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TEREZA SANDRA LOIOLA VASCONCELOS ... - Uece

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O Banco do Nordeste do Brasil – BNB, surgido em 1952, demonstra a ligação das<br />

ações do Estado ao capital financeiro. Dentre suas inúmeras atribuições, estão os créditos<br />

rurais àqueles proprietários de terras interessados na construção de açudes particulares,<br />

substituindo a política anterior conhecida por “açudes em cooperação”, bem como os créditos<br />

relacionados à produção agrícola.<br />

Apesar desses avanços, a concentração e a liderança do setor agrícola - industrial<br />

ainda permaneciam no Sudeste, como herança da importante e lucrativa fase cafeeira que<br />

atraíra massivas ondas de imigrantes estrangeiros. Esses fatores favoreciam a grande<br />

capitalização dessa porção do Brasil, enquanto o Nordeste se mantinha numa estrutura<br />

vinculada ao binômio gado-algodão, sob o controle econômico e político de oligarquias<br />

rurais. Em meados do século XX, o Governo federal efetiva em seu planejamento uma via<br />

para a ruptura desse status quo da região, numa tentativa de inserir essa parte do País no<br />

âmbito da vida econômica nacional.<br />

O período curto que demarca os anos de 1959 – 1964 ressalta essas amplas<br />

reformas. A Superintendência de Desenvolvimento do Nordeste - SUDENE integra esse<br />

conjunto de mudanças, como assim compreendeu Carvalho (1988, p. 227):<br />

Só que desta vez o fará de forma planejada, organizada, por uma instituição nova e<br />

moderna, a SUDENE – criada ao final de 1959-, sem os vícios da maioria das<br />

instituições federais e estaduais existentes. Dessas, a SUDENE diferia, ainda, de<br />

forma particular, por sua capacidade de não se deixar capturar pelas oligarquias<br />

dominantes, pelo menos nessa fase. (grifo nosso)<br />

A SUDENE surge como alternativa de reduzir, principalmente, as disparidades<br />

regionais, pois se percebia a tendência histórica, incentivada pelos próprios programas de<br />

governo do período (década de 1950), da concentração de investimentos na região Sudeste,<br />

como explicita Brum (1999, p. 249):<br />

Acreditava-se nos meios oficiais do governo JK que era possível realizar o<br />

desenvolvimento do país a partir de um centro dinâmico único - São Paulo. O<br />

dinamismo desse centro - em círculos concêntricos cada vez mais amplos – irradiar –<br />

se - ia progressivamente contagiando as outras áreas e regiões do país.<br />

Como resultante do relatório do GTDN, essa política pública fora influenciada<br />

pelo que previa o grupo de trabalho: o desenvolvimento alicerçado na industrialização como<br />

solução primordial, o deslocamento populacional para regiões subpovoadas no próprio<br />

Nordeste, como é o caso do Maranhão, mediante a expansão da fronteira agrícola, uso mais

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