PAGE) <strong>em</strong> um sist<strong>em</strong>a <strong>de</strong> mini-gel vertical Bio-Rad<br />

PowerPac Basic Supply, corados <strong>em</strong> solução <strong>de</strong> Comassie Blue R250.<br />

Animais e Desenho Experimental<br />

O experimento foi conduzido na Fazenda Experimental Campo da S<strong>em</strong>ente - Guaiúba - CE,<br />

pertencente à Faculda<strong>de</strong> <strong>de</strong> Veterinária/UECE, localizada a 4° 02’ sul e 38° 30’ oeste. Vinte e cinco<br />

cabras mestiças foram divididas <strong>em</strong> dois lotes homogêneos <strong>em</strong> peso e ida<strong>de</strong> (grupo controle: 42,94 ±<br />

3,1 kg e 43,88 ± 0,95 meses; grupo mamona <strong>de</strong>stoxificada: 41,64 ± 2,1 kg e 45,54 ± 0,92 meses).<br />

Os animais receberam duas supl<strong>em</strong>entações alimentares isoenergéticas (74% NDT) e<br />

isoprotéicas (14% PB), conforme as exigências nutricionais (NRC, 2007), por um período <strong>de</strong> 16<br />

meses, segundo a seguinte formulação: grupo SFMD: feno <strong>de</strong> tifton e concentrado (milho 80%, farelo<br />

<strong>de</strong> soja 15%, minerais 5%); grupo FMD: feno <strong>de</strong> tifton e concentrado com farelo <strong>de</strong> mamona<br />

<strong>de</strong>stoxificada substituindo o farelo <strong>de</strong> soja (milho 80%, farelo <strong>de</strong> mamona 15%, minerais 5%).<br />

Utilizou-se a mistura uréia/sulfato <strong>de</strong> amônio (9:1) para ajustar o teor <strong>de</strong> proteína bruta da dieta <strong>em</strong><br />

razão das diferenças entre os alimentos proteicos utilizados. A análise química-bromatológica do<br />

farelo <strong>de</strong> mamona antes e após a <strong>de</strong>stoxificação está apresentada na tabela 1. As análises <strong>de</strong> matéria<br />

seca (MS), matéria mineral (MM), proteína bruta (PB) e extrato etéreo (EE) foram realizadas seguindo<br />

os procedimentos <strong>de</strong>scritos por Silva, Queiroz (2002), e as análises <strong>de</strong> fibra <strong>em</strong> <strong>de</strong>tergente neutro<br />

39


(FDN), fibra <strong>em</strong> <strong>de</strong>tergente ácido (FDA) e lignina (LIG) foram conforme Van Soest, Robertson, Lewis<br />

(1991).<br />

As dietas foram fornecidas duas vezes ao dia, no início da manhã e no final da tar<strong>de</strong>,<br />

permitindo sobras <strong>de</strong> 5 a 10%, sendo as fêmeas mantidas <strong>em</strong> baias coletivas com água e sal mineral ad<br />

libitum.<br />

Componentes Anatômicos e da Carcaça<br />

Aos 480 dias <strong>de</strong> alimentação os animais foram pesados, <strong>em</strong> seguida submetidos a jejum <strong>de</strong><br />

sólidos e água por 16 horas, novamente pesados para a obtenção do peso vivo a jejum e a sacrificados,<br />

seguindo as normas do RIISPOA (1980). Posteriormente proce<strong>de</strong>u-se a esfola, evisceração e retirada<br />

da cabeça e das extr<strong>em</strong>ida<strong>de</strong>s. Foi realizada a evisceração do animal e <strong>em</strong> seguida proce<strong>de</strong>u-se a<br />

pesag<strong>em</strong> dos componentes anatômicos (Pulmões, coração, baço, fígado, rins, língua, estomago vazio,<br />

intestino vazio, tecido adiposo omental, tecido adiposo coração e tecido adiposo renal).<br />

Após a evisceração, a carcaça foi pesada para obtenção do peso da carcaça quente. As carcaças<br />

foram então refrigeradas a uma t<strong>em</strong>peratura <strong>de</strong> 4°C por 24 horas. Após esse período, foram novamente<br />

pesadas para <strong>de</strong>terminar o peso <strong>de</strong> carcaça fria. Em seguida, as carcaças foram seccionadas<br />

longitudinalmente <strong>em</strong> duas meias carcaças, efetuando-se os seguintes cortes comerciais na meiacarcaça<br />

esquerda: paleta, pernil, lombo, costelas e pescoço, segundo <strong>de</strong>scrito por Cesar; Sousa (2007)<br />

e Silva Sobrinho (2001). A paleta foi obtida pela <strong>de</strong>sarticulação da escápula. O pernil foi <strong>de</strong>terminado<br />

pela secção entre a última vértebra lombar e a primeira sacra. A obtenção do lombo foi realizada<br />

através das seis vértebras lombares. Já a costela (falsa e verda<strong>de</strong>ira) foi obtida pela região entre a<br />

primeira e a décima terceira vértebra torácica. O pescoço foi obtido através da retirada das setes<br />

vértebras cervicais, realizando-se um corte oblíquo.<br />

Colheitas <strong>de</strong> sangue e dosag<strong>em</strong> <strong>de</strong> metabólitos<br />

