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TEREZA SANDRA LOIOLA VASCONCELOS ... - Uece

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administrativas estaduais norteadas por pretensões desenvolvimentistas. [...]<br />

Porém, era necessário manter os compromissos com os chefes políticos que lhe<br />

deram sustentação face às novas condições impostas pelo regime militar.<br />

Considerando-se as regras da política tradicional de manter a palavra empenhada e<br />

de evitar as traições, esse foi um grande teste para a capacidade de conciliação de<br />

Virgílio.<br />

Nem mesmo a instauração da ditadura militar no início de seu governo atrapalhou<br />

os seus objetivos, à medida que aumentava o seu rol de influências, ampliando a sua imagem<br />

de homem do Estado, especialmente sendo sobrinho do general Juarez Távora. Para Farias<br />

(1997, p. 246), esse quadro era,<br />

(...) na realidade, a longo prazo, favorável ao governo Távora. Afinal, o novo<br />

Presidente, Castello Branco, era cearense, bem como o ministro de obras e viação,<br />

Juarez Távora, e o superintendente da SUDENE, João Gonçalves – em síntese,<br />

seria mais fácil agora para Virgílio conseguir recursos para sua administração junto<br />

ao governo federal.<br />

O segundo mandato de Virgílio Távora (1979 – 1982) deu continuidade às suas<br />

prioridades à industrialização, propostas no II PLAMEG. Nesse período, centralizava o<br />

poderio político, com apoio do empresariado local, enlaço que se tornará mais intenso e<br />

explícito com os governos posteriores. No tocante à agricultura, foram consideráveis as<br />

transformações, com investimentos para a irrigação privada, dando abertura às agroindústrias,<br />

fortificadas anos depois.<br />

Ao final da vigência de Virgílio, grandes eram as divergências entre os coronéis,<br />

que não entravam em consenso quanto ao candidato a novo governador do Estado. O impasse<br />

foi resolvido em Brasília, com a indicação de Gonzaga Mota – professor da Universidade<br />

Federal do Ceará (UFC), técnico do Banco do Nordeste (BNB) e secretário de Planejamento<br />

do governo anterior – ao cargo de novo governador, enquanto a Adauto Bezerra restava a<br />

indicação como representante do vice-governo e a prefeitura de Fortaleza nas mãos de César<br />

Cals Neto, filho de César Cals. Isso seria ratificado pelos detentores do poder ditatorial.<br />

É nessa circunstância que se inicia o mandato de Gonzaga Mota, o tecnocrata<br />

legitimando o poderio dos coronéis. Passado alguns meses, Gonzaga Mota começa a<br />

consolidar seu próprio grupo de correligionários. Os conflitos foram pertinentes e, ao final de<br />

seu governo, o nepotismo exacerbado, com a contratação direta de seus familiares para<br />

ocuparem diversos cargos públicos, firmava um dos principais traços de sua atuação que se<br />

concluíra em meados da década de 1980 (FARIAS, 1997).<br />

Com o declínio da ditadura militar, ante os movimentos populares e a forte crise<br />

política e econômica, o País consegue a redemocratização, possibilitando eleger seus

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