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TEREZA SANDRA LOIOLA VASCONCELOS ... - Uece

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6. CONSIDERAÇÕES FINAIS<br />

Hoje, mais que nunca, não existe pensamento sem utopia. Ou então, se nos<br />

contentarmos em constatar, em ratificar o que temos sob os olhos, não iremos<br />

longe, permaneceremos com os olhos fixados no real. Como se diz: seremos<br />

realistas... mas não pensaremos! Não existe pensamento que não explore uma<br />

possibilidade, que não tente encontrar uma orientação. (LEFÈBVRE, 2008. p. 15).<br />

Para o entendimento da atual formação do espaço geográfico cearense, é<br />

primordial compreender as transformações do território, ou seja, as reestruturações<br />

socioespaciais. Portanto, a necessidade da periodização, como busca metodológica de<br />

compreender, em cada momento histórico, os agentes sociais envolvidos, os meios e os<br />

modos de produção, as relações estabelecidas no trabalho, além das inovações nos transportes<br />

e nas atividades econômicas, alterando a configuração do território.<br />

No Ceará, a fase áurea das charqueadas é característica da ocupação, da<br />

importância dos vaqueiros e da violência contra os indígenas. Com o algodão, o trabalho<br />

assalariado, os primeiros núcleos urbanos, o transporte ferroviário, em especial, e as<br />

dinâmicas comerciais, é expresso esse momento. As primeiras unidades industriais revelam as<br />

intervenções e planejamentos do Estado, em prol de um desenvolvimento estruturado no<br />

crescimento econômico. O momento atual, das prioridades governamentais às atividades do<br />

turismo, industriais e do agronegócio, reafirmam a ligação entre as políticas públicas e as<br />

iniciativas privadas, acirrando a desigualdade entre as classes sociais.<br />

O estudo das reestruturações socioespaciais ainda possibilitou identificarmos a<br />

histórica exploração do vale do Acaraú, pela aristocracia rural, representada, principalmente,<br />

nas famílias “tradicionais” e pelos organismos do Estado, mediante suas intervenções.<br />

Desde aquele momento, a questão do uso da terra pulsava ante os problemas<br />

sociais, nessa porção do estado do Ceará. Os índios, na maior parte povo tremembé,<br />

massacrados e escravizados por fazendeiros, e os agricultores, na busca da produção familiar<br />

camponesa, trabalhavam em terras que não lhes pertenciam ou, ainda, saíam em constante<br />

processo migratório, vivendo sempre em clima de tensão.<br />

Essa realidade não veio se alterar com a modernização da agricultura, com a<br />

entrada do agrobusiness ou agronegócio. A década de 1950 representava, no concerto<br />

mundial, as primeiras inovações tecnológicas propaladas pela “revolução verde”, com a<br />

disseminação dos insumos, fertilizantes, agrotóxicos, maquinaria etc. O frenesi causado por<br />

essas novidades chega ao Brasil na década de 1960, juntamente com os complexos

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