Prece<strong>de</strong>nt<strong>em</strong>ente o sacrifício amostras <strong>de</strong> sangue foram coletadas por venupunção da jugular<br />

com vacutainers heparinizado antes do jejum dos animais. As amostras <strong>de</strong> sangue foram centrifugadas<br />

a 3000 rpm durante 15 minutos e o plasma obtido foi estocado <strong>em</strong> freezer a uma t<strong>em</strong>peratura <strong>de</strong> -20ºC<br />

para posterior dosag<strong>em</strong> dos principais metabólitos da função hepática e renal. As concentrações<br />

plásmáticas <strong>de</strong> lactato <strong>de</strong>sidrogenase (LDH), aspartato aminotransferase (AST), alanina<br />

aminotransferase (ALT), uréia, albumina e creatinina foram <strong>de</strong>terminadas por espectrofotometria <strong>em</strong><br />

analisador bioquímico automatizado (Labmax 240, Labtest®), utilizando kit’s comerciais (Labtest®,<br />

Lagoa Santa – MG, Basil).<br />

40


Dissecção e Análise Tecidual<br />

Em todos os animais sacrificados o musculo longissimus dorsii (lombo) foi <strong>de</strong>vidamente<br />

i<strong>de</strong>ntificado e armazenado envoltos <strong>em</strong> parafilme, <strong>em</strong> freezer a -18°C, para posterior análise da<br />

composição tecidual. Para realização da análise tecidual, o musculo foi <strong>de</strong>scongelado <strong>em</strong> gela<strong>de</strong>ira a<br />

10°C por 20 horas <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> sacos plásticos. Na dissecação foram separados os tecidos muscular,<br />

adiposo e ósseo, com auxílio <strong>de</strong> bisturi, faca e pinça. O tecido adiposo foi composto da gordura<br />

externa (localizada abaixo da pele) e intermuscular (localizada abaixo da fáscia profunda, associada<br />

aos músculos). O tecido muscular foi composto do total <strong>de</strong> músculos dissecados após a r<strong>em</strong>oção<br />

completa <strong>de</strong> todas as gorduras subcutânea e intermuscular a<strong>de</strong>ridas. O tecido ósseo foi obtido após a<br />

r<strong>em</strong>oção completa <strong>de</strong> todos os músculos e gorduras a<strong>de</strong>ridas. Após a dissecação, foi realizada a<br />

pesag<strong>em</strong> <strong>de</strong> cada tecido.<br />

A composição bromatológica do musculo foi <strong>de</strong> acordo com AOAC (1990) sendo a umida<strong>de</strong><br />

obtida por secag<strong>em</strong> da amostra <strong>em</strong> estufa a 105 ºC até peso constante. O teor <strong>de</strong> nitrogênio foi<br />

<strong>de</strong>terminado pelo método <strong>de</strong> Kjeldahl e convertido <strong>em</strong> proteína bruta utilizando-se o fator 6,25. O<br />

resíduo mineral fixo foi <strong>de</strong>terminado por incineração a 550ºC.<br />

Avaliação dos ácidos graxos do lombo<br />

O perfil <strong>de</strong> ácidos graxos foi quantificado <strong>em</strong> cromatógrafo a gás (mo<strong>de</strong>lo GCMSQP5050A,<br />

SHIMADZU, Brasil), acoplado a um <strong>de</strong>tector <strong>de</strong> ionização <strong>de</strong> chama. A separação ocorreu <strong>em</strong> coluna<br />

capilar <strong>de</strong> sílica fundida CARBOWAX 20M (SUPELCO), (fase estacionária, polietilenoglicol), com<br />

dimensões <strong>de</strong> 60 m <strong>de</strong> comprimento por 0,53 mm <strong>de</strong> diâmetro interno e 1 μm <strong>de</strong> espessura <strong>de</strong> filme.<br />

As amostras <strong>de</strong> ésteres metílicos foram injetadas 2 μL <strong>em</strong> injetor do tipo “split/splitless” a 250°C. Os<br />

cromatogramas, com dados sobre os t<strong>em</strong>pos <strong>de</strong> retenção e as percentagens <strong>de</strong> áreas dos ácidos graxos,<br />

foram registrados <strong>em</strong> um software tipo Peaksimple (ARI Instruments – USA). Os ácidos graxos foram<br />

i<strong>de</strong>ntificados por comparação dos t<strong>em</strong>pos <strong>de</strong> retenção dos ésteres metílicos das amostras com padrões<br />

autênticos <strong>de</strong> ésteres <strong>de</strong> ácidos graxos (Merck, USA).<br />

Expressão gênica<br />

Imediatamente após o abate foram coletadas 25 amostras <strong>de</strong> tecido muscular utilizando bisturi,<br />

tesouras e pinças, todo o material usado para coleta foi esterilizado e tanto o material como os tecidos<br />

foram lavados com água DEPC (livre <strong>de</strong> Rnase). Foram analisadas para o tecido muscular os genes<br />

SEPW-1, IGF-II e IGF-IR (Tabela 2). As amostras foram armazenadas <strong>em</strong> criotubos contendo<br />

Trizol®, resfriadas <strong>em</strong> nitrogênio e armazenadas a -80º. A extração do RNA foi realizada utilizando o<br />

reagente Trizol® (Invitron Corporation, Carlsbad, Califórnia, USA) <strong>de</strong> acordo com as recomendações<br />

do fabricante. A concentração do RNA nas amostras foi quantificada <strong>em</strong> espectrofotômetro no<br />

41


comprimento <strong>de</strong> onda <strong>de</strong> 260 nm (Bionnate 3 da Thermo Scientific) e a integrida<strong>de</strong> foi avaliada por<br />

eletroforese <strong>de</strong>snaturante <strong>em</strong> gel <strong>de</strong> agarose a 1%.<br />

