TEREZA SANDRA LOIOLA VASCONCELOS ... - Uece

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40 FIGURA 2: Ascensões e crises nas reestruturações socioespaciais do Ceará • REV. INDUST. E SECESSÃO EUA • •SECESSÃO EUA •ORDENS DA CORTE PORTUGUESA •FIM DA GUERRA EUA •CRISE DE SUPERPRODUÇÃO •CONCORRÊNCIA INDUSTRIAL DO SUDESTE II REV. IND. 1714 1860 1867 1990 I REV. IND. A B A B A B A B 1º 2º 3º 4º 1603 1790 1865 1950 TRAB. INDÍG. 1ªS. ESTRADAS PONTOS FIXAÇÃO E DE COMÉRCIO LOCAL E REGIONAL SOCIEDADE E COURO TRAB. ASSALARIADO 1ºS NÚCLEOS URBANOS TRANSP. FÉRREOS E MARÍTIMOS COMÉRCIO INTERNACIONAL SOCIEDADE E COMÉRCIO AGLOMERAÇÃO URBANA AGRICULTURA MATÉRIA – PRIMA: ALGODÃO ESTADO E PLANEJAMENTO (SURGIMENTO DA SUDENE – 1960) COMÉRCIO LOCAL E REGIONAL, EM SEGUIDA NACIONAL. SOCIEDADE E INDÚSTRIA INDÚSTRIA, TURISMO E AGRONEGÓCIO / ATUAL REESTRUTURAÇÃO. ESTADO + INICIATIVA PRIVADA DESENV. DA TÉCNICA, CIÊNCIA E INFORMAÇÃO. APRIMORAMENTO RODOVIAS E INFOVIAS DAS SOCIEDADE E TECNOLOGIA Fonte: Adaptado de Mandel (1985), Rangel (1982), Girão (1995,1996), Girão (2000), Silva (1995), Amora (1995), Lima (2006,2008). A crise das charqueadas, além da primeira Revolução Industrial e da Guerra da Secessão dos Estados Unidos, influíram sobremaneira para o desenvolvimento da atividade algodoeira no Ceará, que se tornou um dos principais fornecedores do produto, desde a segunda metade do século XVIII. Nesse período, destacam-se o trabalho assalariado, os primeiros núcleos urbanos, os transportes férreos e marítimos, estruturando uma sociedade envolvida com o comércio, tamanho o dinamismo das trocas comerciais, em que as transações internacionais eram preponderantes. Com o fim da Guerra da Secessão e o retorno da Inglaterra e de outros países à comercialização do algodão, a consequente crise cearense com o excesso do produto estava anunciada. Assim, a estratégia de reerguimento do capital foi aproveitar o algodão excedente para as indústrias de descaroçamento, óleos vegetais e, principalmente, têxteis. A expressão desse momento no espaço geográfico ocorreu com a aglomeração urbana, em que a agricultura era utilizada como matéria-prima, a incisiva intervenção do Estado, com as políticas de planejamento, estruturando uma sociedade envolvida com as inúmeras unidades fabris instaladas.
41 A concorrência industrial com o Sudeste, onde se concentravam os principais investimentos públicos e privados, influenciou na posterior grande crise no espaço cearense. O beneficiamento da carnaúba, planta nativa, corresponde às novas estratégias utilizadas nesse período. Após a II Revolução Industrial e a II Guerra Mundial, o desenvolvimento da técnica, ciência e informação, com o aprimoramento das rodovias e infovias e, especialmente, com a intensiva ligação do Estado com a iniciativa privada, proporcionou o desenvolvimento da indústria, bem como do turismo e do agronegócio cearenses, contribuindo para o apogeu do capitalismo em detrimento da maior parcela da sociedade cearense, pois, conforme Harvey (2006, p. 47), essas crises criam as condições para uma racionalidade do espaço geográfico, com a reprodução acelerada do capital, apresentando (...) um custo social, provocando trágicas conseqüências humanas na forma de falências, colapsos financeiros, desvalorização forçada de ativos fixos e poupanças pessoais, inflação, concentração crescente de poder econômico e político em poucas mãos, queda dos salários reais e desemprego. No entanto, as correções forçadas e periódicas relativas ao curso da acumulação de capital também podem, facilmente, escapar do controle, e gerar a luta de classes, os movimentos revolucionários e o caos. Dessa forma, percebemos que, a cada crise, o modo de produção capitalista cria táticas para se fortalecer, seja na divisão e apropriação do trabalho, nos sistemas de transportes, auxiliando no fluxo de pessoas e mercadorias, nas novas formas no e do espaço geográfico. Isto porque o “sistema capitalista é muito dinâmico e inevitavelmente expansível; esse sistema cria uma força permanentemente revolucionária, que, incessante e constantemente, reforma o mundo em que vivemos”. (HARVEY, 2006, p. 43). Soja (1993, p. 37) nos fala que é a modernização responsável pelo contínuo (...) processo de reestruturação societária, periodicamente acelerado para produzir uma recomposição significativa do espaço- tempo- ser em suas formas concretas, uma mudança da natureza e da experiência da modernidade que decorre, primordialmente, da dinâmica histórica e geográfica dos modos de produção. Salientamos, porém, que não existe uma modernização e sim várias, decorrentes em especial dessas inovações pensadas e criadas pelo associativo técnica e ciência, em cada espaço-tempo. Essa mesma concepção é esclarecida por Santos (2008 c, p. 31), ao dizer que (...) cada período é caracterizado pela existência de um conjunto coerente de elementos de ordem econômica, social, política e moral, que constituem um verdadeiro sistema. Cada um desses períodos representa uma modernização, isto é, a
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