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Intermediários 120 Segundo os produtores entrevistados, o principal destino de suas comercializações é Fortaleza, capital do estado, seguindo para o Centro de Abastecimento do Ceará – CEASA, além dos supermercados de grande expansão. FIGURA 29: Principais destinos das vendas de frutas pelos intermediários. Destino das vendas dos intermediários 20 18 16 14 12 10 8 6 4 2 0 19 13 9 8 6 6 5 4 2 2 Fortaleza - Ce Sobral - Ce Teresina - Pi Acaraú - Ce Tianguá - Ce Bela Cruz - Ce Marco - Ce Jijoca - Ce Itarema - Ce Maranhão - Ma Localidades Fonte: Elaborado por Vasconcelos, em pesquisa direta (2009). Esses intermediários ou atravessadores, como são popularmente conhecidos, também fazem parte do circuito produtivo 76 gerado pelo agronegócio. Na base, temos a produção dos agricultores, intermediada e distribuída pelos atravessadores, chegando aos supermercados e alcançando os consumidores - a ponta do processo - a preços maiores do que os repassados aos agricultores familiares camponeses (quadro 14). Existem dois tipos de intermediários: o “olheiro” (bananeiro, popularmente conhecido, por ser a banana a principal fruta comercializada) e os intermediários diretos. O “olheiro” estabelece uma relação entre o produtor e o intermediário, indicando a produção de alguns lotes agrícolas aos intermediários que chegam ao Perímetro Irrigado Baixo Acaraú. Quanto aos intermediários diretos, a relação ocorre entre o produtor e o consumidor, realizando a negociação direta aos pontos de vendas. 76 Segundo Santos (2008 d, p. 121), “Os circuitos produtivos são definidos pela circulação de produtos, isto é, de matéria”, reorganizando o espaço geográfico, portanto o “circuito espacial da produção”.
121 QUADRO 14: Circuito produtivo do agronegócio do Perímetro Irrigado Baixo Acaraú CONSUMIDOR SUPERMERCADO INTERMEDIÁRIO DIRETO “OLHEIRO” PRODUTOR AGRÍCOLA Essas dificuldades passam pela falta de assistência técnica aos produtores, no manejo com a irrigação: “prometeram [representantes do Estado]: aí vocês vão ter curso de formação e isso não aconteceu. Assistência técnica aqui para vocês nunca vai faltá e nós que nunca tinha passado por esse trabalho de projeto de irrigação, técnica ninguém conhecia, nem nada” 77 . [acréscimo nosso]. Responsabilizá-los como “atrasados”, “resquícios sociais” (OLIVEIRA, 2007), alheios às tecnologias e inovações da atualidade, por não terem “se adaptado à irrigação”, é o discurso propalado, deixando-os às margens da modernização. O nosso projeto, para nós mesmos, pros 43 [reassentados], tá como é que a gente tenha pegado assim um animal e tenha jogado lá no cercado. E no início nos tinha vila de casa, promessa! Tinha dois hectares irrigados, nós ia receber e isso num teve e uma série de coisa 78 .[acréscimo nosso]. 77 Entrevista realizada em dezembro de 2009, com agricultor do Perímetro Irrigado Baixo Acaraú. 78 Entrevista realizada em dezembro de 2009, com agricultor do Perímetro Irrigado Baixo Acaraú.
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