TEREZA SANDRA LOIOLA VASCONCELOS ... - Uece
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Desse modo, foram estruturadas as prioridades à industrialização das atividades,<br />
mediante a prática da regionalização, desde os planos de Virgílio Távora, buscando aparatos<br />
da iniciativa privada para que espaços selecionados fossem dotados de capacidades físicas,<br />
estruturais e organizativas concentrando certa dinâmica e atraindo mais recursos financeiros,<br />
sob a premissa de reduzir as desigualdades sociais.<br />
Esse Estado capitalista e planejador, que ordena o território, entra em consonância<br />
com as ideias de Engels (2007) e Gruppi (1980), quando o classificam como mediador das<br />
classes com interesses econômicos em conflito, para que não se “devorem”; contraditório,<br />
porque esse poder é emanado da sociedade, mas se coloca acima e que se aliena cada vez<br />
mais dela, além de provisório e transitório, fluindo de uma classe social a outra, de acordo<br />
com os seus interesses.<br />
Analisando as frentes de atuação dos planos de governo, percebemos que dois<br />
momentos situam o Estado do Ceará na busca intensiva por essa adequação à modernização,<br />
de formas mais bem estruturadas. No primeiro momento, com as vigências de Virgilio Távora<br />
e, posteriormente, as de Tasso Jereissati, logo que os demais governos acabaram por dar<br />
continuidade aos propósitos dos governadores ora citados.<br />
O exemplo da agricultura irrigada é bem peculiar. Primeiro, a aproximação<br />
expressiva da agricultura à indústria, o que fomentará o surgimento das agroindústrias. Nesse<br />
processo, alguns espaços são selecionados e, para isso, as pesquisas e estudos de viabilidade<br />
econômica recebem maciços investimentos.<br />
No I PLAMEG, Virgílio Távora situa entre suas metas as pesquisas em<br />
cooperação com a SUDENE, visando a executar um plano de recuperação e desenvolvimento<br />
dos vales do Jaguaribe, Acaraú e Curu, principais rios do Ceará, impulsionando e estimulando<br />
a expansão do setor privado, além de incitar a prática da regionalização.<br />
Com o II PLAMEG, a agricultura irrigada continua a ser vista no sentido de<br />
fomentar a interiorização do processo de industrialização do Estado, por meio dos perímetros<br />
irrigados. Consta ainda nesse governo, dentre suas prioridades, a implantação do Projeto de<br />
Irrigação da Bacia do Acaraú, “ajustando” os pequenos produtores da área aos novos moldes<br />
da irrigação.<br />
Os governos posteriores caminharam nessa vertente, fato que Virgílio Távora<br />
previa no II PLAMEG (1979, p.7),<br />
A sistemática instituída pelo I PLAMEG, que sepultou, para sempre a era da<br />
improvisação, dispersão e desperdício no emprego dos recursos públicos,