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TEREZA SANDRA LOIOLA VASCONCELOS ... - Uece

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29<br />

O referencial teórico é composto por obras pertinentes à temática estudada,<br />

primordiais para o entendimento das relações sociais ocorrentes no campo, com base na<br />

modernização da agricultura, alterando o território e reestruturando o espaço geográfico.<br />

Desse modo, especialmente as leituras de Claude Raffestin, Ariovaldo Umbelino<br />

de Oliveira, José de Souza Martins e Milton Santos nos auxiliaram nesse sentido.<br />

Para Raffestin 5 , “o território é um espaço onde se projetou um trabalho, seja<br />

energia e informação, e que, por consequência, revela relações marcadas pelo poder”. (1993,<br />

p. 144)<br />

A leitura do texto Geografia agrária: perspectivas no início do século XXI 6 , de<br />

Ariovaldo Umbelino de Oliveira, contribuiu para a compreensão das transformações<br />

territoriais do campo. De acordo com o autor, a configuração histórica do território acontece<br />

por meio da luta travada entre as classes sociais. Assim, repleto de contradições, no território<br />

se evidencia a territorialização do capital monopolista, quando se estabelecem relações<br />

especificamente capitalistas, como o assalariamento ou, ainda, a monopolização do território<br />

pelo capital monopolista, quando o capital, não se territorializando, monopoliza o território<br />

marcado pela produção familiar, criando as condições para a sujeição desses agricultores ao<br />

modo de produção capitalista, quando estes fornecem suas produções ou mesmo consomem<br />

os bens industrializados inseridos no campo.<br />

Já os trabalhos de José de Souza Martins 7<br />

nos ofereceram reflexões sobre o<br />

processo violento de expropriação e exploração a que estão submetidos esses agricultores<br />

familiares camponeses e indígenas, como fruto da invasão da terra do negócio na terra do<br />

trabalho.<br />

Para Milton Santos 8 , o território tem que ser entendido como território vivido,<br />

fundamento do trabalho, das trocas materiais e imateriais, portanto onde o homem se realiza.<br />

Produzido pela sociedade, o espaço representa a história que está sempre por se refazer, assim<br />

como nos diz: “a história é sem fim, está sempre se refazendo. O que hoje aparece como<br />

resultado é, também, um processo que amanhã vai tornar-se uma outra situação. O processo é<br />

5 RAFFESTIN, Claude. Por uma geografia do poder, 1993.<br />

6<br />

Geografia agrária: perspectivas no início do século XXI. In.: OLIVEIRA, Ariovaldo Umbelino de;<br />

MARQUES, Marta Inez Medeiros (Orgs.). O campo no século XXI: território de vida, de luta e de construção<br />

da justiça social. São Paulo: Editora Casa Amarela e Editora Paz e Terra, 2004. p.p. 29- 70.<br />

7 MARTINS, José de Souza. Não há terra para Plantar neste verão (O cerco das terras indígenas e das terras<br />

de trabalho no renascimento político do campo). 2ª ed. Rio de Janeiro: Vozes, 1988; Expropriação e violência.<br />

A questão política no campo. 3ªed. São Paulo: Hucitec, 1991.<br />

8 SANTOS, Milton. Metamorfoses do espaço habitado: Fundamentos teóricos e metodológicos da geografia.<br />

6ª ed. São Paulo: EDUSP, 2008 b.

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