DNA compl<strong>em</strong>entar (cDNA) foi sintetizado a partir <strong>de</strong> 1,25 µg <strong>de</strong> RNA total utilizando<br />

iniciadores( hexâmeros randômicos) (Promega Corporation, Madison, Wisconsin, USA) e o sist<strong>em</strong>a da<br />

transcriptase reversa pelo kit ImProm-II Reverse Transcriptase (Promega Corporation, Madison,<br />

Wisconsin, USA) <strong>de</strong> acordo com as recomendações do fabricante. A PCR s<strong>em</strong>i-quantitativa foi<br />

realizada utilizando os primers, com volume final <strong>de</strong> 20 µl, na presença <strong>de</strong> 1µl <strong>de</strong> DNAc, 2 IU <strong>de</strong> Taq<br />

DNA Polymerase (Fermentas), 0,5 mM <strong>de</strong> cada primer especifico, 200 mM <strong>de</strong> cada dNTP, 2,0 mM <strong>de</strong><br />

MgCl2 e Tampão PCR 1X. O programa <strong>de</strong> PCR utilizado inicial foi <strong>de</strong> 94°C por 5 min seguido <strong>de</strong> 36<br />

ciclos <strong>de</strong> 94°C por 1 mim, 58-60ºC por 1 mim e 72°C por 1 min. Seguida <strong>de</strong> 72°C por 10 min. Os<br />

produtos da PCR foram visualizados por eletroforese <strong>em</strong> gel <strong>de</strong> agarose a 1%. A expressão gênica foi<br />

quantificada por <strong>de</strong>nsitometria utilizando o software ImageJ (Image J, National Institutes of Health,<br />

Millersville, USA).<br />

Análise estatística<br />

Para a análise estatística utilizou-se um <strong>de</strong>lineamento inteiramente casualizado, com duas<br />

dietas e 12 repetições. Os dados foram submetidos à análise <strong>de</strong> variância (ANOVA) utilizando o<br />

procedimento GLM do programa estatístico SAS (SAS, Inc., Cary, NC, USA), sendo o fator testado o<br />

grupo alimentar. A comparação entre as medias foi realizada através o test t <strong>de</strong> stu<strong>de</strong>nt. Em relação<br />

aos dados <strong>de</strong> expressão genica estes foram transformados <strong>em</strong> log10.<br />

Resultados<br />

Não foram observadas diferenças estatisticamente significativas (P > 0,05) entres os grupos<br />

alimentares para os valores dos metabolitos plasmáticos ao momento do sacrifício (Tabela 3). Da<br />

mesma forma os pesos dos componentes anatômicos e dos componentes da carcaça (Tabela 4) não<br />

diferiram entre os dois grupos (P > 0,05).<br />

Na dissecção anatômica do músculo longissimus dorsii (Tabela 5) verificou-se uma incidência<br />

superior (P < 0,05) do tecido ósseo no grupo FMD <strong>em</strong> relação ao grupo SFMD, enquanto este ultimo<br />

grupo registrou um valor médio <strong>de</strong> gordura (Tabela 5) maior (P < 0,05) que o grupo dos animais<br />

alimentados com farelo <strong>de</strong> mamona <strong>de</strong>toxificado. Não foi verificado efeito do grupo alimentar (P ><br />

0,05) também no perfil <strong>de</strong> ácidos graxos (Tabela 6). No tecido muscular utilizado para analise genica<br />

(Tabela 7), a expressão do gene IGF-I foi similar entes os grupos (P > 0,05), paralelamente uma<br />

expressão superior (P < 0,01) foi observada no músculo longissimus dorsii nos genes IGF-II e<br />

SEPW 1no grupo FMD.<br />

42


Discussão<br />

O farelo <strong>de</strong> mamona é um subproduto promissor na alimentação <strong>de</strong> ruminantes como<br />

substituto <strong>de</strong> fontes tradicionais <strong>de</strong> proteína, mas este uso não t<strong>em</strong> sido possível até o presente<br />

momento <strong>de</strong>vido à presença <strong>de</strong> el<strong>em</strong>entos tóxicos (ricina e ricinina) e alergênicos (CB-1A) <strong>em</strong> sua<br />

composição, b<strong>em</strong> como à carência tecnológica que propicie a obtenção <strong>de</strong> um alimento seguro com<br />

preços competitivos (SEVERINO; LIMA; BELTÃO, 2005). Assim, este subproduto somente po<strong>de</strong>rá<br />

ser utilizado na alimentação animal após o processo <strong>de</strong> <strong>de</strong>stoxificação por via <strong>de</strong> tratamentos químicos<br />

ou físicos, para <strong>de</strong>sativar as proteínas tóxicas (RIBEIRO; ÁVILA, 2006).<br />

O tratamento químico <strong>de</strong> <strong>de</strong>stoxificação com óxido <strong>de</strong> cálcio mostrou uma elevada eficiência<br />

na <strong>de</strong>snaturação da ricina, visto que a banda correspon<strong>de</strong>nte à esta proteína tóxica não foi visualizada<br />

no gel <strong>de</strong> poliacrilamida após a eletroforese. Este procedimento é consi<strong>de</strong>rado operacionalmente<br />

simples e com potencial <strong>de</strong> viabilida<strong>de</strong> econômica para os produtores.<br />

