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TEREZA SANDRA LOIOLA VASCONCELOS ... - Uece

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proporcionados pelos artigos 34 e 18, regulamentados pelo FINOR, seria esse Banco o meio<br />

de depósito das empresas que obtiveram dedução de impostos (ANDRADE, 1981).<br />

Os créditos financiados pelo BNB só eram alcançados mediante a elaboração de<br />

projetos técnico-financeiros, “pacotes tecnológicos”, feitos pela Emater, antiga Associação<br />

Nordestina de Crédito e Assistência Rural – ANCAR, criada em 1954. Observam-se, nesse<br />

âmbito, além da efetivação do sistema bancário no meio rural, a disseminação do consumo de<br />

insumos industrializados, a ampliação das relações de interdependência entre o agro e os<br />

capitais financeiro e industrial e uma exclusão dos agricultores que não possuíam terras, pois<br />

estes estavam impossibilitados de obter créditos, exceto na posse de um documento chamado<br />

“carta de anuência”, feita pelos seus senhores de terra, que não demonstravam interesse.<br />

Nas palavras de Oliveira (2007, p. 104), enquanto “a sociedade nacional, marchava<br />

na direção da industrialização e da urbanização, continuava a conviver, no lado oposto das<br />

elites, com o aprofundamento dos conflitos no campo”.<br />

É nesse âmbito que se expandem por todo o Nordeste as Ligas Camponesas,<br />

importante movimento social, levando a bandeira pela reforma agrária, contra a exploração<br />

exacerbada da força de trabalho, congregando principalmente camponeses foreiros,<br />

moradores, rendeiros, pequenos proprietários e trabalhadores assalariados rurais, todos contra<br />

o latifúndio, bastante presente em um período da história nacional em que as preocupações<br />

eram totalmente voltadas à entrada do capital internacional, via industrialização.<br />

Na concepção de Andrade (1981, p. 50), “nesse período, os ideólogos do<br />

desenvolvimento consideravam que desenvolvimento e industrialização eram praticamente<br />

sinônimos, que um dependia inteiramente do outro”.<br />

Esse mesmo autor explicita que a SUDENE, tendo como prioridade medidas<br />

visando à industrialização, deixou em segundo plano os problemas agrários. A preocupação<br />

estava em criar estratégias de atração de investimentos estrangeiros para o Nordeste. Isto não<br />

somente acirrou a competitividade entre os lugares 37 , como também criou disparidades<br />

regionais.<br />

37 Santos e Silveira nos esclarecem (2008, p.p. 112 e 296): “As mudanças de localização de atividades industriais<br />

são às vezes precedidas de uma acirrada competição entre Estados e municípios pela instalação de novas fábricas<br />

e, mesmo, pela transferência das já existentes”. Além do que, “[...], do ponto de vista das empresas, o mais<br />

importante mesmo é a guerra que elas empreendem para fazer com que os lugares, isto é, os pontos onde<br />

desejam instalar-se ou permanecer, apresentem um conjunto de circunstâncias vantajosas do seu ponto de vista.<br />

Trata-se, na verdade, de uma busca de lugares “produtivos” ”.

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