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76 rede elétrica, comércios, escolas, além de outras instalações, no intuito de fomentar a criação de comunidades dentro do projeto, como força de trabalho na agricultura irrigada. TABELA 2 E FIGURA 9: Perímetros Irrigados do Nordeste ESTADOS PERÍMETROS IRRIGADOS Bahia 3 Ceará 14 Maranhão 3 Paraíba 3 Pernambuco 4 Piauí 6 Rio Grande 5 do Norte Total 38 Piauí 16% Rio Grande do Norte 13% Bahia 8% Pernambuco 11% Paraíba 8% Maranhão 8% Ceará 36% Fonte: Elaborado por Vasconcelos, a partir dos dados do DNOCS. Vários eram os critérios utilizados para a seleção dos colonos para os perímetros irrigados, o que demonstra a seletividade na busca pela “eficiência” e pela “competência” dos profissionais que se destinassem à irrigação. Para efeito de conhecimento, segundo Bursztyn (1984, p.p. 81-82), eram levados em consideração: 1. idade- os candidatos devem ter menos de 45 anos; 2. capacidade de trabalho- física e moral; 3. estado civil- somente homens casados; 4. número de filhos- pelo menos dois (número de braços e alta produtividade);
77 5. dedicação exclusiva- não podem outra atividade além da de colono; 6. conhecimento da agricultura- já com experiência na atividade; 7. proximidade- prioridade aos que já habitavam nas áreas desapropriadas; 8. alfabetização- não se aceitariam analfabetos; 9. entrevista- feita por uma assistente social do DNOCS, onde seria verificados, principalmente, o “espírito empresarial” e o “senso de responsabilidade” de cada um. Nos anos seguintes (1973 – 1974), de acordo com os conhecimentos e informações disponibilizados pela SUDENE, foi elaborado o Programa de Desenvolvimento Rural Integrado de Áreas Prioritárias do Nordeste, que se chamaria, no final de 1974, de Programa de Desenvolvimento de Áreas Integradas do Nordeste – Polonordeste, integrante do II PND. Por sua atuação e influência, esse programa apresenta-se como um dos mais contraditórios programas de desenvolvimento, por não ter transformado as estruturas agrárias nordestinas, aumentando ainda mais as disparidades, contudo, é certo que ocorreram amplas modificações no campo. O polonordeste foi idealizado com base nas ideias de François Perroux, importante economista na década de 1950, com o intuito de fazer a seleção de alguns subespaços (fragmentação) que, recebendo incentivos do Estado (concentração), polarizariam o desenvolvimento no seu entorno, como nos esclarece Andrade (1977, p. 42): O poder de atração que uma cidade exerce em torno da área que a cerca, conseqüente das transações comerciais que realiza, provoca a formação de áreas de influência e, em conseqüência, regiões polarizadas. É compreensível que esse programa se baseava em ideias ultrapassadas para a atual realidade que vivenciamos, em que a interligação do local ao global se dá de forma veloz, pelos recursos da tecnologia. Tampouco esses “espaços de fluxos” ocorrem por todos os lugares, mesmo em seu entorno, como sugere essa teoria. “Trata-se, na realidade, de um subsistema, formado por pontos ou, no máximo, linhas e manchas, onde o suporte essencial são os artefatos destinados a facilitar a fluidez e autorizar o movimento dos fatores essenciais da economia global”. (SANTOS, 2008 a, p. 296). No lugar dos polos industriais, surgiam então os polos rurais, adaptações feitas para o polonordeste, concebido à luz da teoria de Perroux, diante de suas experiências em França. O contexto histórico do seu planejamento deriva da década de 1950, no período de Juscelino Kubitschek, que, sob a leitura de Brum (1999, p. 231),
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