O tratamento alcalino se baseia na elevação dos valores <strong>de</strong> pH (12,5) <strong>em</strong> relação ao valor do<br />

ponto isoelétrico da ricina <strong>de</strong> 5,2 a 5,5 (KABAT, HEIDELBERG; BEZER, 1947), tornando a carga<br />

líquida da proteína negativa, provocando assim a repulsão eletrostática e o rompimento das pontes <strong>de</strong><br />

hidrogênio responsáveis pela manutenção da estrutura tridimensional, resultando <strong>em</strong> perda da função<br />

<strong>de</strong>sta proteína.<br />

Oliveira (2008) relata uma elevada eficiência na <strong>de</strong>snaturação da ricina com o tratamento<br />

alcalino com hidróxido <strong>de</strong> cálcio ou óxido <strong>de</strong> cálcio, diluídos <strong>em</strong> água (1:10), na dose <strong>de</strong> 60 g/kg <strong>de</strong><br />

farelo. Já Anandan et al. (2005), observaram completo <strong>de</strong>saparecimento das subunida<strong>de</strong>s da ricina<br />

no tratamento alcalino do farelo <strong>de</strong> mamona com Ca(OH) 2 na dose <strong>de</strong> 40g/kg <strong>de</strong> farelo.<br />

A composição bioquímica do plasma sanguíneo dos ruminantes reflete <strong>de</strong> modo fiel a situação<br />

metabólica dos tecidos, <strong>de</strong> forma a po<strong>de</strong>r avaliar lesões teciduais, transtornos no funcionamento <strong>de</strong><br />

órgãos, adaptação do animal diante <strong>de</strong> <strong>de</strong>safios nutricionais e fisiológicos e <strong>de</strong>sequilíbrios metabólicos<br />

específicos ou <strong>de</strong> orig<strong>em</strong> nutricional (COTE ; HOFF, 1991). Consequent<strong>em</strong>ente, observou-se que o<br />

tratamento alimentar não influenciou no status proteico (uréia e albumina) do perfil metabólico das<br />

cabras. Segundo Kaneko, Harvey e Bruss (1997) as concentrações <strong>de</strong> uréia no sangue têm sido<br />

utilizadas como bom indicador do estado nutricional proteico a curto prazo <strong>em</strong> ruminantes, já que<br />

reflet<strong>em</strong> a concentração <strong>de</strong> amônia no rúmen, que resulta do catabolismo da proteína pelos<br />

microrganismos ruminais, e o catabolismo proteico nos tecidos do animal. Já a síntese <strong>de</strong> albumina é<br />

influenciada pelo status nutricional proteico a longo prazo, po<strong>de</strong>ndo ser um bom indicador para lesões<br />

hepáticas (MORGAN; PETERS, 1971).<br />

Os níveis <strong>de</strong> uréia e albumina encontrados no presente trabalho coinci<strong>de</strong>m com os valores <strong>de</strong><br />

referência preconizados por Smith e Sherman (2009) para a espécie caprina. Silva et al. (2010)<br />

também forneceram farelo <strong>de</strong> mamona <strong>de</strong>stoxificado para ovinos <strong>em</strong> terminação, sendo, no entanto,<br />

43


por um curto período <strong>de</strong> t<strong>em</strong>po, e observaram níveis <strong>de</strong> uréia sanguíneo <strong>de</strong>ntro do intervalo fisiológico<br />

normal para a espécie. Ziguer et al. (2012) também observaram níveis normais <strong>de</strong> albumina <strong>em</strong> ovinos<br />

alimentados com casca <strong>de</strong> soja por um período <strong>de</strong> 47 dias.<br />

Os testes <strong>de</strong> função hepática permit<strong>em</strong> <strong>de</strong>tectar lesões hepatocelulares através <strong>de</strong> análises<br />

enzimáticas e o principal indicador da função renal responsável por mostrar alterações na filtração<br />

glomerular é a creatinina. No presente trabalho não foram observadas alterações hepáticas e renais no<br />

grupo alimentado com farelo <strong>de</strong> mamona <strong>de</strong>stoxificado, on<strong>de</strong> os níveis médios <strong>de</strong> ALT, AST, HDL e<br />

creatinina encontram-se <strong>de</strong>ntro ou próximos dos padrões para a espécie (SMITH; SHERMAN, 2009).<br />

Oliveira et al. (2010) não encontraram efeito das dietas sobre as concentrações <strong>de</strong> ALT e AST<br />

<strong>em</strong> ovinos alimentados durante 21dias com farelo <strong>de</strong> mamona tratado ou não, também não observaram<br />

sintomas clínicos <strong>de</strong> intoxicação <strong>de</strong> ricina. Albin et al. (1969) também não observaram qualquer<br />

sintoma clínico <strong>de</strong> intoxicação <strong>de</strong> bovinos alimentados com dietas contendo farelo <strong>de</strong> mamona não<br />

tratado por período acima <strong>de</strong> 90 dias. Andreazzi e Consolaro (1997) forneceram dietas com caroço <strong>de</strong><br />

algodão para caprinos por 6 meses e não observaram alterações da função hepática e renal e nenhum<br />

sintoma <strong>de</strong> intoxicação dos animais pelo gossipol.<br />

A avaliação qualitativa e quantitativa dos componentes da carcaça <strong>de</strong> pequenos ruminantes<br />

po<strong>de</strong> ser influenciada por diversos fatores, <strong>de</strong>ntre eles, raça, ida<strong>de</strong>, sexo e principalmente pelo tipo <strong>de</strong><br />

alimentação fornecida para os animais (ALMEIDA JR et. al., 2004). No presente trabalho, os<br />

componentes anatômicos e <strong>de</strong> carcaça não foram afetados pela inclusão da dieta com farelo <strong>de</strong><br />

mamona <strong>de</strong>stoxificado.<br />

Em estudos realizados por Silva et. al. (2010) com caprinos submetidos a dietas com ate 4%<br />

