TEREZA SANDRA LOIOLA VASCONCELOS ... - Uece

Investidores
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Nesse evento, além de cursos, palestras e workshops relacionados à técnica de
irrigação, as indústrias do ramo de insumos agrícolas e o BNB, um dos subsidiadores de
crédito agrícola 64 , divulgam suas ações.
Em entrevista realizada com 56 irrigantes, 65% possuíam empréstimos bancários
para financiar a agricultura irrigada, dentre os quais 57% eram advindos do BNB, conforme
ilustrado no figura 25.
FIGURA 25: Origem dos créditos bancários
Créditos bancários dos produtores do Perímetro Irrigado Baixo
Acaraú
35
30
25
20
15
10
5
0
32
Banco do Nordeste
Bancos
5
Banco do Brasil
Fonte: Elaborada por Vasconcelos, em pesquisa direta (2009).
Essa financeirização do território, com intensiva atuação do sistema bancário, por
um lado auxilia a iniciativa privada, concedendo empréstimos ao empresariado, mas por outro
busca a subordinação de agricultores familiares camponeses, presentes no projeto de
irrigação, ao capital financeiro.
Essas são feições de como se expressa a modernização agrícola nesse tipo de
irrigação: intensos investimentos em capital e tecnologia, alicerçados pelas políticas públicas
e embebidos de contradições e conflitos sociais, inerentes à capitalização da agricultura.
64 Ramos (2008, p. 383), sobre a política de créditos rurais opina: “A institucionalização do crédito rural no
Brasil data de 1965, quando o governo federal aumentou os estímulos, incentivando a modernização agrícola e
facilitando o acesso à aquisição dos novos insumos técnicos e intelectuais. O decreto 58.380, de 10/05/66,
regulamenta a lei 4.829 de 1965 e estabelece os objetivos do crédito rural. Entre eles estavam: estimular
investimentos rurais, favorecer o custeio da produção e comercialização, fortalecer produtores rurais e incentivar
a modernização”.