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Jaguaribe (figuras 5 e 6) e de amplas utilizações 29 , que viria a minorar os efeitos da crise
vivenciada pela indústria têxtil na década de 1950. Na segunda metade do século XX, o
mercado de consumo interno propicia a proliferação de pequenas unidades fabris, sobretudo
de gêneros alimentícios (AMORA, 1995).
Figuras 5 e 6: rios Jaguaribe e Acaraú, ambientes propícios às carnaubeiras.
Fonte: Vasconcelos, 2009.
O surgimento da Superintendência do Desenvolvimento do Nordeste –
SUDENE 30 , no governo de Juscelino Kubitschek (1956-1961), cria caminhos para que a partir
da década de 1960, uma nova fase da industrialização seja inserida no território, alterando a
dinâmica territorial de cidades cearenses como Fortaleza, Sobral, Juazeiro do Norte e Crato,
com a instalação de inúmeras indústrias subsidiadas nos artigos 34/18 e regulamentadas pelo
Fundo de Investimento no Nordeste - FINOR, lei de incentivos fiscais que garantia isenção de
imposto sobre a renda das empresas nacionais e estrangeiras que viessem a se instalarem no
Nordeste.
Esses são centros escolhidos para concentrar as indústrias, como previa o projeto
da SUDENE, com base na teoria dos polos de desenvolvimento, de François Perroux. Essa
29 “Inúmeras as suas utilizações técnico - científicas, tais como na fabricação de vernizes e graxas, no preparo de
couros, nos encerados, lubrificantes, emplastros, ungüentos, fósforos, sabonetes, isolantes, nos cilindros e discos
de fonógrafos, no enceramento e lustração da madeira, na pintura de automóveis e mil outras coisas, sendo
insubstituível em muitos casos e daí a sua cada vez maior valorização”. (GIRÃO, 2000, p. 388).
30 A SUDENE é consequência do relatório final, uma verdadeira “bíblia” aos seus técnicos (BURSZTYN, 1984),
produzido pelo Grupo de Trabalho do Desenvolvimento do Nordeste - GTDN, sob chefia de Celso Furtado, em
1959. De acordo com Brum (1999, p. 237), esses “grupos de trabalho destinavam-se a atividades de assessoria,
elaboração de projetos de lei ou de regulamentação de determinada matéria”.