<strong>de</strong> adição <strong>de</strong> óleo <strong>de</strong> licuri, não foi observada influência da alimentação sobre as características e<br />

componentes da carcaça do animais. Hashimoto et al. (2007) também não relataram influência da<br />

casca do grão <strong>de</strong> soja <strong>em</strong> substituição do milho sobre os componentes das carcaças <strong>em</strong> cabritos.<br />

Com relação a dissecção tecidual do corte do lombo, ocorreram diferenças significativas para<br />

a quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> osso sobre as dietas experimentais, mas não foi observada influência da alimentação<br />

sobre as proporções <strong>de</strong> músculo e gordura. Comportamento s<strong>em</strong>elhante foi observado por Hasimoto et<br />

al., (2007) com aumento na proporção <strong>de</strong> osso, resultando na redução da proporção <strong>de</strong> gordura do<br />

corte do lombo, visto que os teores <strong>de</strong> músculo não variaram entre caprinos alimentados ou não com<br />

casca <strong>de</strong> grão <strong>de</strong> soja <strong>em</strong> substituição ao milho.<br />

O conhecimento da composição química da carne é muito importante para a elucidação dos<br />

seus valores nutritivos, b<strong>em</strong> como para proporcionar subsídios à <strong>de</strong>terminação <strong>de</strong> dietas a<strong>de</strong>quadas a<br />

certos grupos populacionais. Os animais alimentados com farelo <strong>de</strong> mamona <strong>de</strong>stoxificado<br />

apresentaram um menor teor <strong>de</strong> lipí<strong>de</strong>os totais, caracterizando um fator positivo, haja vista a<br />

priorida<strong>de</strong> dos consumidores por alimentos com baixos teores <strong>de</strong> gordura (LISBOA et. al., 2010). Os<br />

44


lipídios totais do músculo Longissimus dorsi do lombo no grupo controle foi superior ao grupo<br />

mamona <strong>de</strong>stoxificado, mas estes valores encontram-se <strong>de</strong>ntro da marg<strong>em</strong> normal (1,5 a 13% <strong>de</strong><br />

lipídios totais) preconizado por Zeola, Silva Sobrinho (2001) para espécie caprina.<br />

Os outros componentes da análise centesimal realizados neste trabalho não diferiram com a<br />

inclusão do farelo <strong>de</strong> mamona. Os valores <strong>de</strong> umida<strong>de</strong>, proteína e cinzas foram próximos àqueles<br />

apresentados na literatura para a espécie <strong>em</strong> estudo (DHANDA; TAYLOR; MURRAY, 1999, 2003;<br />

MADRUGA et. al., 1999, 2001; BESERRA et. al., 2000, 2004) na qual variam <strong>de</strong> 70,80 a 80,25%, <strong>de</strong><br />

18,50 a 23,39% e <strong>de</strong> 0,79 a 1,68%, respectivamente.<br />

A importância nutricional do perfil dos ácidos graxos das carnes para a saú<strong>de</strong> do hom<strong>em</strong> t<strong>em</strong><br />

se justificado com o propósito <strong>de</strong> diminuir riscos <strong>de</strong> obesida<strong>de</strong>, câncer e doenças cardiovasculares,<br />

com a redução da ingestão <strong>de</strong> gorduras, principalmente as ricas <strong>em</strong> colesterol e ácidos graxos<br />

saturados e um aumento do consumo <strong>de</strong> ácidos graxos monoinsaturados e poliinsaturados<br />

(JAKOBSEN, 1999; RHEE et. al., 2000).<br />

Nos últimos anos t<strong>em</strong> se observado um interesse crescente pela carne caprina <strong>em</strong> função <strong>de</strong><br />

suas proprieda<strong>de</strong>s dietéticas, pois apresenta baixo teor <strong>de</strong> colesterol, <strong>de</strong> gordura saturada e <strong>de</strong> calorias,<br />

quando comparada com as <strong>de</strong>mais carnes vermelhas (MADRUGA et. al., 2001; WEBB; CASEY;<br />

SIMELA, 2005). O perfil <strong>de</strong> ácidos graxos do músculo Longissimus dorsi não foi alterado com a<br />

inclusão do farelo <strong>de</strong> mamona na dieta dos animais. Os principais ácidos i<strong>de</strong>ntificados na carne foram<br />

o oléico (C18:1), palmítico (C16:0) e estéarico (C18:0). Este comportamento também foi observado<br />

para a carne caprina por outros autores (BANSKALIEVA; SAHLU; GOETSCH, 2000; DHANDA;<br />

TAYLOR; MURRAY, 2003; MADRUGA et. al. 2005).<br />

Foi encontrado um maior percentual <strong>de</strong> ácido graxo insaturado e, consequent<strong>em</strong>ente, a relação<br />

<strong>de</strong> ácidos graxos insaturados/ácidos graxos saturados foi superior a 1,0 (um), o que caracteriza<br />

esta carne como apropriada do ponto <strong>de</strong> vista dietético para consumo <strong>de</strong> pessoas hipercolesterolêmicas<br />

(elevados níveis <strong>de</strong> colesterol sangüíneo). Mesmos achados foram observados por Madruga et al.<br />

(2001; 2008), avaliando o perfil <strong>de</strong> ácidos graxos na carne caprina. Madruga et. al. (2001; 2008)<br />

observaram valores <strong>de</strong> 0,10 a 0,13 para a relação <strong>de</strong> AGPI/AGS <strong>em</strong> carnes <strong>de</strong> caprinos, os quais<br />

corroboram com os achados neste estudo.<br />

A Nutrigenômica é uma nova ciência da era pós-genômica que t<strong>em</strong> como objetivo elucidar a<br />

complexa interação existente entre os componentes químicos das dietas (nutrientes) e o material<br />

genético dos indivíduos (genótipo) mediante utilização <strong>de</strong> tecnologias <strong>de</strong>senvolvidas para análise do<br />

transcriptoma (MUTCH; WAHLI; WILLIAMSON, 2005).<br />

A expressão do gene sel W foi alterada <strong>em</strong> animais alimentados com o farelo <strong>de</strong> mamona<br />

<strong>de</strong>stoxificado, on<strong>de</strong> seus níveis foram menores quando comparados com o grupo controle. A sel W é<br />

uma selenoproteína pequena (85-88 aminoácidos) on<strong>de</strong> as maiores concentrações <strong>de</strong>ste gene estão<br />

45


presentes no coração e no músculo esquelético dos animais (VENDELAND et. al., 1995). Ela po<strong>de</strong> ser<br />

consi<strong>de</strong>rada como um bom sinalizador putativo do fornecimento <strong>de</strong> uma alimentação diferenciada<br />

(CASSAR-MALEK et. al., 2009). Em estudos com novilhos alimentados <strong>em</strong> sist<strong>em</strong>a <strong>de</strong> pastejo ou<br />

confinados, observaram uma elevada alteração na expressão do gene sel W e que os níveis <strong>de</strong><br />

expressão <strong>de</strong>ste gene po<strong>de</strong>ria ser propostos como um indicador putativo <strong>de</strong> um sist<strong>em</strong>a <strong>de</strong> alimentação<br />

a pasto, po<strong>de</strong>ndo servir como ferramenta para fins <strong>de</strong> rastreabilida<strong>de</strong> da produção <strong>de</strong> carne <strong>em</strong> bovinos<br />

(CASSAR-MALEK et. al., 2009).<br />

Os IGF I e IGF II (fator <strong>de</strong> crescimento s<strong>em</strong>elhante a insulina I e II) estão envolvidos na<br />

proliferação e diferenciação do tecido muscular esquelético (FLORINI, EWTON; COOLOCAN,<br />

1996; PENG et. al., 1997). Foi observado neste estudo que a inclusão do farelo <strong>de</strong> mamona<br />

<strong>de</strong>stoxificado na dieta influenciou a expressão do gene IGF II, não <strong>de</strong>monstrando qualquer efeito sobre<br />

a expressão do IGF I. Kalbe, Mau, Rehfeldt (2008) avaliaram diferentes níveis <strong>de</strong> isoflavonas na<br />

alimentação <strong>de</strong> suínos e, assim como foi observado neste trabalho, os autores verificaram que não<br />

ocorreu alteração na expressão do gene IGF I no músculo esquelético da espécie <strong>em</strong> estudo.<br />

Conclusão<br />

No complexo os resultados <strong>de</strong>monstraram que o farelo <strong>de</strong> mamona <strong>de</strong>stoxificado não induz<br />

alterações macroscópicas nos componentes anatômicos e da carcaça <strong>em</strong> cabra quando utilizado por<br />

longos períodos. Os dados relativos a analise bromatológica do lombo e da analise do perfil <strong>de</strong> ácidos<br />

graxos corroboraram a viabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong>sta fonte proteica. Contudo neste estudo evi<strong>de</strong>ncias específicas<br />

apontaram diferenças na expressão dos genes IGF-II e SelW no tecido muscular do longissimus dorsii,<br />

indicando a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> posteriores e mais <strong>de</strong>talhadas investigações sobre os efeitos a longo prazo<br />

do uso <strong>de</strong>stes resíduos na alimentação animal.<br />

Agra<strong>de</strong>cimentos<br />

Fonte <strong>de</strong> financiamento CNPq (Proc. N.578189/2008-9). Os autores agra<strong>de</strong>c<strong>em</strong> as equipes<br />

técnicas das fazendas Campo da S<strong>em</strong>ente, pelo suporte técnico e auxílio no manejo dos animais. Os<br />

autores agra<strong>de</strong>c<strong>em</strong> o Dr. Hilton Cesar Rodrigues Magalhaes - Embrapa Frutos Tropicais, Fortaleza,<br />

Ceara - para a realização da analise do perfil <strong>de</strong> ácidos graxos.<br />

Comitê <strong>de</strong> Ética e Biossegurança<br />

O estudo foi aprovado pela Comissão <strong>de</strong> Ética para o uso <strong>de</strong> Animais da Universida<strong>de</strong><br />

Estadual do Ceará (CEUA-UECE), com o número <strong>de</strong> protocolo: 09503497-8/82.<br />

46


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51


Tabela 1. Analise química-bromatológica do farelo <strong>de</strong> mamona.<br />

Parâmetros (% MS)<br />

Farelo <strong>de</strong><br />

Mamona<br />

Destoxificado<br />

Farelo <strong>de</strong> Mamona<br />

Matéria seca 91,74 91,81<br />

Proteína bruta 36,14 41,35<br />

Extrato Etéreo 2,94 2,00<br />

Resíduo Mineral 17,63 10,65<br />

Fibra Detergente Neutra 38,43 40,07<br />

Fibra Detergente Acida 30,63 33,80<br />

Tabela 2. Detalhes dos Primers para PCR<br />

Genes<br />

Nº <strong>de</strong> acesso no<br />

banco <strong>de</strong> genes<br />

SEPW1 NM_001163225.1<br />

IGF-IR GQ246165.1<br />

IGF-II HQ731040.1<br />

b-Actina NG_002441<br />

Sequencia<br />

f:cggcttctttgaagtgttc<br />

r:tctctgcctttaggccacat<br />

f:atgctctccagttcgtgtgt<br />

r:ttgagaggcgcagtacatct<br />

f:tcgtgctgctatgctgcttacc<br />

r:actgcttccaggtgtcagattgg<br />

f:caccacaccttctacaacgagc<br />

r:ccttgatgtcacggacgatttc<br />

52


Tabela 3. Médias e erros padrões para as concentrações plasmáticas <strong>de</strong><br />

metabolitos aos 480 dias <strong>de</strong> alimentação.<br />

Parâmetros SFMD FMD Sig.<br />

LDH (U/L) 743,42 ± 20,06 767,54 ± 35,74 ns<br />

ALT (U/L) 20,42 ± 0,67 21,08 ± 1,38 ns<br />

AST (U/L) 91,67 ± 5,26 103,61 ± 6,18 ns<br />

Ureia (mg/dL) 24,25 ± 2,24 22,38 ± 1,97 ns<br />

Albumina (g/dL) 2,48 ± 0,06 2,26 ± 0,08 ns<br />

Creatinina (mg/dL) 0,80 ± 0,03 0,82 ± 0,03 ns<br />

ns: não significativo (p > 0,05); *(p < 0,05); **(p < 0,01).<br />

53


Tabela 4. Médias e erros padrões para os componentes anatômicos e da carcaça aos 480<br />

dias <strong>de</strong> alimentação.<br />

Parâmetros SFMD FMD Sig.<br />

Componentes anatômicos (g)<br />

Peso vivo (kg) 42,93 ± 2,64 41,64 ± 2,76 ns<br />

Peso jejum (kg) 40,81 ± 2,60 39,28 ± 2,70 ns<br />

Pulmões 273,15 ± 26,42 268,33 ± 27,50 ns<br />

Coração 165,38 ± 11,87 158,33 ± 12,35 ns<br />

Baço 93,85 ± 31,43 92,50 ± 32,71 ns<br />

Fígado 450,77 ± 28,15 446,67 ± 29,30 ns<br />

Rins 91,12 ± 6,29 89,17 ± 6,55 ns<br />

Língua 127,69 ± 7,15 136,67 ± 7,44 ns<br />

Estomago vazio 1332,31 ± 87,79 1274,17 ± 91,38 ns<br />

Intestino vazio 1127,69 ± 74,26 1199,17 ± 77,29 ns<br />

Tecido adiposo omental 1155,38 ± 203,12 992,50 ± 211,41 ns<br />

Tecido adiposo coração 54,62 ± 8,76 52,50 ± 9,71 ns<br />

Tecido adiposo renal 372,38 ± 89,92 172,00 ± 93,59 ns<br />

Componentes da carcaça (kg)<br />

Carcaça quente 16,51 ± 1,27 15,69 ± 1,33 ns<br />

Carcaça fria 15,77 ± 1,22 14,72 ± 1,27 ns<br />

Meia carcaça esquerda 7,88 ± 0,61 7.36 ± 0,63 ns<br />

Pernil 2,40 ± 0,25 2,23 ± 0,23 ns<br />

Paleta 1,65 ± 0,10 1,56 ± 0,11 ns<br />

Lombo 0,51 ± 0,15 0,53 ± 0,16 ns<br />

Pescoço 0,73 ± 0,04 0,69 ± 0,05 ns<br />

Costela 2,45 ± 0,26 2,34 ± 0,27 ns<br />

ns: não significativo (p > 0,05); *(p < 0,05); **(p < 0,01).<br />

54


Tabela 5. Médias e erros padrões para dissecção e composição centesimal<br />

do musculo Longissimus Dorsii aos 485 dias <strong>de</strong> alimentação.<br />

Parâmetros SFMD FMD Sig.<br />

Dissecção (g)<br />

Peso do lombo 510,63 ± 42,32 536,33 ± 37,24 ns<br />

Composição (%)<br />

Músculo 252,89 ± 21,20 246,56 ± 23,25 ns<br />

Osso 104,50 ± 11,07 139,46 ± 12,50 *<br />

Conectivo 76,64 ± 7,73 77,93 ± 7,05 ns<br />

Adiposo 60,94 ± 9,05 45,44 ± 7,63 ns<br />

Umida<strong>de</strong> 75,95 ± 0,37 76,34 ± 0,22 ns<br />

Cinza 1,16 ± 0,09 1,34 ± 0,06 ns<br />

Gordura 2,77 ± 0,25 1,99 ± 0,17 **<br />

Proteína 20,11 ± 0,36 20,32 ± 0,17 ns<br />

ns: não significativo (p > 0,05); *(p < 0,05); **(p < 0,01).<br />

55


Tabela 6. Médias e erros padrões para a quantificação dos ácidos graxos no extrato lipídico do<br />

lombo aos 485 dias <strong>de</strong> alimentação.<br />

Ácido Graxo SFMD FMD Sig.<br />

Decanóico C10:1 0,13 ± 0,02 0,16 ± 0,01 ns<br />

Tri<strong>de</strong>canóico C13:0 0,20 ± 0,03 0,18 ± 0,03 ns<br />

Miristico C14:0 1,63 ± 0,13 1,60 ± 0,11 ns<br />

Miristoléico C14:1 0,08 ±0,01 0,09 ± 0,01 ns<br />

Penta<strong>de</strong>canóico C15:0 0,73 ± 0,14 0,88 ± 0,23 ns<br />

Palmítico C16:0 22,86 ± 0,65 22,31 ± 0,66 ns<br />

Sapienico C16:1 n-10 0,92 ± 0,05 1,09 ± 0,08 ns<br />

Palmitoléico C16:1 n-7 1,43 ± 0,11 1,43 ± 0,08 ns<br />

Margarico C17:0 1,51 ± 0,14 1,42 ± 0,11 ns<br />

Hepta<strong>de</strong>cenóico C17:1 0,77 ± 0,04 0,89 ± 0,11 ns<br />

Esteárico C18:0 15,89 ± 0,63 16,52 ± 0,90 ns<br />

Oléico C18:1 n-9 39,38 ± 1,64 38,58 ± 0,95 ns<br />

Elaídico C18:1 n-9 0,18 ± 0,04 0,17 ± 0,04 ns<br />

Linoléico C18:2 n-6 3,68 ± 0,44 3,75 ±0,47 ns<br />

linolelaídico C18:2 n-6 0,18 ± 0,03 0,16 ± 0,09 ns<br />

Linolênico C18:3 0,23 ± 0,03 0,22 ± 0,02 ns<br />

Eicosenóico C20:1 0,14 ±0,01 0,13 ± 0,01 ns<br />

Araquidônico C20:4 0,48 ± 0,13 0,62 ± 0,11 ns<br />

Beênico C22:0 0,28 ± 0,06 0,29 ± 0,06 ns<br />

Erúcico C22:1 0,12 ± 0,01 0,12 ± 0,01 ns<br />

AGS - 43,10 ± 0,74 43,21 ± 1,33 ns<br />

AGI - 47,73 ± 1,41 47,42 ± 1,24 ns<br />

AGMI - 43,16 ± 1,73 42,66 ± 1,00 ns<br />

AGPI - 4,57 ±0,49 4,76 ± 0,50 ns<br />

AGI/AGS - 1,11 ±0,04 1,10 ± 0,04 ns<br />

ns: não significativo (p > 0,05); *(p < 0,05); **(p < 0,01).<br />

AGS: ácidos graxos saturados; AGI: ácidos graxos insaturados; AGMI: ácidos graxos<br />

monoinsaturados; AGPI: ácidos graxos polinsaturados<br />

56


Tabela 7. Médias e erros padrões para expressão genica (unida<strong>de</strong>s<br />

arbitrarias) no tecido muscular do lombo aos 485 dias <strong>de</strong> alimentação.<br />

Parâmetro SFMD FMD Sig.<br />

Músculo Lombo<br />

Sel W 2,11 ± 0,06 2,97 ± 0,13 **<br />

IGF-I 2,11 ± 0,06 2,04 ± 0,06 ns<br />

IGF -II 1,19 ± 0,05 1,43 ± 0,03 **<br />

ns: não significativo (p > 0,05); *(p < 0,05); **(p < 0,01).<br />

57


CONCLUSÕES<br />

Com os resultados concluímos que o farelo <strong>de</strong> mamona <strong>de</strong>stoxificada os<br />

animais não apresentaram alterações nos componentes anatômicos e da carcaça <strong>em</strong> cabra<br />

quando utilizado para longos períodos. Quanto aos dados da análise bromatológica do lombo<br />

e perfil <strong>de</strong> ácidos graxos viável a fonte proteica na dieta. No entanto apresentaram diferenças<br />

na expressão dos genes IGF-II e Sel W no tecido muscular longissimus dorsii, necessitando<br />

assim <strong>de</strong> uma investigação minuciosa sobre o efeito a longo prazo do resíduo na alimentação<br />

animal.<br />

58


8 PERSPECTIVAS<br />

Diversas perspectivas po<strong>de</strong>rão ser esperadas pelos resultados apresentados no presente estudo.<br />

Estudos sobre os efeitos <strong>de</strong> alimentos para períodos prolongados são escassos, entretanto<br />

representam uma única forma para <strong>de</strong> evi<strong>de</strong>nciar riscos para saú<strong>de</strong> do animal e humana.<br />

Nestes últimos aspectos o estudo forneceu informações valiosas que po<strong>de</strong>rão servir como base<br />

na difusão e transferência <strong>de</strong> conhecimentos na utilização dos resíduos da ca<strong>de</strong>ia <strong>de</strong> produção<br />

da Mamona no manejo alimentar <strong>em</strong> caprinos.<br />

As metodologias utilizadas nos ensaios po<strong>de</strong>rão auxiliar também a padronizar o uso dos<br />

subprodutos da Mamona na caprinocultura, incentivando a vocação do território sobretudo <strong>em</strong><br />

muitas áreas do Nor<strong>de</strong>ste on<strong>de</strong> atualmente esta sendo favorecido o cultivo da planta.<br />

59


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www.castoroil.unl. Acesso <strong>em</strong> 22/02/2011.<br />

70


APÊNDICE A<br />

Figura 1 Fotografia Gel IGF-IR controle:<br />

Figura 2 Fotografia Gel IGF-IR mamona:<br />

71


Figura 3 Fotografia Gel SEPW1 controle:<br />

Figura 4 Fotografia Gel SEPW1 mamona:<br />

72


Figura 5 Fotografia Gel PCR IGF-2 controle<br />

Figura 6 Fotografia Gel PCR IGF-2 mamona<br />

73

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